quinta-feira, 31 de maio de 2012

DIDATICA PARA A COMPREENSÃO DO EGO

Fomos sempre educados a acreditar na "realidade" do nosso Ego. Sempre imaginamos que quanto menos Ego tenhamos, menos existentes e vivos seremos. Muitos pensam que quanto mais se anula e elimina a presença do Ego na nossa vida, mais infeliz e anulada ela será. 
No nosso estado mental quotidiano, o nosso Ego parece enorme, concreto e importante; ele parece ser justamente nosso melhor amigo, protetor e benfeitor, aquele que nos faz sentir "alguém na vida". 
É esse Veneno Mental, o nosso querido Ego, que nos faz sentir a necessidade de ser importantes, de reagir perante os problemas e afrontas que a vida nos apresenta. 
Grande ilusão esta. Na verdade, ele é o nosso pior inimigo, uma fraude que nos engana, fazendo-nos sentir que não podemos existir ou viver sem ele. Como um monstro que mora no nosso coração, na nossa mente e nas nossas energias, ele está sempre pronto para fazer as piores coisas e causar-nos problemas a nós e aos outros. O nosso Ego tem um monte de truques para se manter em atividade. Por isso, devemos prestar atenção quando começarmos a dizer: "Se eu não cuidar de mim ('eu mesmo'), não vou trabalhar e vou acabar passando fome, ou serei desprezado por todos, não vou sobressair no emprego, não serei alvo das atenções de ninguém"... "Se eu ficar e me distrair com o assunto da “Morte do Ego” acabarei tornando-me um vegetal. Posso até morrer ou ficar demente!" Enfim, o ego tem muito mais defesas do que imaginamos. 
Não há dúvida de que é do nosso próprio interesse livrarmo-nos desse "demónio interior" o mais rápido possível (a menos que sejamos desequilibrados, endurecidos psicologicamente e masoquistas, e gostemos da eterna dor física, emocional e mental). Ao reconhecer e responsabilizar o nosso Ego por todos os nossos problemas, com certeza que iremos gerar o desejo de cuidar mais e melhor de nossa Consciência Divina, do nosso mundo interno e livrarmo-nos desse ego o mais rápido possível. Para isso, precisamos de o olhar como um mentiroso, um embusteiro, examinando se de fato ele existe como parece ou não. 
Meditando dessa forma, começaremos a caçar o nosso Ego aparentemente vivo, o nosso verdadeiro inimigo, e isso força-nos a confrontar as nossas suposições pessoais, fantasias, objeções, projeções erradas sobre a nossa "verdadeira identidade interior", nunca examinadas sobre O QUE SOMOS DE FATO. 
 Eis um desafio bastante significativo do ponto de vista espiritual: descobrir que a nossa percepção básica da Realidade é uma grande patetice. Ter disto tomado consciência é o início da verdadeira autocura absoluta, e como tal devemos prosseguir, cheios de alegria, no trabalho sobre nós mesmos, a cada dia, a cada segundo das nossas breves vidas. 
Assim, iremos descobrindo gradativamente, por meio da luz da nossa sabedoria interior, essa Luz Divina que provém de nosso Ser Divino, que nosso Ego sempre foi e sempre será uma fraude, que sempre foi e será sempre a causa de nossas tristezas, frustrações, fantasias, problemas, karmas etc., Tudo o que nos resta é a "negação maravilhosa", e dando origem na Alma um vasto espaço ou vacuidade que não implica mais nada, mas prova apenas que nosso Ego não é a nossa Alma verdadeira, a nossa Vida, o nosso Ser, o nosso Deus Íntimo. 
O gnóstico anseia, implora, pede intensamente, não por cobiça egóica, mas porque a nossa Essência Divina assim o quer, por este Vazio Iluminador, essa Negação Positiva, esse Sunyata, esse Êxtase do "nada cheio de Deus". 
A psicologia revolucionária gnóstica, também lhe chamada didaticamente Fator Morte, porque nos ensina os procedimentos corretos para nos livrarmos desta carga pesada que nos torna a vida problemática e infeliz. Em psicologia esotérica estudamos os sete corpos, dos quais os mais básicos são chamados os 4 Corpos de Pecado: Físico, Vital, Astral e Mental. 
Esses 4 corpos formam o chamado Quaternário Inferior. Dentro deste quaternário está o Ego. A título de exemplo, Imagine uma pequena casa, com quatro paredes, e que dentro delas se encontra o verdadeiro morador (nossa Essência Divina). Essas quatro paredes (o nosso corpo físico, as nossas energias vitais, as nossas emoções e pensamentos) possuem buracos dos quais saem insetos, ratos, morcegos, pragas diversas que assolam a casa e incomodam seu morador. A esses buracos nas paredes podemos chamá-los de maus hábitos, atitudes mecânicas no dia-a-dia, emoções e pensamentos negativos, fascinações, medos, traumas, bloqueios etc. Ou seja, é por meio desses "buracos" que o Ego e suas múltiplas facetas surgem, incomodam e roubam as nossas energias, que estão armazenadas em baterias especiais, chamadas na Gnose de "centros psíquicos da máquina humana". 
Portanto, estimado Buscador Gnóstico, o primeiro passo para a autêntica auto-realização que deve fazer é, o que se chama na Gnose, "fechar as paredes". Isso significa trabalhar sobre os nossos condicionamentos, maus hábitos, atitudes mecânicas, repetitivas, bloqueios, falta de disciplina e, pior ainda, hábitos desequilibrados de vida. E com que instrumentos pessoais se inicia este Trabalho Superior? A resposta é: COMPREENSÃO. 
A Compreensão é o primeiríssimo e grande passo que nos liberta do Ego (o segundo passo é o trabalho tântrico, estudado em textos sobre Tantrismo). 
 Segundo o mestre Samael Aun Weor, a virtude da Compreensão só pode ser desperta e aprofundada por meio da Meditação e da Auto- Observação. 
Ou seja, quanto mais praticamos Meditação e quanto mais observamos nossa Conduta dia a dia, maior será o despertar da Compreensão... O Ego, didaticamente falando, expressa-se em inúmera facetas. Podemos analisá-lo dividindo-o em sete partes, ou em muitas outras. Isso serve para nos ajudar a verificar como o Ego invade as nossas "quatro paredes" e como nos rouba as nossas energias psíquicas. Vamos citar, a partir de agora, algumas expressões egóicas ditas "de segundo escalão". A partir daí, estimado estudante gnóstico, deve analisar, refletir e meditar profundamente sobre o Ego e descobrir como ele se manifesta mais facilmente, em que circunstâncias, que hábitos dão mais força na sua manifestação etc.  

O EGO E OS SEUS MÚLTIPLOS DESDOBRAMENTOS 
O Ego, ao ser dividido em sete partes, é chamado nas religiões os Sete Pecados Capitais, os Demónios que Jesus tirou de Madalena, Cabeças de Legião, os Infiéis etc. Esses são os seguintes: Luxúria, Ira, Orgulho, Preguiça, Cobiça, Inveja e Gula. Com o passar do tempo as diversas partes, ou expressões, do Ego nascem e robustecem-se e aí são criados mais e mais Eus Psicológicos ("eus" são as frações de Ego, de um todo). Cada Cabeça de Legião oscila entre 1.000 e 1.500 agregados. Na totalidade, existem cerca de 10.500 defeitos, e conforme se vai trabalhando descobrimos novos. Existem agregados que reconhecemos muito facilmente, no dia-a-dia, porém há outros que nem sequer ousamos admiti-los. E quando os reconhecemos, procuramos encontrar justificativas para eles. As etapas que decididamente fazem o agregado psicológico nascer são: 

 1. Inconsciência (esquecimento do Trabalho Esotérico no dia-a-dia, de nós mesmos) 
2. Identificação (apego emocional em relação a uma situação momentânea vivida) 
3. Auto consideração (importância ilusória ao objeto de desejo) 
4. Fascinação (consciência que se engarrafa num novo Eu) 
5. Sonho (Ego manifestado, alimentado e fortalecido). 

Analisemos agora alguns exemplos de agregados psíquicos que são desdobramentos dos Cabeças de Legião. Meditemos em cada um deles após uma análise crítica de nós mesmos para que tenhamos uma ideia inicial de como são abundantes os desdobramentos do Ego no nosso quotidiano: 

Luxúria Eu do Adultério (quer unir-se sexualmente a uma mulher, ou homem, que já possui um companheiro) 
Eu da Amizade (Querer a amizade de alguém para conseguir a união sexual) 
Eu Aproveitador (aproveita qualquer circunstância para a satisfação sexual) 
Eu Bailarino (excita-se ao dançar. Há também os que se excitam vendo alguém dançar)
Eu Altura (sente-se atração por pessoas altas e/ou baixas) 
Eu Bissexual (sente-se atraído por ambos os sexos) 
Eu Don Juan (conquista por satisfação, mesmo sem interesse nem atração; nasce de outros eus) 
Eu dos Ciúmes (possessão sexual; nasce do eu da insegurança) 
Eu Voyeur (sente prazer em ficar só observando) 
Eu Galã (sente-se atraente e gosta de conquistar com gestos, delicadezas e gentilezas) Eu Fantasia (quando a imaginação erótica é frequente)
Eu Esfregador (sente prazer ao se esfregar em outra pessoa; em transportes, locais públicos etc.) 
Eu Exibicionista (mostra suas partes íntimas ou roupas íntimas) 
Eu Coprolalia (conversa em linguagem obscena) 
Eu Aquecedor (aquele ou aquela que excita e depois rechaça) 
Eu Sádico (sente prazer golpeando o parceiro; suave ou violentamente: é uma questão de grau) 
Eu Travesti (sente grande prazer em vestir roupas e assumir gestos do sexo oposto) 
Eu Sexivestido (sente grade prazer em usar roupas do sexo oposto sem assumir gestos, ainda) 
Eu Galanteador (sente prazer em fazer galanteios a todas as pessoas; o famoso eu do “engate”) 
Eu Ninfolepera (atração por jovens de pouca idade; mais acentuado é o 
Eu Pedólatra) 
Eu Narcisista (sente atração pelo próprio corpo, é uma espécie de auto homossexualismo) 
Eu Masoquista (sente prazer sexual apanhando e/ou batendo; ligado ao eu da Ira) 
Eu Sentimental (expressa sentimentos fingidos para conquistar e/ou excitar) 
Eu Grafite (gosta de fazer desenhos obscenos em casas de banho e outros lugares) 
Eu Masturbador (sente prazer na masturbação, mais até do que no próprio ato) 
Eu Fornicário (sente prazer no derrame da energia, no orgasmo, na ejaculação)

Ira 
Eu da Antipatia (maior ou menor grau de repugnância, repúdio ou aversão. "Não fui com a cara", "Não gostei" etc. Há 2 tipos: provocada ou mecânica (nascem da inveja ou dos complexos e das comparações) 
Eu Educador (pais, professores ou educadores "dizem" querer encaminhar a criança ou o jovem com disciplina, mas o que se manifesta neles é a atitude irada) 
Eu Crítica Mordaz (Ofende e afeta para destruir, age com ferocidade verbal) 
Eu Burlador (Faz atos ou gestos, por causa da Ira, para ridicularizar) 
Eu da Crueldade (sente satisfação em ver alguém sofrer) 
Eu Briguento ("Não leva desaforo para casa" ou "Não tenho sangue de barata") 
Eu da Cólera (zanga-se descontroladamente) 
Eu da Displicência (mostra-se indiferente a outro, em palavras, roupas ou gestos) 
Eu Discutidor (entra em polémicas, dialoga exageradamente, é um eu “mentalóide”) 
Eu da Imposição (impõe e domina) 
Eu Irreflexivo (age sem nenhuma lógica) 
Eu Grosseiro (usa vocabulário grosseiro e obsceno) 
Eu Iniquidade (pratica a injustiça por maldade) 
Eu da Injúria (ultraja por palavras) Eu da Intolerância (não quer entender os demais. É lunático e temperamental) 
Eu Irritadiço (irrita-se por qualquer coisa) 
Eu Irritável (irrita-se com tudo o que as pessoas fazem ou falam) 
Eu Machista (sente-se dono da mulher, protege-a pensando que a ama) 
Eu do Ódio (é o contrário do Amor) Eu Suscetível("Estão rindo de mim, vou pedir satisfações") 
Eu Ressentimento (sentimento profundo de dor) 
Eu Ofensivo (fere com palavras) 
Eu Inconformado (Tudo o desagrada, as pessoas, os lugares, as coisas; comum em adolescentes) 
Eu Desagradável (faz e fala coisas que o tornam desagradável, fala o que não querem ouvir) 
Eu Blasfemo (renega, maldiz, insulta ou atenta contra Deus, as coisas sagradas e as outras religiões) 
Eu do Protesto (pessoa que não está de acordo com qualquer determinação, opinião etc.)

Orgulho 
Auto consideração (É A PORTA DE ENTRADA DE TODOS OS DEFEITOS. A pessoa sente-se ferida, mal amada, mal agradecida, injustiçada. Atrai, primeiro, a ira) Auto-simpatia (esforça-se em ser simpático(a) para ter aceitação) 
Auto mérito (crê-se merecedor, mesmo não fazendo nada) 
Auto valorização (valorizar os esforços realizados. Quer recompensa) 
Auto-suficiência (não necessita de ninguém, só acredita no próprio valor, não admite que alguém o ajuda) 
Burla ( gozar ou debochar de alguém através do olhar ou de gargalhada, quer chamar a atenção) 
Impontualidade (chega atrasado para ser notado) 
Gargalhão (ri estrondosa e escandalosamente) Complexo de inferioridade (crer-se menos que os outros, gera indecisos) 
Complexo de superioridade (crer-se mais que os outros) 
Indiferença (não ligar para os demais, fingir que não escuta ou liga para os outros) 
Pilatos (justifica seus erros ou atitudes ) 
Desobediência (não aceita seguir ordens ou sugestões) 
Orgulho físico (egolatria que admira o corpo ou determinada parte dele) 
Orgulho mental (admira a sua preparação intelectual, seu diploma académico etc.) 
Eu Fama (ambiciona ser famoso, conhecido, notório, quer ser manequim, ator/atriz,político etc) 
Nacionalista (apego o país, à região (Eu Sulista...), pode chegar ao genocídio) 
Paranóico (doença mental, nunca aceitaria seus erros ou deficiências; complexo de perseguição) 
Egotismo (só fala de si mesmo, incessantemente) Incredulidade (não aceita os fatos por excesso de orgulho) 
Pudorado (manifestar demasiado pudor) 
Ressentimento (emoção mediada entre a ira e a auto consideração) 
Eu Guru (Pretende sempre dar respostas "superiores", dar "lição de moral" aos outros)

Preguiça 
Apatia (pouca ou nenhuma iniciativa) 
Desinteresse (não se interessa por nada, para não ter com que se preocupar) 
Abandono de Si (a pessoa se estira numa cadeira, sofá ou outro lugar, atira as pernas e sente que a preguiça tomou conta de si) 
Bocejo Frequente (tudo provoca indiferença, sono e cansaço) 
Busca de Desculpas ("Hoje estou cansado") 
Dormir Demais (Ter mais de sete ou oito horas de sono é uma manifestação de preguiça, também pode ser escapismo) 
Desalento (apoia-se, com os cotovelos ou pés sobre a mesa, como num eterno cansaço) Enfermidade do Amanhã (vive o futuro sem experimentar o presente, cria situações para adiar) 
Esquecimento Constante (não se esforça para pensar) 
Desperdício de tempo (não dá importância ao tempo) Impontual (nunca chega no horário, sai de casa sempre na última hora) 
Inércia (incapacidade de ação, não sabe ter ação nem iniciativa) 
Inconstância (está sempre em mudança para não terminar) Incapacidade (por preguiça de assumir) 
Mal Vestir (preguiça de combinar, às vezes até de abrir o guarda-roupas) 
Preguiça de Ler (alguém leu as obras gnósticas recomendadas?) 
Pessimismo ("Para quê mudar se não vai adiantar nada?") 
Tradicionalismo (segue só a sua tradição, religião, família, com preguiça de mudar a sua vida) 
Surdez (a preguiça afeta até os sentidos físicos) 
Preguiça Verbal (não entra em discussão ou não responde por preguiça) 
Preguiça Física (esse ego determina até as formas, como a barriga, o rosto, o andar, a postura)

Cobiça 
Ânsia de Poder Material (mais dinheiro, mais cargos...) 
Poder Psíquico Avarento (apego exagerado ao dinheiro) 
Explorador Ladrão Mau Orientador Conhecedor (adquire conhecimentos só para atingir fim desejado) 
Eu do Assalto Cleptomaníaco Mesquinho (não divide seus bens com ninguém) 
Usurário (empresta dinheiro a juros)

Inveja 
Enquanto a Cobiça é o querer para si, a Inveja é o pesar ou desgosto pelo bem, felicidade ou sucesso alheio. 
Eu Bruxo (consciente ou inconscientemente lança vibrações psíquicas de fracasso a outrem) 
Eu Competitivo (pode até matar por inveja) 
Traidor (A Grande Fraternidade Branca considera este delito como Alta Traição, cuja condenação é a queda ao Nono Inferno Dantesco, mesmo que a pessoa ainda esteja viva ou seja, o corpo da pessoa ainda está vivo, mas sua Alma já não está mais além: é o chamado Morto-Vivo) 
Falso Julgamento (Caluniador) 
Fracasso de Alguém (este Eu manifesta-se na maioria das pessoas, porém em nível inconsciente; por isso se pede ao gnóstico que mantenha sigilo e não fique "cochichando", comentando com todo as suas experiências etc.) 

Gula 
Eu do Meio-Dia ("sente" fome ao saber que determinada hora chegou) 
Devorador (não mastiga os alimentos) 
Ideia Fixa (de comer sempre. Não mede consequências físicas, morais ou internas) Medo da Fome (come por medo de passar fome) 

Eus dos Vícios Obviamente, existem agregados que são pontes de ligação entre um ego principal e outro. Lembremo-nos que há mais de 10 mil agregados. Temos ainda outros 
Eus, muito fortes nos dias atuais, como os 
Eus dos Vícios: 
Eu Pescador 
Eu das Rifas 
Eu Tabagista Eu Jogador de Cartas Eu Caçador 
Eu Jóquei Eu Toxicodependente 
Eu Refrigerante (p.ex., que adora Coca-Cola) Demónio Álcool (alcoolismo) Eu Caça-Níqueis 
Eu Bilharista Eu mastiga pastilha elástica Eu dos Jogos Eletrónicos Eu da Lotaria Eu Bingo (Esses Eus do Vício do jogo, ligam-se à Sexta Esfera Dantesca; os que jogam, mesmo como caridade, ligam-se astralmente, vibratoriamente, ao demónio Sanagabril, um dos seres mais horríveis do Inferno) 

Não Classificados/Diversos/Secundários 
Eu da Timidez (nervosismo crónico em todas as situações; não confundir com a timidez natural) 
Eu Pedinte (pede demasiadamente tudo: informações, cura, dinheiro, milagres etc.) 
Eu Santarrão (muito comum entre os gnósticos, que falam excessivamente em Conduta, Santidade etc., não se lembrando que o único Santo é Deus) 
Eu Piromaníaco (atração mórbida pelo fogo) 
Eu Patada (ou chuto: brincadeiras com chutos e empurrões, entre irmãos, amigos etc.) 
Eu Místico (usa roupas extravagantes nas ruas, tem palavreado místico na hora errada...) 
Eu Malicioso (capcioso, duplo sentido, irónico) 
Eu Tiques Nervosos (ombros, piscar, coçar-se, repetições de palavras) 
Eu Raciocinador (quer encaixar tudo em suas lógicas, não reflete ou medita) 
Eu Palhaço (sempre há um funcionário na empresa ou escola que é o "palhaço da turma") 
Eu Suicídio (medo de viver, tédio, desejo de vingança) 
Eu Imitador (muito visto nesses "humoristas" que sempre imitam políticos ou figuras públicas.) 
Eu Homicida Eu Irresponsável (orgulho de falar e agir sem consideração e consciência) 
Eu do Aborto (eu assassino que se disfarça de Feminista, Moderno etc.) 
Eu Presenteador (típico de pessoas inseguras, que querem a aprovação do outro, ou orgulhosas) 
Eu Musical (adolescentes que só querem ouvir música e esquecem de seus deveres escolares) 
Eu Humilde (faceta ridícula do orgulho, pode ser também timidez ou complexo de inferioridade) 
Eu da Falsa Promessa Eu da Mentira (que nasce da dissimulação, medo, interesses) 
Eu Ateu (eu mental, superficial, baseado somente nos cinco sentidos) 
Eu Explicador (pergunta-se como está e ele conta a vida dele toda) 
Eu da Curiosidade (que se confunde com os Desejos da Alma) 
Eu da Ingenuidade Esotérica ("Ora, para manter discrição e segredo? Vamos falar sobre Rituais" 
Eu Roedor de Unhas (inseguranças, bloqueios, tristezas, que geram esse hábito) 
Eu Sectário (a minha linha gnóstica, a minha seita, a minha religião, o meu partido, clube etc.) 
Eu Fingidor (observe duas mulheres elogiando-se uma à outra). 

(Autor desconhecido)

JFM - Lisboa - PORTUGAL

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A NOVA INQUISIÇÃO

Todos achávamos que a época das perseguições clericais e inquisitórias, ao estilo da Idade Média, descritas bastante bem na obra O nome da Rosa, e igualmente reproduzida nos ecrãs de Hollywood, eram coisa do passado e que, portanto, pensar numa perseguição constante por parte de grupos reaccionários e dogmáticos contra as associações filosóficas indagadoras dos enigmas do homem, seria impensável. 

