quarta-feira, 30 de março de 2011

SAMAEL POR ELE MESMO

Muitos pensam que Samael Aun Weor é apenas um pseudónimo. Cremos ser de grande importância transcrever o que o próprio Mestre Samael dizia de si mesmo. O texto abaixo é uma transcrição livre, porém fiel, de uma palestra que ele proferiu no Auditório Cívico do Estado, em Guadalajara, México, no ano de 1975.*

"Muita gente acredita que Samael é apenas um pseudónimo. Não! Efectivamente, eu sou Samael! Vocês mesmos devem ter lido ou ouvido falar que a Kabala fala de Samael, qualificando-o como o Anjo Regente do planeta Marte. Na Bíblia, Samael é qualificado como demónio. Não importa! O fato é que eu sou Samael!
E digo com toda franqueza e honestidade que isso é verdade e, ainda que me levassem a um paredão de fuzilamento, não mudaria de ideia. Eu não tenho pseudónimo! Repito: Eu sou Samael!
Mas, por que alguns dizem que eu sou um anjo e outros dizem que eu sou um demónio? Simplesmente porque eu caí (uma queda espiritual), num passado muito remoto, quando vivia na Ásia Central, nos Himalaias, no começo da Raça Ariana. Cometi o mesmo erro do Conde Zanoni. Naquele tempo, eu tinha um corpo lemuriano, imortal. Fui testemunha ocular do afundamento de todo o continente da Lemúria ao longo de mais de dez mil anos. Vi nascer a Atlântida. Conheci toda a Atlântida, onde segui vivendo com o mesmo corpo lemuriano. