quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

PINÓQUIO - O SIMBOLISMO DO CONTO


A História de Pinóquio- Ver AQUI
O conto de Pinóquio é a história da alma humana na sua jornada de evolução espiritual. Pinóquio é criado sob a influência de dois personagens, um masculino outro feminino (que simbolizam os dois aspectos da divina androginia).
Pinóquio é um boneco de madeira esculpido pelo carpinteiro Gepeto e a  quem a Fada Azul dá vida. Ao mesmo tempo, ela incumbe o Grilo Falante, de uma missão: permanecer com o Pinóquio e ser a sua consciência (Isto significa que a divindade dá a cada consciência o sentido da verdade, que sempre a acompanha interiormente)
O maior desejo de Gepeto é que Pinóquio se torne um menino de verdade. E ele sabe que esse desejo só pode ser realizado se Pinóquio crescer e aprender, por isso o manda para a escola, (o nosso desenvolvimento é um processo de aprendizagem.)
Pinóquio vai para a escola, acompanhado por seu pai, com um desejo e um propósito maiores: ser um menino verdadeiro. Mas quando entra no mundo e enfrenta os seus problemas e começa a conviver mal com eles. Faz mau uso da sua nova liberdade e, sucumbindo às tentações do orgulho, vai tomar algumas decisões erradas. Isto apesar dos protestos de Grilo Falante. Resolve seguir as promessas de João Honrado e junta-se a uma companhia de circo (A principal característica da alma é o livre arbítrio em todas as vezes que somos chamados a escolher).
A estreia da sua representação teatral é um sucesso, recebe muitos aplausos e está muito feliz, mas depois desse espetáculo é aprisionado numa gaiola. (Quando nos deixamos levar pelo orgulho, pelo “eu” a principio podemos sentir um grande prazer mas, a seu tempo, algo nos virá trazer a dor de nos sentimos escravizados)
A Fada Azul vem ao seu encontro e pergunta-lhe o motivo de sua prisão, e Pinóquio tenta justificar-se mentindo, mas cada vez que diz uma mentira o seu nariz cresce. Pinóquio descobre que não lhe é possível esconder o mal, e honestamente tem que admitir erros e arrepender-se deles (o mesmo acontece com o ser humano, pois ai do hipócrita que não reconhecer os erros nem para consigo próprio, nem para com a divindade, pois nunca poderá aprender).
A fada, então, solta-o e resolve dar-lhe mais uma oportunidade.
Grilo Falante decide ajudar Pinóquio a permanecer no bom caminho, mas não é preciso esperar muito para que surjam novas tentações. João Honrado reaparece, convidando-o a ir até à Ilha do Prazer, um lugar onde as crianças podem brincar o dia inteiro e satisfazer as suas necessidades. Pinóquio não pode resistir à tentação de viajar para a ilha e junta-se ao grupo (A nossa grande tentação é para não termos de nos esforçar, para receber tudo por nada.)
Uma vez em liberdade decidem começar a procurar Gepeto. Mas, ao chegarem a casa, descobrem que ele desapareceu. Tinha partido em busca de Pinóquio. (Esta imagem é de fundamental importância, pois significa que quando procuramos Deus, Ele também nos procura e olha por nós).
Pinóquio receber informações sobre o paradeiro de seu pai. Está no fundo do mar dentro da barriga de uma baleia que engoliu o barco onde viajava Gepeto. (o animal marinho é um antigo símbolo do da reconciliação do espírito com a matéria. O mar é um símbolo do inconsciente. Assim, a história diz-nos que encontraremos a nossa inspiração espiritual, a nossa verdadeira natureza, o nosso inconsciente pessoal, nas profundezas de nós mesmos.)
Quando Pinóquio e o Grilo Falante, procuram a Gepeto no mar, são engolidos pela mesma baleia e é no ventre desta que se dá a alegre reunião do Filho com o seu Pai, mas cedo se dão conta que para escapar têm que permanecer juntos e caminhar à luz do dia em terra firme. (Dito de outro modo, a nossa viagem espiritual não termina quando começamos a reencontrarmo-nos com as nossas profundezas espirituais, os nossos sonhos, as nossas orações, ou as nossas meditações. O passo seguinte é levar este estado superior de consciência à vida diária, e isso costuma ser o mais difícil).
Pinóquio tem um plano. Ocorre-lhe um modo de escapar, que requer muita força e valor, mas consegue. Mas quando estão no meio do mar, Gepeto cai e parece pronto a afogar-se e Pinóquio sacrifica-se para o salvar (Esta é precisamente a chave, o que lhe vai tornar merecedor de ser um menino para valer; o amor desinteressado. Quando a necessidade do outro é mais importante que nossa, quando "eu" deixa de ser eu, o centro da nossa vida abre a porta, para nos deixarmos transcender pelo transcendental).

