quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
A ARTE DE CALAR
Muitas vezes basta uma mirada.
Uma mirada sustentada.
Os olhos nos os olhos do outro.
Adivinhar o significado dos brilhos.
Ler o futuro imediato para além da pupila.
Queres dizer muitas coisas,
mas aguentam-se as vontades.
Aperta os lábios.
Permite que as ideias circulem
mas que fiquem adentro.
Alonga o espaço entre as perguntas e as respostas.
Deixa que os músculos se desenhem no rosto.
Espera um sinal de alerta.
Forçar a respiração.
Pensar que o outro pensa.
Analisa.
Espera.
A economia das palavras:
uma virtude que não é exclusiva das freiras de clausura.
Um jogo que praticam os que sabem fazer-se loucos.
Os que entendem que nem todos os interrogantes
merecem uma frase.
Que a solução nem sempre chega ao abrir a boca.
Porquê o dizer tudo?
Por que não manter em conserva uma dose
do que se pensa?
Porque não converter em segredo
algumas das ideias que fazem o seu aparecimento sem prévio
aviso,
ao menos pela a ilusão de que o tempo as amadureça
e as transforme em ideias mais duradouras?
Porque não entender, de uma vez,
que a boca jamais conseguirá ser tão rápida como o cérebro?
E que nem tudo o que se cruza pela mente
Pode-se converter em palavras, nem o merece?
Que também se pode falar com o gesto?
Que o silêncio às vezes grita?
Guarda-se silêncio nos hospitais,
nas salas de velórios,
nas sessões solenes
e no consultório odontológico.
Guarda-se silêncio por pudor,
por respeito, por dor…
pela dor que é incapaz de se converter em pranto.
Ou quando o pranto se esgota, e esgota o que chora..
Teria que aprender a calar
sem outro motivo que a própria vontade.
Calar para escutar.
Calar para olhar.
Calar para aprender.
Calar para calar.
Calar, para converter o silêncio num cúmplice.
Para saber se o eco existe.
Calar, porque nem tudo o que nos convém
escutar no-lo dizem ao ouvido,
com a intimidade de uma confissão,
com o volume de um grito,
com o acento das grandes revelações.
Calar, para compreender que o silêncio é a máscara
dos sons mais formosos…
(Desconheço o autor)
JFM _ Lisboa - Portugal
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
RELIGIÃO vs ESPIRITUALIDADE
Religião não há só uma. Existem centenas.
A espiritualidade é única.
A religião é para os que vivem adormecidos.
A espiritualidade é para quem quer despertar.
A religião serve aqueles que precisam de alguém
que lhes diga o que fazer ou gostam que alguém os conduza.
A espiritualidade é para aqueles que ouvem a sua
consciência o Ser Intimo.
Na religião existem uma série de regras
dogmáticas.
A espiritualidade convida a relativizar e a
questionar tudo.
A religião ameaça e assusta.
A espiritualidade trás a mensagem da Paz ao
coração.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade ensina a aprender com o erro.
A religião reprime e torna-te muitas vezes falso.
A espiritualidade transcende tudo e propõe que se
fale sempre a verdade.
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo, logo é divina.
A religião não procura nem pergunta.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião por ser uma organização humana tem
regras.
A espiritualidade não precisa de regras por ser
divina.
A religião é a causadora de divisões.
A espiritualidade apela à união.
A religião procura crentes.
A espiritualidade tem que ser procurada.
A religião segue preceitos de um determinado
livro.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os
livros.
A religião alimenta-se do medo.
A espiritualidade é uma fonte de confiança e fé.
A religião mora no pensamento.
A espiritualidade habita na consciência.
A religião preocupa-se que o fazer.
A espiritualidade com o Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade torna-nos transcendentais.
A religião propõe-nos que renunciemos ao mundo.
A espiritualidade faz-nos viver com Deus e não O
negar.
A religião é adoração.
A espiritualidade é meditação.
A religião propõe a glória e sonha com o paraíso.
A espiritualidade faz-nos viver na glória do
paraíso aqui e agora.
A religião está no passado e no futuro.
A espiritualidade vive o momento. Agora.
A religião condiciona a nossa memória.
A espiritualidade liberta a nossa consciência.
A religião acredita na vida eterna.
A espiritualidade torna-nos conscientes de tal.
A religião faz promessas para depois da morte.
A espiritualidade encontra Deus no nosso coração
durante a vida.
"Não somos seres humanos passando por uma
experiência espiritual, somos seres espirituais passando por uma experiencia
humana".
(Texto de autor desconhecido traduzido e adaptado
do espanhol).
JFM – Lisboa - Portugal
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