Hoje temos sido novamente confrontados com as campanhas “inquisitórias” que contra a Gnose desencadeia na Internet um grupo obscuro com interesses inconfessados que se esconde por trás de um foro chamado lagnosisdevelada.com 

São curiosos os adjectivos e ataques que os membros desse “imparcial” e “distinto” foro utiliza, à revelia dos ensinamentos gnósticas, sem conhecer no mais ínfimo da essência os postulados eternos da Gnose e sem ter em conta alguma nem a ética nem o respeito pelas ideias alheias. Como pensamos que é tão mau calar quando se deve falar, como falar quando se deve calar, o movimento gnóstico internacional, em sua legítima defesa, quer expor o seguinte: 

• As instituições gnósticas que seguem fielmente a tradição entregue pelo presidente fundador do Gnosticismo contemporâneo, V.M. Samael Aun Weor, jamais lhe interessaram as lavagens de cérebro sobre qualquer grupo humano da nossa etnia social, já que precisamente um dos bastiões da Filosofia Gnóstica tem sido, através dos séculos, o de destruir todo o tipo de dogmas, como esse que durante tantas centúrias se usou para obrigar à humanidade a aprender de cor, e sem entendimento de nenhuma espécie, uma cartilha clerical (o catecismo) sob pena de “ir parar ao inferno ou ser raptado pelo Diabo”... 

 • Os sequazes do anti Gnosticismo ignoram que a Gnose tem uma existência de milénios e em mais de uma ocasião, salvou a vida à mesmíssima fé cristica, como o atestava um dos pais da Igreja quando diz: “Os Nazarenos eram conhecidos como Batistas, Sabeanos e Cristãos de São João. Na sua crença ,achavam que o Messias não era o Filho de Deus, mas apenas e singelamente um profeta que quis seguir João”. (Origens, Vol. II, página 150). “Quando as concepções metafísicas dos Gnósticos, que viam em Jesus o Logos e o Ungido, começaram a ganhar terreno, os primitivos cristãos separaram-se dos Nazarenos, aos quais acusavam Jesus de perverter os doutrinas de João e de trocar por outro o Batismo no Jordão”.( Codex Nazarenus, II, pag. 109).

• Os perseguidores do Gnosticismo desconhecem que muitos dos grandes pais da Igreja Cristã primitiva foram gnósticos e, em consequência, pilares da mesma, como o próprio Santo Agostinho, quem ao lado de outros se confessou gnóstico por considerar que só o Gnosticismo tinha respostas válidas e sérias para as preocupações do homem de todos os tempos. 

Nós não negamos que no mundo existem interesses criados aos quais convém muitas vezes manipular o cérebro das multidões para os inclinar para sectarismos políticos, religiosos, económicos ou ideológicos, mas queremos deixar claro que o verdadeiro ensino gnóstica tão só procura que a cada pessoa se auto observe e se auto conheça intimamente, para que possa ela mesma, mediante um entendimento criador, livre de todo o tipo de fanatismos, descobrir suas próprias debilidades e aplicar melhorias corretivas sobre si mesma com o propósito de se poder desenvolver profundamente como pessoa e como ente social. É isto porventura um delito? É delito que o ser humano se pergunte por que existo, quem sou realmente e para onde vou além da morte? Que será que molesta tanto aos inquisidores dos nossos dias quando sabem que existe quem “quer pensar por si mesmo” e não ser fantoche de nenhuma organização, escola ou religião, por muito grande e poderosa que esta seja? 
Existe o jornalismo profissional e o pseudo jornalismo. O primeiro é autocrítico, imparcial, profundo, veraz e translúcido. O segundo é fruto de mentes deficientes, com mordaças religiosas ou políticas, superficial, ambíguo, falso e com muitas reservas. É lamentável que alguns meios jornalísticos se prestem ao jogo das correntes dogmáticas que têm manifestado, centenas de vezes na história, o seu afã mediatizado do pensamento humano e persecutório de todos aqueles que se atreveram a refletir a respeito do porquê da existência. Procura-se desacreditar as instituições gnósticas com qualquer pretexto, por exemplo, acusando-as de querer afastar a seus adeptos das suas famílias. 

• Sem a mais leve preocupação de seriedade não se incomodam de pesquisar ou constatar esta afirmação. Ignoram, os pseudo jornalistas, que um dos pilares fundamentais em que se sustenta o ensino gnóstica se encontra na unidade familiar e a cooperação com os seres que desde o berço nos rodearam. Desta forma explica-o o V.M. Samael Aun Weor (fundador da Gnosis contemporânea), numa conferência ditada por ele mesmo e recolhida num livro titulado “O Quinto Evangelho”: “A base destes estudos começa por se haver atingido o nível do «Bom Dono de Casa»: bom esposo, bom pai, bom irmão, bom amigo; o homem que vela por seu lar, a mulher que vela por seus filhos. E se não é casada, a mulher que é a boa filha, a boa irmã, a mulher do lar... E se é homem, não é casado, será pelo menos o bom homem que vela pelos seus, pelos seus familiares, e se não os tem, pois então cumprirá com seus deveres: os que existem para com toda a humanidade em geral. Se um não tiver atingido o nível do «Bom Dono de Casa», não serve para estes estudos”. 

• Resulta ridículo que no Ocidente tivéssemos atacado a repressão jornalística que se fez durante mais de 50 anos nos países do Leste, e que nós, aqui e agora, estejamos a começar igualmente a perseguir quem fazendo uso da “Carta Constitucional e o espírito democrático de qualquer nação livre”, quer indagar cientificamente sobre o homem e a sua trajectória sobre a face da Terra. •A temática gnóstica da “negação de si mesmo” é tão antiga como a história do mundo e mesmo Jesus deixou estabelecido o seguinte postulado: “O que me queira seguir, depois de mim, tome sua cruz, negue-se a si mesmo e siga-me”. Perguntamos outra vez: É um delito, o estudar o seu subconsciente com o propósito, bem definido, de impedir que o Ego animal, que toda a pessoa tem dentro, da possibilidade de nos fazer seus escravos? Porque, se tanto se quer que a humanidade se regenere, não se poderá ir ao fundo psicológico do ser humano, onde se encontram as raízes de todos seus males, e estabelecer remédios adequados baseados no ENTENDIMENTO DE FUNDO e na PSICOANÁLISE ÍNTIMA? Esta é a alternativa que propõe o Gnosticismo contemporâneo e isso incomoda aqueles que pensam que os problemas do homem dos nossos dias se podem solucionar aceitando às cegas um texto dogmático ou uma crença repetida de cor ainda que se desconheça o seu fundo de realidade. 