Ao voltar a si na praia, Gepeto está ao seu lado do corpo sem vida do seu filho. Muito perturbado, leva-o para casa e deposita-o na cama. Mas a ação de amor do menino, dando a sua vida pelo seu pai, já lhe havia conferido os méritos suficientes para ser um menino para valer. Depressa ressuscita e cumpre-se assim o seu destino; ser um menino verdadeiro.
Este conto é o símbolo da nossa própria viagem de desenvolvimento espiritual. O significado da vida é continuar seguindo o processo de reconhecer a nossa verdadeira natureza em Deus. Conscientes e co-creadores. Toda a chave para isso é o Amor, a oferenda desinteressada, que significa por sua vez a renúncia ao "eu" pessoal e egoísta. O propósito da vida que compartilhamos com todos os homens é manifestar no finito o infinito, levar o divino ao humano e, por fim, dar expressão individual às nossas qualidades espirituais.

JFM - Lisboa - Portugal

(Imagem (c) Walt Disney)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A DIGNIDADE

As pessoas se acostumaram tanto com a tirania, que quando não estão levando chicoteadas nas costas reclamam da falta de dor. Esta humanidade é lamentável, digna de pena. O Trabalho Esotérico é para pessoas que não se sujeitam à tirania, que são capazes de lutar contra ditadores, que são em alma revolucionários em Consciência. Uma pessoa que se deixa levar por ditaduras de todos os tipos seja lá qual for o motivo, jamais derrotaria seu Lúcifer Intimo, alguém que se ajoelha perante um tirano, jamais derrotará seu próprio ego da luxúria. A dignidade é uma virtude que se perdeu no tempo.
As pessoas confundem a dignidade com orgulho. Dignidade é torna-se digno, é respeitar a si mesmo e fazer-se respeitar também. É respeitar a todos, a virtude da humildade só se consegue quando se torna digno. A pessoa que não possui dignidade anda cabisbaixa nos mundos internos, sem coragem para olhar para o alto, sem coragem para olhar para o Sol. Uma pessoa assim se afasta por si só de seu Cristo Intimo e de seu Pai Interno. Ela troca seu Cristo Intimo por 30 moedas de prata.
A Iniciação é sinónimo de humilhação, mas não uma humilhação mecânica como muitas pessoas acreditam, trata-se de uma humilhação consciente, o Iniciado sabe que não precisa se prostrar diante do verdugo, mas mesmo assim ele o faz, por obediência. Ser humilde é ser consciente, é ter sabedoria e não mostrá-la, é ter poderes sobre a Criação e não usa-los. A dignidade é bem diferente do asqueroso orgulho, a dignidade é ter uma vida recta, é ser capaz de se dirigir a um Mestre sem ter medo, sem esconder a verdade de ninguém, é assim a dignidade, é tornar-se digno de adquirir o Conhecimento.
A dignidade é torna-se Revolucionário em Consciência. A Iniciação é só para Revolucionários de Consciência. Não existe Iniciação para indignos. É necessário tornar-se digno para se obter ajuda dos céus.

