quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A HISTÓRIA DE ANGULIMALA



 



ORAÇÃO de Angulimala:

Não olhes com ligeireza as tuas falhas dizendo:
"Esta é a última vez, não importa."
Como um recipiente se enche, gota a gota
assim um néscio se enche de maldade.

Não subestimes as tuas virtudes dizendo:
"Longe de mim, não importam."
O jarro também enche gota a gota
e assim se enche um sábio de bondade.

Evita sempre as más ações
como o rico comerciante evita,
pouca guarda e poucos haveres,
nas estradas perigosas;
ou como alguém que ama a vida
evita a ingestão de veneno.

Porque uma mão sem feridas
pode tocar o veneno sem medo:
por isso não há mal para o bem.


JFM - Lisboa - Portugal



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

APENAS UM MINUTO POR DIA



É só um minuto por dia. Não há desculpa:
A prática para evitar o envelhecimento e a demência; Parece muito fácil, verdade?

Faz este Exercício da cultura chinesa simples e eficaz... e verás
A essencial está em  manter os olhos fechados enquanto estiveres a praticar o Jin Ji Du Li...
Eis o exercício:
Mantém o peso do corpo sobre uma perna, enquanto os olhos estão fechados. É tudo.
Experimenta  agora mesmo, pondo-te em pé, fecha os olhos e tenta manter-te parado num só pé.
Se não fores capaz de permanecer pelo menos 10 segundos, significa que teu corpo está degenerado ao  um  nível de 60 a 70 anos de idade. Por outras palavras, é possível que só tenha 40 anos de idade, mas seu corpo tem envelhecido mais rapidamente.
Tentei fazer este exercício quando li no correio electrónico e pensei: "grande coisa, estou seguro de que posso fazer isto facilmente"
Enganei-me. Fiquei contente por verificar que com os olhos abertos me conseguia suster mas, quando fechava os olhos o resultado era bem diferente. Era outra história!
Eu não conseguia manter o equilíbrio durante mais de dois ou três segundos.
Não é necessário levantar muito a perna para verificar que os teus órgãos internos não estão em sincronia.
Os chineses têm avançado muito no conhecimento do corpo humano.
Foi muito entusiasmante saber que a prática frequente e regular deste exercício pode ajudar a recuperar o sentido do equilíbrio.
De fato, os especialistas chineses sugerem que a prática diária de Jin Ji Du Li durante 1 minuto, ajuda a prevenir a demência.
No princípio pode-se começar por fazer o exercício com os olhos semi cerrados indo pouco a pouco fechando-os completamente. De facto, isto é o que o especialista em saúde Zhong Li Ba Ren recomenda.
A prática diária de Jin Ji Du Li, pode ajudar na cura de muitas doenças como:
Hipertensão,
Altos níveis de açúcar no sangue ou diabetes,
O pescoço e as doenças da coluna vertebral,
e também pode evitar que padeças de demência senil.
Zhong Li Ba Ren tem um livro titulado "Self help is better than seeking doctors' help", um best-seller que tem sido o livro de saúde mais vendido na China, desde a sua publicação pela primeira vez no ano passado. O seu sucesso pode-se medir pelo fato de ter conseguido vender mais de um milhão de exemplares.
Diz-se que de acordo com a opinião dos médicos chineses, as doenças aparecem no corpo quando surgem problemas na coordenação entre os diversos órgãos internos, o que faz com que o corpo perca seu equilíbrio.
Jin Ji Du Li pode reajustar esta inter-relação dos órgãos e o seu funcionamento entre si.
Zhong Li Ba Ren afirmou que a maioria das pessoas não pode parar sobre um pé com os olhos fechados por 5 segundos, mas mais tarde, após uma prática diária , são capazes do fazer durante mais de 2 minutos.
À medida que se adquira capacidade de permanecer por mais tempo, a sensação de peso desaparece.
Ao praticar Jin Ji Du Li, você notará que a qualidade do sono é melhor, a mente aclara-se e melhora significativamente a memória.
O mais importante é que com a prática Jin Ji Du Li com os olhos fechados durante 1 minuto por dia, evitará a demência senil ( significa que o cérebro manter-se-á saudável).
Zhong Li Ba Ren explicou que há seis meridianos importantes que passam pelas pernas. Assim e sempre que se pára sobre uma  perna, sentirá dor ao fazer o exercício. Quando isto ocorre, os órgãos correspondentes destes meridianos e as suas formas começam a receber o ajuste necessário. Este método pode focar ou concentrar a consciência do canal do corpo até os pés.
Não tens que esperar ter alguma doença para começar a praticar Jin Ji Du Li. É recomendável a qualquer tipo de pessoa e especialmente benéfico aos jovens. A sua prática enquanto sãos serve para adiar os problemas próprios da velhice
Não se recomenda a pessoas cujas pernas estejam debilitadas e não possam permanecer de pé um certo período.