• A respeito da Alquimia sexual permita-se-nos dizer aqui, que lamentamos o desconhecimento que têm os inimigos da Gnose a respeito de uma ciência amplamente conhecida com o nome de Tantrismo, a qual constitui, em si mesma, uma técnica mediante a qual o homem pode tornar-se consciente de suas próprias energias e canaliza-las harmoniosamente através de seu corpo com a ajuda da ciência da respiração, meditación e até mesmo da Transmutação. Einstein já o indicou quando enunciou a equação da energia ao dizer: “Energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado”. Com o qual assinalou que da massa se pode fazer energia e a energia pode converter-se em massa. Esta técnica utilizada por milhões de monges adscritos ao Lamaísmo no Tibete e na Índia, que é assim igualmente conhecida pelos devotos do Yoga no Oriente e Ocidente, nada tem de estranho e muito menos contra natura. O que é sim um iminente perigo é a repressão das energias sexuais ou a perca dos potenciais energéticos do ser humano, tudo o pode levar tarde ou cedo a padecer de desequilíbrios de todo o tipo. Que sabem a respeito disto os fanáticos dos dogmas clericais ou cientistas? Por que repetem como papagaios o que nem sequer desconfiam?... •A lógica mais elementar ensina que para discernir sobre algo é necessário a conhecer, portanto o que se ri do que desconhece – como bem o aponta o insigne escritor Victor Hugo: ESTÁ NO CAMINHO CERTO PARA SE TORNAR UM IDIOTA. Tal é a postura de alguns fanáticos que usam qualquer meio, sem o menor dos escrúpulos, para troçar do que não conhecem, ignorando, ademais, que o sarcasmo, a mentira e o insulto são as armas que utilizam hoje em dia os espíritos pobres que vêm esgotada a sua retórica mal intencionada. 

• Os esquizofrénicos existem em todos os extratos sociais e em todos os credos orientais e ocidentais. Não faltam gentes com sérios desequilíbrios na sua personalidade que lança a culpa de seus males à Gnose, ou gentes que sofrendo importantes transtornos psicológicos conhecem a Gnose e depois continuam, com os mesmos procedimentos que faziam antes, a perturbar a vida dos demais. No entanto, este é um facto que deve ser analisado muito judiciosamente já que nunca devemos utilizar o mesmo alqueire para medir todos os seres humanos por igual. A não ter em conta este aspecto cairíamos no crasso erro de pensar, por exemplo, que todos os sacerdotes têm sido pessoas com grandes repressões sexuais quando na realidade têm existido e existem homens com profunda vocação sacerdotal à margem de muitos outros sexualmente desequilibrados. É chegada a hora de fazer resplandecer a verdadeira e legítima Gnose e demonstrar que esta é um ensinamento essencialmente ético e profundamente tolerante, cujo único propósito é restituir na cada um de nós a capacidade de viver consciente e inteligentemente para eliminar em nós mesmos as causas últimas de nossa ignorância e poder sondar assim os arcanos do Eterno e do Universo que nos envolve. 

 Por: Oscar Uzcategui (V.M. Kwen Khan) [AGEAC] Original AQUI 

 JFM Lisboa - PORTUGAL

quinta-feira, 17 de maio de 2012

OS SINAIS DE PAZ INTERIOR

-Uma tendência a pensar e a actuar conscientemente,em vez de reagir com os medos causados por experiências passadas.

-Uma habilidade inconfundível para desfrutar cada momento.

- Perder o interesse em julgar a outros.


- Perder o interesse em criticar os demais.

- Perder o interesse no conflito.

- Perder o interesse por interpretar as acções de outros.


 - Perder o costume de preocupar-se.

- Frequentes e constantes impulsos de agradecimento.

- Sentimentos felizes de ligação com os outros e com a Natureza.

- Sentimentos frequentes de sorrir com o Coração.

 -Sensibilidade crescente à bondade que se nos oferece e urgência em lhe responder.

-Uma tendência crescente para deixar que as coisas fluam, em vez de se resistir e manipular.

-Ser quem realmente és conhecendo a tua verdadeira e santa identidade. 

JFM - Lisboa - PORTUGAL

quinta-feira, 10 de maio de 2012

OS VERDADEIROS GNÓSTICOS

O notável crescimento da Gnose em todo o mundo, tem desencadeado por parte daqueles que sempre e historicamente a perseguem, acções inqualificáveis que se multiplicam dia após dia. 
A Gnose que não tem por objectivo convencer seja quem for, nem tenta impor as suas ideias a quem quer que seja, é hoje confrontada com o mesmo desafio de todos os tempos: afirmar-se pela razão que o seu ensinamento contém. Claro que nem todos aqueles que se auto proclamam Gnósticos o são. Mas acaso pode algum dia, em qualquer circunstancia, ser a parte tomada pelo todo? Evidentemente que a resposta é negativa. No entanto aos detratores da Gnose isso pouco importa. Os fins são outros e todos os pretextos são “bons” para denegrirem VM Samael e todo o seu legado. 
Esta gente não é mais que um bando de metediços que mais não fazem que tentar através da provocação, meterem-se na vida de quem não os contesta, não lhes dá importância, nem lhe reconhece um pingo de autoridade… Ou pelo menos não o devia.
Deixamos aqui, hoje, uma espécie de código de conduta pelo qual alguns de nós se procuram guiar. Com sucesso? Bem sabemos que muita gente fica pelo caminho… 
Bom lembrar que, VM Samael Aun Weor SEMPRE afirmou: “Não quero seguidores mas apenas imitadores”.

