quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SABEDORIA INDIGENA

Um velho cacique de uma tribo conversava com os seus netos sobre as coisas da vida.
E disse-lhes:
A grande luta que há dentro de mim parece...
Uma luta entre dois lobos.




UM deles é…
o ressentimento,
a inferioridade,
o medo,
a maldade,
a avareza,
a mentira,
o egoísmo,
a inveja,
o rancor,
 a culpa,
a dor,
a ira,

O outro lobo, é …
a paz,
o amor,
a bondade,
a alegria,
a gratidão,
a simplicidade,
a esperança,
a serenidade,
a humildade,
a compaixão,
a sinceridade,
a misericórdia,
a generosidade,

E depois adiantou...
“Esta mesma luta acontece entre vós e dentro...de todos os seres da  Terra.”
 As crianças pensaram durante uns instantes e um deles perguntou ao seu avô:
 - E qual dos lobos acreditas que ganhará ?
 E o velho cacique respondeu simplesmente...

-Aquele que alimentares...


JFM _ Lisboa - Portugal


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A LIBERDADE


O “sentido da liberdade” é algo que ainda não foi adequadamente entendido pela humanidade… Devido ao facto do conceito de “liberdade” sempre ter sido apresentado de forma mais ou menos equivocada, gravíssimos erros foram cometidos. Certamente luta-se por uma palavra; tiram-se conclusões absurdas; cometem-se atropelos de toda a espécie e derrama-se sangue nos campos de batalha
A palavra “liberdade” é fascinante. Toda a gente gosta de liberdade. No entanto, não há compreensão autêntica sobre a mesma. Há muita confusão em relação a esta palavra. Não é possível encontrar uma dezena de pessoas que defina a palavra liberdade da mesma forma e do mesmo modo.
É que o termo liberdade não poderia, de nenhuma maneira, ser compreensível pelo racionalismo subjectivo. Cada pessoa tem ideias diferentes sobre esta palavra; opiniões subjectivas  e desprovidas de qualquer realidade objectiva.
Ao propor-se a questão da liberdade sempre haverá incoerência, indefinição e incongruência em cada mente. Estou seguro que o senhor Emmanuel Kant, o autor da “Critica da Razão Pura”  e da “Critica da Razão Prática” , jamais analisou esta palavra para lhe dar o sentido exacto.
 Liberdade é uma linda palavra, um belo termo! Quantos crimes foram cometidos em seu nome? Indiscutivelmente, o termo liberdade hipnotizou as multidões. Montanhas, vales, rios e mares tingiram-se de sangue ao conjuro desta mágica palavra.
Quantas bandeiras, quanto sangue e quantos heróis surgiram no curso da História cada vez que se colocou a liberdade no tapete da vida. Infelizmente, depois de toda a independência a tão alto preço alcançada, a escravidão continua dentro de cada pessoa.
Quem é livre? Quem conseguiu obter a famosa liberdade? Quantos se emanciparam? Ai! Ai! Ai!
O adolescente sonha com a liberdade. É incrível como muitas vezes, havendo comida, teto e aconchego, o jovem queira fugir da casa paterna em busca de liberdade. É incongruente o jovenzinho que, tendo tudo em casa, se queira evadir, fugir afastar-se da sua morada, fascinado pela palavra liberdade.
É estranho que, gozando do conforto do lar, queira perder o que tem e correr mundo acabando mergulhado na dor. Que o desventurado o pária da vida, o mendigo, queira de verdade afastar-se do casebre, da choça, com o propósito de mudar para algo melhor, é correcto. Porém, que o jovem bem nascido, o filhinho da mamã, busque escapatória, queira fugir, torna-se incongruente e até absurdo. Entretanto, é assim mesmo! A palavra liberdade fascina, enfeitiça, ainda que ninguém a saiba definir de forma precisa. Que uma jovem queira liberdade, que deseje mudar de casa, que queira casar para escapar ao lar paterno e viver uma vida melhor, é bem lógico em parte, porque ele tem o direito a ser mãe. No entanto já na vida de casada, dará conta que não é livre, e que, com resignação, haverá de seguir carregando os grilhões da servidão.
O empregado cansado de tantos regulamentos, quer livrar-se do patrão; se conseguir vais deparar-se com o mesmo problema, continua a ser escravo dos seus próprios interesses e preocupações.
Certamente cada vez que lutamos pela liberdade, sentimo-nos enganados apesar da vitória.
Tanto sangue derramado inutilmente em nome da liberdade, e no entanto, continuamos a ser escravos de nós mesmos e dos demais.
As pessoas lutam por palavras que nunca entenderam, ainda que os dicionários as explique m etimologicamente.
A liberdade é algo a conquistar dentro de si mesmo
Compreender esse “eu mesmo”, a “minha pessoa”, “o que eu sou”, é urgente quando se quer, sinceramente, conseguir a liberdade.
De modo algum poderíamos destruir os grilhões da escravidão sem antes haver compreendido toda essa questão pessoal, tudo isso que corresponde ao eu, ao mim mesmo.
Em que consiste a escravidão? O que é isso que nos mantém escravos? Quais são essas travas?
Tudo isso é o que precisamos descobrir… Ricos e pobres, crentes e descrentes, todos formalmente prisioneiros, ainda que nos consideremos livres.
Enquanto a consciência, a Essência, o mais digno e decente que temos no nosso interior continuar aprisionado no mim mesmo, no eu mesmo, nos meus gostos e temores, nos meus desejos e paixões, nas minhas preocupações e violências, nos meus defeitos psicológicos, estaremos formalmente aprisionados.
O sentido de liberdade só pode ser compreendido integramente quando forem aniquilados os grilhões do nosso próprio cárcere psicológico.
Enquanto o eu mesmo existir, a consciência estará na prisão. Evadir-se do cárcere só é possível mediante a “aniquilação budista”, dissolvendo o eu, reduzindo-o a cinzas, à poeira cósmica.
Qualquer conceito sobre liberdade não é liberdade. As opiniões que fornecemos hoje sobre liberdade estão muito longe de serem a realidade. As ideias que forjemos sobre o tema liberdade nada têm a ver com a autêntica liberdade.
A liberdade é algo que temos que experimentar de forma directa. Isso é possível morrendo-se psicologicamente, dissolvendo o eu, acabando para sempre com o mim mesmo
De nada serve continuar a sonhar com a liberdade se seguimos como escravos. Bem melhor é ver-nos a nós mesmos como somos, observar cuidadosamente todos esses grilhões [psicológicos] da escravidão que nos mantêm em formal prisão [mental].
Autoconhecendo-nos, vendo o que somos interiormente, descobriremos a porta da autentica liberdade.