É a mente a que cria o mundo que nos rodeia e mesmo quando nos encontramos juntos, parados na mesma ocasião, os meus olhos nunca verão o que os teus contemplam e meu coração nunca se agitará com as emoções que comovem ao teu”.

Recebido por e-mail 


JFM  Lisboa - Portugal

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O IDIOTA, O ERUDITO E A PERFEIÇÃO HUMANA



Não é novidade a briga entre as duas correntes: a dos que lutam para provar de todas as formas a inexistência de Deus e, a dos que fanaticamente brigam para dizer com todas as vozes que Deus existe e vai castigar todo mundo, se não nos arrependermos de nossos pecados.

No meio desse embate estão alguns poucos que sentem falta de algo em si. Sentem que vida não é só um nascer, crescer, “criar juízo”, casar e depois morrer. Acham que o ser humano poderia se transformar em algo mais digno, mais elevado. Dizem alguns filósofos, como por exemplo, Deepak Chopra, que para chegar à perfeição basta entrar em meditação e se autoconhecer. O problema é que essa busca por esse “algo a mais” pode ser taxada como coisa de idiotas.

Idiota é uma palavra muito interessante e já foi diagnosticada por vários escritores. Um dos mais interessantes casos de imbecilidade crônica foi apontado por François Rabelais, no século 16: a idiotice doutoral dos “eruditos”. Esse tipo de idiota insiste em usar palavras sofisticadas para falar sobre o nada e é especialista em fazer com que ninguém o entenda. Um deles queria saber se “a frigidez hibernal dos antípodas, passando numa linha ortogonal através da homogênea solidez do centro, podia, por uma delicada antiperístase, aquecer a convexidade dos nossos calcanhares”.
O que é ser inteligente, então? É por acaso falar coisas absurdas e ininteligíveis – o famoso: “falar bonito”?  É, por acaso, acumular informações em nosso pequeno cérebro e repeti-las como um papagaio, mesmo que não sejam nossas, com pose de erudito e olhar de sabichão? Talvez, inteligência seja um apanhado de consciência daquilo que se é, de onde se está e do que se sabe. Se for assim, há muitas formas de ser inteligente. Quem sabe por isso Sócrates, o homem mais sábio da Grécia, explicou: “Eu e os homens notáveis de Atenas nada sabemos. A única diferença entre eu e eles é que eu, nada sabendo, sei que nada sei, enquanto que eles, nada sabendo, pensam que sabem muito”.
Essa busca por esse “algo a mais” faz parte da condição humana. Até mesmo Sócrates buscava o belo inspirado em um modelo divino. Aqueles que negam o princípio inteligente chamado Deus, o vêm no “Deus ciência” e buscam nela a resposta para suas inquietudes.
O fato é que talvez o idiota esteja mais perto de encontrar as soluções para suas inquietudes do que o erudito. Porque o erudito, o ignorante ilustrado, pensa que sabe muito. Pensa que é um gênio, um sábio, quando na verdade “não só ignora, como ignora que ignora”.
O idiota, em sua sabia ingenuidade, possui uma ânsia de querer ser melhor. E é nessa ingenuidade que está sua sabedoria: a capacidade de poder capturar o belo da vida, de si e dos princípios inteligentes da natureza. Na ânsia por encontrar a transcendência, o idiota não cria filosofias complicadas sobre o criador, nem pensa sobre ele, simplesmente fecha os olhos e tenta senti-lo dentro de si...
Bendito sejam os idiotas...


Paulo de Siqueira

Curitiba - Brasil

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O LIVRO TIBETANO DOS MORTOS

"Quem puder entender a morte melhor viverá" -

 

O documentário que esta semana fazemos refencia fala-nos da morte, num tempo em que recentemente tanto dela se falou:  O fim do mundo.
O Alguém disse que todas as histórias de vidas com sucesso acabam no cemitério. Que nisto se medite.



Um resumo do "Livro Tibetano dos Mortos" pode ser lido/baixado gratuitamente AQUI


JFM - Lisboa - Portugal

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A POLITICA E O DESPERTAR INTERIOR