Uma pessoa indigna quando pede ajuda aos céus não recebe ajuda, pois ela é vista nos mundos internos como passiva. Uma pessoa que mesmo vendo algo errado não faz nada para modificar a situação, se torna cúmplice nos mundos internos e é castigada como se estivesse cometendo o delito. Há de ser Consciência para falar e Consciência para se calar nas horas certas. Bem aventurado aquele que tem um amigo que é digno. Não existem acertos de conta com o Tribunal do Karma para os indignos, tais pessoas devem eliminar o eu da passividade dentro de si mesmas para se obter ajuda.
O indigno é aquele que mesmo percebendo uma situação errada não faz nada para muda-la. O indigno é o adúltero. O indigno é aquele que apanha sem lutar. É aquele sujeito medroso que deixaria sua própria família ser molestada. É aquele que foge das batalhas, que não faz nada por um mundo melhor. É indigno aquele que espera que façam tudo por ele. É aquele que como Pilatos lava as mãos e deixa que outros tomem a decisão por ele. Ao abismo com o indigno. O indigno é aquele que se deixa prender em situações absurdas, que não luta, que é humilhado o tempo todo e só faz chorar. Que mesmo detestando seu próprio emprego, sua própria vida, se deixa levar pela correnteza. Não existe Trabalho Esotérico para o indigno, é como pedir a morte de um ego com medo que ele (o ego) morra. É como pedir a morte do ego do apego torcendo para que ele não morra. É ter medo da vida. É se preocupar com amanhã. É usar roupas velhas (se preocupar com o passado). O revolucionário de Consciência vive o hoje. O indigno vive em qualquer tempo. Sempre com medo de perder, portanto nunca vence. Ser indigno é como matar um tigre e ficar com medo da pele. É necessário Revolução no Trabalho Esotérico. É necessário eliminar todas as nossas fraquezas, nossos medos, nossas humilhações inconscientes, eliminar o medo que se tem das pessoas, aprender a respeita-las, a obedecer e a amá-las, só assim se consegue ser digno.

Quando um indigno concorre a um templo interno, sempre fica ao canto. É lamentável, mas às vezes algum Iniciado se compadece e tenta ajuda-lo, mas quase sempre o medo e a dúvida impedem a ajuda. O indigno é visto como uma pessoa suja, é como se suas vestes estivessem sempre sujas. Suas orações demoram muito para serem atendidas. Sua passividade chega a assombrar os Mestres dos mundos Internos, falta-lhe coragem, tudo que faz é como se possuísse um grande fardo em suas costas, tudo é devagar, nada é acelerado. O indigno vai se tornando cego. A cegueira é um dos karmas para o indigno. A humanidade actual é cega. E o pior, são cegos guiando cegos. A humanidade actual aborrece ao Cristo Solar. A humanidade actual será destruída por lhe faltar dignidade.
Só o digno consegue o perdão por seus karmas, somente o digno consegue negociar seus karmas. Somente o digno consegue crédito cósmico. É necessário destruir a preguiça, a passividade, é necessário enxergar o que se tem para ver e modificar sua própria vida. O futuro do indigno é o abismo. Uma pessoa que mesmo sabendo que seu cônjuge o trai e não faz nada é um indigno. As hierarquias o consideram como um cúmplice e o julgam como adúltero. O Kundalini (veja aula 04) não se desenvolve no indigno. O indigno não serve nem para o bem, nem para o mal. Ao fogo para o indigno. Nos mundos infernos os indignos são escravos dos demónios. Muitos se tornam o próprio demónio, mas recebe ordem de outros. Os indignos são uns pobres coitados que apenas vivem por viver, o que é pior tem medo de viver. Um indigno não poderá nunca habitar o Nirvana. Um indigno nunca fabricará alma. O indigno mente e vive num mundo de mentiras e de meias verdades. A mentira o afasta de seu Pai Interno, então fica desamparado, perdido, abandonado, digno de pena. Muitos chegam a ser vistos como mendigos nos mundos internos. Este é mais um dos karmas para o indigno: a mendicidade. O indigno anda como pedinte nos mundos internos, batendo de porta em porta com palavras desconexas, falta-lhe um centro de gravidade. A humanidade de tão indigna que é perecerá com as fúrias da água, do ar, da terra e do fogo.