 Paz Inverencial 


OS VERDADEIROS GNÓSTICOS:
Madrugam com o Sol, saúdam com amor cada amanhecer, alegres ativos e otimistas.

Elogiam, estimulam e servem sem interessa. Têm para com os demais desejos positivos. Não falam de si mesmos.

Sabem perdoar, não maldizem, não mentem nem enganam, não exageram nem tergiversam. Procuram ser humildes e pacientes. Fazem algo pela felicidade dos outros. Dão razão e não discutem.

Reconhecem os seus erros e limitações. Não se julgam sábios nem melhores que os demais. Não humilham nem acusam. Não prejudicam, não subestimam, não censuram a moral alheia. São sinceros, leais e agradecidos.

Não revelam segredos. Nem os próprios nem os dos outros. Não ridicularizam, não maltratam e sabem sorrir como as crianças.

Não usam armadilhas, não subjugam nem ameaçam.

Sabem usar as suas mãos apenas para aliviar, ensinar e bendizer. Apreciam os semelhantes e quando o fazem não são avaros, nem invejosos. Atuam com serenidade e decoro. Não são mordazes, sabem calar e nunca se metem nas vidas alheias.

Amam a sua família e o seu cônjuge sem qualquer dúvida. Não se envaidecem com a prosperidade, nem se deixam abater com a desgraça. Por que só sabem fazer a vontade do Pai Interno.

O original pode ser visto AQUI


JFM  Lisboa - PORTUGAL

quinta-feira, 3 de maio de 2012

ABRAXAS

Fazendo uma investigação sobre a palavra "Abraxas" descobrimos que a grande Mestra e esoterista Helena P. Blavatsky diz-nos que se trata de uma palavra mística que se remonta a Basílides, o Pitagórico de Alejandría, no ano 90 após Cristo. Basílides empregava a vocalização Abraxas como invocação. Dizia que era uma divindade suprema entre as sete principais, e que estava dotada de 365 virtudes. Isto era algo simbólico que tem a ver com a numeração grega: 



a = 1 
b = 2 
r = 100 
a = 1 
x = 60 
a = 1 
s = 200 
TOTAL 365

 Isto é, a soma dos valores numéricos que atribuíam à cada letra da palavra Abraxas forma um total de 365, que correspondia aos 365 dias do ano solar, ou o que tanto faz, a um ciclo de acção divina", o conjunto das 365 manifestações sucessivas atribuídas a Deus num ano. Outros autores como C. W. King, autor do livro "Os Gnósticos", consideram a palavra Abraxas similar à hebreia "Shemahamphorasch" que é uma palavra sagrada do extenso nome de Deus. A grande autoridade maçónica Oliver relaciona o nome de Abraxas com o de Abraham. Noutras latitudes, também aparece o nome de Abraxas e acredita-se ser ele cópia das palavras hindu "Abhimanin" (o filho primogénito de Brahma) e "Brahma" combinadas. Por outro lado, segundo  Hans Leisegang, livro "A Gnose", Abraxas identifica-o com Mitra; diz que é o mediador entre a humanidade e o único Deus, o Sol invencível, que se venerou na antiguidade pelos séculos III-IV. Este Abraxas-Mitra, tem origem persa, é o mediador entre Ahuramazda e Ariman, isto é entre o Bem e o Mal. Também não podemos esquecer a presença de Abraxas na Teurgia; como palavra mágica relacionada com o Abracadabra que provem da frase hebreia: "Abreq ad hâbra" que significa: "Envia o teu raio até a morte". A este respeito H. P. Blavatsky diz-nos que "Abracadabra" é um termo posterior à voz sagrada de "Abraxas" que, por sua vez, deriva de uma sagrada e antiga palavra copta ou egípcia, a qual seria uma formula mágica que significava simbolicamente: "Não me danifiques", e se dirigia à divindade. Escrevia-se num amuleto ou talismã que se trazia ao pescoço debaixo ou por fora da roupa. As pedras Abraxas que eram usadas pelos gnósticos, eram gemas que tinham inscrita essa palavra grega que se usavam como talismã. Os amuletos converteram-se em objectos tão comuns entre os cristãos que no século IV foram proibidos tanto a sua fabricação como seu uso, sob pena de ser expulso da ordem sagrada à que se pertencesse. As gemas Abraxas representavam, geralmente, um corpo humano com cabeça de galo, que numa mão levava um escudo, na outra um chicote e duas serpentes no lugar de pernas. Às vezes, aparecia com outras figuras fantásticas como uma cabeça de leão, elefante, serpente, etc. Em algumas gemas surge com as letras I. A. O. que designam à divindade. Estas letras, na realidade, estão contidas na palavra GALO ou GAIO. O V. M. Samael Aum Weor desvenda-nos o mistério do Abraxas. Explica-nos que aquele que recebe a iniciação venusta encarna a sua estrela. Esta estrela crucificada na cruz é o Cristo dos Abraxas. Fala-nos também o Mestre do significado da duplicidade da serpente que forma as patas do galo solar dos Abraxas. Uma é a serpente ascendente, a serpente de cobre de Moisés, a outra é a serpente descendente. Todo o trabalho da Grande Obra consiste em desprender dos anéis encantados a serpente sedutora; domá-la, vencê-la, pôr-lhe o pé sobre a cabeça, e levanta-la pelo canal medular, para abrir as sete igrejas. As duas serpentes que se enroscam no caduceu de Mercúrio, no ser humano normal e corrente são: a serpente direita que ascende, enquanto a esquerda desce para os nossos próprios infernos atómicos, para a satisfação animal. Antes do homem ter saído do Éden as duas serpentes estavam levantadas sobre a vara, tal como nos anjos que têm nos seus dois pólos de força sexual; masculino e feminino, fluindo para acima, para a cabeça. Actualmente, os seres humanos têm sua energia sexual dividida: enquanto a corrente solar masculina positiva ascende, a energia negativa feminina lunar desce. Há que levantar o pólo negativo da nossa força criadora. As duas serpentes devem fluir para acima, para a cabeça como nos anjos. No livro "Curso Esotérico de Kábala" do V. M. Samael, em seu capítulo VI, podemos ler: A chave encontra-se na Serpente, as patas de Galo dos Abraxas é uma dupla serpente. Existem a serpente tentadora do Edén e a serpente de cobre de Moisés entrelaçadas no Tau, isto é, no lingam sexual. A serpente normalmente está encerrada no chacra Muladhara (Igreja de Éfeso). Ela dormita nesse centro coccígeo. A serpente deve inevitavelmente sair de sua Igreja. Se sobe pelo canal medular, convertemo-nos em anjos. Se baixa até os infernos atómicos converte-nos em demónios. Agora compreendereis porque a serpente do caduceu é sempre dúplice, a força sexual é o Hilé dos gnósticos." Noutra passagem de outro livro diz: "O alma acha-se entre dois caminhos, o da luz ou o das trevas e o problema é absolutamente sexual. A chave encontra-se na serpente sagrada. O galo representa o I. A. O., o Verbo, a palavra." O ABRAXAS dos gnósticos é o INRI dos cristãos, o TAO chinês, o ZEN budista... 
Para finalizar com este aspecto faremos menção de um escrito de Carl Gustav Jung, que se inspirou em Basilides de Alejandría, e se intitulava "Os sete sermões aos mortos" ou "Septem Sermones ad Mortus". Este texto era presenteado em certas ocasiões aos seus amigos, mas nunca permitiu que o publicassem. Jung colheu dos gnósticos o pensamento paradoxal, utilizando terminologia como a palavra Abraxas para denominar à divindade. Jung, finalmente, autorizou a publicação deste texto no âmbito do seu livro de memórias depois de dúvidas e só "por uma questão de honestidade", mas não permitiu que se publicasse a solução do anagrama que se encontra ao final do sétimo sermão. Extraímos alguns parágrafos destes sete sermões aos mortos no que se refere concretamente ao Deus Abraxas.  Dizem assim: 