O sábio Diógenes, depois de ser expulso de sua cidade natal Sínope, fez morada em um barril, em Atenas. Seus únicos bens eram um alforje, um bastão e uma tigela. Todos os dias pegava uma lanterna e, em plena luz do dia, saia caminhando pelas ruas procurando um homem honesto. A única coisa que lhe interessava era desbancar os valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta e, desenvolver as virtudes humanas. Isso acontecia, ironicamente, em uma sociedade, que segundo alguns historiadores, inventou a política.
Politica quer dizer “o exercício do Poder”. Para exercer a autoridade deve-se agir com coerção sobre alguém. Há três maneiras básicas para coagir: a forma tradicionalista, que é o mando que passa de pai para filho, a da legalidade, através da competência de um estatuto legal, fundado em regras e, através do carisma, que significa dizer: a devoção depositada em alguém. A confiança que se deposita em outra pessoa. É a admiração pela fé. O fato é que não existe política sem dominação, através da coerção. Deste modo, todo homem que se entrega ao exercício político aspira poder.
Para o Filósofo Samael Aun Weor, que de igual maneira renunciou, também, ao mundo corrupto exterior, assim como Diógenes, o importante não são as formas, mas, o conteúdo: “no mundo existem certas maneiras religiosas que só conduzem a um beco sem saída, mas seus seguidores insistem em se purificar trancados em tais prisões. Se deve renunciar a essas doutrinas, se deve ter o valor de renunciar a tais jaulas. O importante é o que está dentro de nós”. Samael afirma nas entrelinhas, nesta citação, que o mundo dos conceitos, do intelectualismo politico, ou religioso, o mundo dos dogmas, e das disputas, mesmo que seja dentro do Movimento Gnóstico, é uma prisão intelectual que não leva a lugar nenhum.
No evangelho Gnóstico de Thomé encontramos: “se vossos guias vos disserem: Olhai, o Reino está no céu, então os pássaros do céu vos precederão. Se vos disserem: está no mar, então os peixes vos precederão. Mas o reino está dentro de vós e está fora de vós. Quando vos chegueis conhecer a vós próprios, então sereis conhecidos e sabereis que vós sois os filhos do Pai vivente. Mas se vós não vos conhecerdes, então ficareis na pobreza  e sereis a pobreza.”
Da mesma forma, quando Maria Madalena pergunta a Jesus sobre qual é o pecado do mundo, ele responde: “não há pecado, no entanto, vós cometeis pecado quando praticais as obras da natureza do adultério denominada pecado”... “Por isso ficais doentes e morrereis, uma vez que praticais o que vos extravia. A matéria gerou uma paixão carente da semelhança, uma vez que procedeu um ato contranatural”.
A busca do despertar, então, exige certa qualidade que foge dos padrões sociais antigos e modernos: a abnegação. Abnegar-se é renunciar algo em benefício próprio. Na política o que mais se quer é o exercício do poder em benefício próprio. Essa maneira de proceder sufoca nossa verdadeira realidade, isso que está dentro de nós e que podemos rotular de chispa divina.
Diz o Evangelho da Verdade: “uma vez que a totalidade procurou aquele de quem tinha saído, e a totalidade estava dentro dele, o incompreensível, impensável, que esta sobre todo o pensamento, ignorar o pai provocou angustia e dor. Mas a angústia tornou-se densa como a bruma, de maneira que ninguém podia ver; por este motivo se fortaleceu o erro; trabalhou sua matéria em vão, uma vez que não conhecia a verdade”.
De acordo com o Evangelho da Verdade, dos Evangelhos Apócrifos Gnósticos, ignorar essa essência divina que está dentro de nós, a Pistis Sophia, que saiu do Pleroma, ou dos mundos superiores, é cultivar a dor em nós. Buscar alimentar essa essência, que por natureza é altruísta, rega-la com abnegação é o caminho, assim demostrou Diógenes, que com sua “doutrina cínica” criticava o mundo das vaidades.
Mais do que dizer que Samael, ou o próprio Apóstolo Thomé, teriam interpretações marxistas da religião, devemos entender que eles não se colocavam contra Deus, mas diziam que ele não está fora, e sim dentro de nós. Diziam ainda, que através da prática do autoconhecimento podemos entrar no reino dele, que também está dentro de cada um de nós.
Exercitar o poder da coerção, então, é a cegueira que nos priva do conhecimento real de quem somos nós? O sentir-se dominador, querer tirar proveito em benefício próprio é esquecer-se do Pai que vive em nós. Se quisermos disputar poder com outros, como poderemos então praticar a abnegação?
Jesus, o divino rabi da galileia, como bom gnóstico que era, afirmou: “é dando que se recebe. E, quanto mais se dá, mais se recebe”. Esse é o procedimento puro de um verdadeiro praticante do gnosticismo.
A Gnose é o conhecimento claro dos mistérios divinos; a gnose é um funcionalismo muito natural da consciência desperta, é uma filosofia perene e universal. Por isso, ela exige que se lance mão de todo o tipo de prisão: a ignorância.
Por isso é que todos os grandes sábios que buscavam um despertar interior, um despertar para o mundo espiritual, praticavam a abnegação e a renuncia das vaidades do mundo. Por isso, Diógenes não queria nada. Queria apenas que as pessoas saíssem de sua frente para deixar a luz do Sol passar e esquentar seu lar: o barril.

Paulo de Siqueira 

Curitiba - Brasil