Para se negociar os karmas a pessoa antes de mais nada deve conquistar a virtude da dignidade. Esta nada tem haver com o amor próprio, com o orgulho. Mas sim com o respeito por si mesmo, pela família, pela natura e pela própria humanidade. O indigno mente e vive num mundo de mentiras, aos poucos vai adquirindo determinados karmas tais como o da deformação do próprio corpo físico, sim a feiura também é um karma e tem haver com o ego da mentira, se numa vida se deforma a verdade, em outra se é deformado. A mentira leva à uma vida de fantasias, aí vem o karma do autismo, se numa vida se fugiu da verdade, na outra se vive na mentira, num mundo particular de fantasias e ilusões. A mentira leva ao adultério. O adultério ao homossexualismo. O homossexualismo leva ao abismo.
O indigno Trai constantemente seu Pai Interno porque vive mentindo, Trai sua Mãe Divina quando adultera e Trai seu Cristo Intimo porque não sabe amar. Vive sempre justificando seu próprio apego. O indigno trai seu cônjuge, trai sua família, trai seus amigos, trai a si mesmo constantemente. O indigno é uma semente que não quer germinar. O indigno é fraco, lhe falta forças porque permite que o eu da traição lhe ordene à própria vida. A vida de um indigno é um caos. Jamais será feliz, nem nesta nem em outra vida.
Ao indigno todas as portas estão fechadas, menos uma a do Arrependimento. 

Ler mais AQUI


JFM - Lisboa -Portugal

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O MONGE DAS MÃOA SUADAS

Karan, um professor e monge zen, ia celebrar o serviço religioso no funeral de um nobre famoso. Enquanto esperava que o governador da província e os outros nobres chegassem, reparou que tinha as palmas das mãos suadas.

No dia seguinte, reuniu os seus discípulos e confessou que ainda não estava pronto para ser um verdadeiro mestre. A explicação que deu foi a que ainda lhe faltava comportar-se da mesma forma com todos os seres humanos, fossem eles mendigos ou reis. Ainda não era capaz de ver para além dos papéis sociais e das identidades concetuais e encontrar sempre as semelhanças inerentes a todos os seres humanos. Partiu e tornou-se discípulo de outro mestre. Oito anos mais tarde, já iluminado, regressou para junto dos seus antigos discípulos.

in “Um Novo Mundo – Despertar para a Essência da Vida” de Eckhart Tolle. Edições Pergaminho Pág. 82

JFM - Lisboa -Portugal

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A DIALÉTICA DA CONSCIÊNCIA

No trabalho esotérico relacionado com a eliminação dos elementos indesejáveis que carregamos na mente, surgem ás vezes o fastio o cansaço e o aborrecimento.
Não há sombra de dúvida que precisamos de voltar sempre ao ponto de partida original para revalorizar os fundamentos do trabalho psicológico, se é que na verdade queremos uma mudança radical.
Amar o trabalho esotérico é indispensável, quando na verdade queremos uma transformação interior completa.
Enquanto não amarmos o trabalho psicológico que conduz á mudança, a reavaliação dos princípios torna-se impossível.
Seria absurdo supor que nos poderemos interessar por um trabalho se na realidade não o chegarmos a amar.
Isto significa que o amor é indispensável quando uma e outra vez tentamos revalorizar os fundamentos do trabalho psicológico.
Urge, antes de qualquer coisa, saber o que é isso a que se chama “consciência”, pois são muitas as pessoas que nunca se interessaram por saber algo mais sobre a mesma.
Qualquer pessoa comum sabe que um boxeur, ao sair “nock out” do ringue, perde a consciência. É claro que, ao voltar a si, o infeliz pugilista adquire novamente a consciência.
Sequencialmente, qualquer um compreende que existe uma clara diferença entre personalidade e consciência.
Ao virmos ao mundo trazemos à existência uns três por cento de consciência livre e uns noventa e sete por cento de subconsciência, infracônsciencia e inconsciência.
Os três por cento de consciência desperta podem ser aumentados à medida que trabalharmos sobre nós mesmos. Não é possível acrescentar consciência mediante procedimentos exclusivamente físicos ou mecânicos. Mas a consciência pode despertar [e ser ampliada] à base de trabalhos específicos e padecimentos voluntários.
Existem vários tipos de energia dentro de nós que devemos compreender.

Primeiro: energia mecânica
Segundo: energia vital
Terceiro: energia psíquica.
Quarto: energia mental
Quinto: energia da vontade
Sexto: energia da consciência
Sétimo: energia do espírito puro.