 in " A Grande Rebelião - Mudar a forma de pensar para mudar a forma de viver"- Samael Aun Weor - IGB Editora-Brasil
JFM - Lisboa Portugal

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A CAIXA DE CHOCOLATES


É sempre agradável mais um aniversário.
Percebo que em cada aniversário, cada vez me restam menos anos para terminar esta minha viagem. O trem não pára…
Sinto-me como aquele menino a quem um dia ofereceram uma caixa de chocolates, que os comeu com alguma sofreguidão e quando reparou que já havia poucos decidiu consumi-los mais lentamente apreciando-os mais.
Eu não tenho tempo para lidar com mediocridade.
Eu não quero estar em reuniões onde desfilam egos.
Detesto pessoas oportunistas e chatas
Eu não suporto pessoas invejosas tentando desacreditar os mais capazes e usurpar lugares, talentos e realizações.
Eu não tenho mais tempo para megalomaníacos.
Não participo em conferências que estabelecem regras para eliminar de forma enganosa a miséria no mundo.
Eu não quero que me convidem para eventos onde se tentam resolver os problemas do milénio.
Eu não tenho tempo para reuniões intermináveis onde se discutem: leis, normas, procedimentos e políticas, sabendo que não se vai conseguir nada.
Eu não tenho tempo de dar apoio a pessoas que, apesar da sua idade cronológica, são imaturas.
Eu não quero ver o avanço dos ponteiros do relógio em reuniões de "confrontação", onde apenas "colocam sobre a mesa" os pontos de vista dos poderosos”.
Incomodo-me ao testemunhar os defeitos gerados pela luta para o "majestoso" lugar de director.
Lembro-me agora de Mário de Andrade, quando disse: "As pessoas não discutem o conteúdo, apenas os seus títulos."
O meu tempo é curto para discutir títulos, quero a essência.
A minha alma tem pressa...
Já tenho poucos chocolates na caixa! 
Quero estar ao lado das pessoas, de pessoas humanas, muito humanas, que sabem rir-se  dos seus erros. Que não se envaidecem com o sucesso. Que não se consideram eleitas antes da hora, Que não fogem das suas responsabilidades, para defender a dignidade dos marginalizados.
Eu pretendo ficar do lado de Deus. Caminhando com as coisas e pessoas reais.
Não tenho interesse por aquela fraude a que tantos chamam paixão. Prefiro desfrutar do Amor porque esse nunca é um desperdício de tempo.
O essencial é que faz a vida valer a pena.
Eu gosto de pessoas que me podem tocar o coração.
Pessoas a quem os duros golpes da vida, os ensinou a crescerem com toques suaves na alma
Sim.... Tenho pressa de viver com a intensidade que a só maturidade pode trazer.
Eu não pretendo desperdiçar nem um só dos chocolates que me resta.... Tenho certeza de que será o mais requintado que comi até agora
O meu objectivo é sentir-me bem e em paz com Deus.
E qual é teu objectivo para os momentos mágicos que te restam?
Uma vez que é efémero o que nos é dado, vamos ter que arranjar tempo para viver, desfrutar e ser felizes.
Um dia seremos convidados a comer o ultimo chocolate!