"Este é um Deus do que vocês nada sabíeis, pois os homens esqueceram-no. Denominamos o seu nome: ABRAXAS.

 É ainda mais indeterminado: Deus e Diabo. Para diferenciar Deus dele, chamamos-lhe Deus Helios ou Sol.

Abraxas é acção, frente a ele não há nada senão o irreal, por isso a sua natureza ativa desliga-se livremente.

Abraxas está acima do Sol e acima do Diabo...

Se o Pleroma tivesse uma essência, Abraxas seria a sua manifestação... É força, duração, transformação.

Os mortos avançaram entre o nevoeiro através dos pântanos e gritaram: Fala-nos mais sobre o supremo Deus!

Abraxas é um Deus dificilmente reconhecível, o seu poder é o supremo, pois o homem não o vê.

Do Sol vê o Summum Bonum, do diabo e o lnfinitum Malum, de Abraxas. No entanto, a Vida indeterminada em todos os aspectos é a mãe do bem e do mal.

A vida parece ser mais pequena e mais débil que o Summum Bonum, razão pela qual resulta difícil pensar que Abraxas supere inclusive em poder do Sol, que é a fonte iluminadora de toda a força da própria vida.

Abraxas é o Sol e, ao mesmo tempo, o abismo eternamente criado pelo Vazio, do Diabo.

O poder de Abraxas é ambivalente. Vocês não o vêm pois os vossos olhos estão opostamente orientados pelo que este poder deixa de o ser.


O que Deus Sol diz é vida.

O que diz o Diabo é morte.

Abraxas, no entanto, a palavra digna e condenada, é ao mesmo tempo vida e morte. Abraxas produz verdade e mentira, bem e mal, luz e trevas na mesma palavra e no mesmo ato.

Por isso Abraxas é temível. É soberbo como o leão no instante em que vence a sua vítima. É belo como num dia de primavera. É o cheio quando se une ao vazio. É a cópula sagrada, é o amor e seu homicídio, é o santo e seu traidor. É a mais clara luz do dia e a mais profunda noite do absurdo.

Vê-lo significa cegueira, conhece-lo significa doença, rezar-lhe significa morte, teme-lo significa sabedoria, não se opor a Ele significa salvação.


Deus vive por trás do Sol, o Diabo vive por trás da noite.


O que Deus engendra a partir da luz, o Diabo o arrasta à noite. Mas Abraxas é o mundo, o seu devir e deixar de ser mesmo.


A cada oferenda ao Deus Sol, o Diabo apresenta a sua maldição. Todo quanto solicitais do Deus Sol, produz um ato do Diabo. Todo quanto creiais com Deus dá ao Diabo poder de atuação.


Este é o terrível Abraxas...


Quando o grande mundo se torna frio, a estrela alumia. Não há nada entre o homem e o seu Deus, quanto ao homem pode separar o seu olhar do espectáculo flamejante de Abraxas...


Aqui homem, ali Deus. Aqui debilidade e ausência, ali eterna força criadora. Aqui escuridão total e frio húmido, ali Sol pleno.” 

JFM Lisboa - Portugal