Por mais que multiplicássemos a energia estritamente mecânica jamais conseguiríamos despertar a consciência.
Por mais que incrementássemos as forças vitais dentro do nosso organismo nunca chegaríamos a despertar a consciência.
Por maiores que sejam as disciplinas da mente, a energia mental nunca poderá despertar os diversos funcionalismos da consciência.
A força da vontade, ainda que fosse multiplicada ao infinito, não conseguiria despertar a consciência.
Todos os tipos de energia estão distribuídos em distintos níveis e dimensões que nada têm a ver com a consciência.
A consciência só pode ser despertada mediante trabalhos conscientes específicos e retos esforços.
O pequeno percentual de consciência que a humanidade possui, em vez de ser incrementado, costuma ser desperdiçado inutilmente na vida.
É obvio que, ao identificarmo-nos com todos os acontecimentos da nossa existência, desperdiçamos inutilmente energia da nossa consciência.
Nós deveríamos ver a vida como um filme, sem nos identificarmos jamais com coisa alguma; assim economizaríamos energia conscientiva.
A consciência em si mesma é um tipo de energia com elevadíssima frequência vibratória.
Não confundamos consciência com memória, pois são diferentes uma da outra como os faróis do automóvel com a estrada em que andamos.
Muitos atos acontecem dentre de nós mesmos sem a participação disso a que se chama consciência.
No nosso organismo sucedem muitos ajustes e reajustes sem que a consciência participe nos mesmos.
O centro motor do nosso corpo pode manobrar um automóvel ou dirigir os dedos que tocam um teclado de um piano sem a menor participação da consciência.
A consciência é a luz que o inconsciente não percebe. Um cego tampouco percebe a luz física solar, mas ele existe por si mesma.
Necessitamos abrir-nos para que a luz da consciência nas trevas espantosas do mim mesmo, do si mesmo.
Agora compreenderemos melhor o significado das palavras de João, quando diz no Evangelho; “A luz veio às trevas, mas as trevas não a compreenderam”
Mas seriam impossível que a luz da consciência pudesse penetrar dentro das trevas do eu mesmo se previamente não usássemos o sentido maravilhoso da auto-observação psicológica.
Necessitamos abrir passagem para a luz a fim de iluminar as profundidades tenebrosas do eu da psicologia.
Jamais nos auto-observaríamos se não tivéssemos interesse em mudar. Tal interesse só é possível quando amamos de verdadeiramente os ensinamentos esotéricos.
Agora compreenderão os nossos leitores o motivo pelo qual aconselhamos a revalorizar, uma e outra vez, as instruções concernentes ao trabalho sobre si mesmo.
A consciência desperta permite-nos experimentar de forma direta a realidade. Infelizmente o “animal inteletual” equivocadamente chamado homem, fascinado pelo poder formulativo da lógica dialética, esqueceu a dialética da consciência.
Sem duvida alguma o poder para formular conceitos lógicos é, no fundo, terrivelmente pobre.
Da tese podemos passar a antítese e, mediante a discussão, à síntese; mas esta ultima, em si mesma, continua a ser um conceito intelectual que, de modo algum, pode coincidir com a realidade.
A dialética da consciência é mais direta: permite-nos experimentar a realidade de qualquer fenómeno em si mesmo e por si mesmo
Os fenómenos naturais de modo algum coincidem exatamente com os fenómenos formulados pela mente.
A vida desenvolve-se de instante a instante, e quando a capturamos para a analisar, matamo-la.
Quando tentamos inferir conceitos ao observar tal ou qual fenómeno natural, de fato deixamos de perceber a realidade do fenómeno, é só vemos no mesmo o reflexo das teorias e conceitos rançosos que de modo algum têm a ver com o fato observado.
A alucinação intelectual é fascinante, e à força de queremos que todos os fenómenos da natureza coincidam com a nossa lógica dialética.
A dialética da consciência fundamenta-se nas experiências vividas e não no mero racionalismo subjetivo.
Todas as leis da natureza existem dentro de nós mesmos; se não as percebermos no nosso interior, jamais as descobriremos fora de nós mesmos.
O homem está contido no universo e o universo está contido no homem.
Real é aquilo que experimentamos no nosso interior. Só a consciência pode experimentar a realidade.
A linguagem da consciência é simbólica, intima, profundamente significativa; só os despertos podem compreende-la
Quem quiser despertar a consciência deve eliminar do seu interior todos os elementos indesejáveis que constituem o ego, o eu, o mim mesmo, dentro dos quais se encontrar engarrafada a Essência anímica.

 in " A Grande Rebelião - Mudar a forma de pensar para mudar a forma de viver"- Samael Aun Weor - IGB Editora-Brasil
JFM - Lisboa Portugal