JFM  - Lisboa  - Portugal

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

OS APROVEITADORES DA "CRISE"

Nos tempos que se avizinham em que a palavra “crise” aparece como um slogan tantas e tantas vezes apregoado por uma comunicação social mais interessada em resolver os seus próprios problemas do que os daqueles que os sustentam com as audiências, há sempre quem se aproveite e sobretudo se governe com alguma da histeria propositadamente induzida pelos agentes “noticieiros”.
Depois, é também tempo de aparecerem, sempre atentos, os costumeiros mercadores da salvação das alminhas, os pedintes esmolentos do costume, na sua maioria actores da teatrice das benzeduras, os históricos inúteis e os calaceiros que se governam quase sempre dos esbulhos a que psicologicamente chegam a sujeitar aqueles  que os ouvem,  infantilmente confiam ou, pior, acreditam.
Sobre estes santarrões relembremos VM Samael Aun Weor a este propósito, num texto que em nosso entender revela uma grande actualidade :

“Os nossos discípulos gnósticos devem ter extremo cuidado com os impostores. Na República da Colômbia, o senhor Israel Rojas R., chefe da Ordem Rosacruz Antiqua, jurava que um tal Bhekpati-Sinha, era um grande Mestre da Índia, discípulo de Gandhi e outros epítetos semelhantes. Em Cali, um fanático comia até as sobras da comida desse senhor. Todos os espiritualistas colombianos se ajoelhavam ante o adorável impostor. Felizmente não faltam homens inteligentes. Ocorreu a um discípulo nosso perguntar-lhe qual o seu endereço na Índia. O impostor deu o endereço de Sivananda.
Há um dito popular que diz: “Mais rápido cai um mentiroso que um coxo”. Bem rapidamente veio a resposta da The Divine Life Society, cujo original em inglês está em meu poder; esta carta diz o seguinte, textualmente, ao traduzi-la:

Dr. Kattam Umaña Tamines. Cali, Colômbia, SA
Saudações e adorações.
Em relação à sua amável carta e anexos, esta é para informar suas boas mercês que o senhor BheKpati Sinha, mencionado na sua carta, não tem ligações com as actividades da Sociedade de Vida Divina e é me completamente desconhecido. O mundo é suficientemente amplo para conter todos os homens. O cordato ou sábio tem que discriminar dentro de si, e por si só avançar para a sua própria meta, buscando sempre a emancipação dos outros.
A senda espiritual é precisamente chamada “senda do fio da navalha”; está cheia de obstáculos por dentro e por fora. Entre no silêncio do seu próprio coração. Encare o Silencioso ou íntimo.
Queira o Todo-Poderoso bendizê-los a todos com paz, bem-aventurança e suprema beatitude. Com as minhas considerações e meditação em OM.
Vosso Sivananda

Onde estavam então as faculdades maravilhosas do chefe rosacrruz?
Podem ser guias seguros semelhante classe de cegos?

Nós aconselhamos os nossos discípulos a não seguir ninguém. Que se sigam a si mesmos; cada qual deve seguir o seu resplandecente e luminoso Ser interno. Cada qual deve adorar o seu Eu Sou.
Nós rogamos, suplicamos, aos nossos discípulos que não nos sigam. Não queremos sequazes nem seguidores. Escrevemos este livro para que vós, meus amigos, escuteis o vosso próprio Mestre; segui-O.
Cuidai-vos de tantos falsos avatares que aparecem por estes tempos. Cuidai-vos dos impostores. Cuidai-vos das tentações sexuais. Não assistais jamais a centros espíritas: os médiuns poderão facilmente desviar-vos da Senda.
Muitos discípulos caíram horrivelmente por estas três perigosas causas. Fugi destes três graves perigos para que não percais as vossas Iniciações e graus”


In Os Mistérios Maiores – As Iniciações Secretas de Jesus - Samael Aun Weor (Primeira Edição publicada em 1959) Reedição da:
IGB Editora - Brasil

JFM – Lisboa – PORTUGAL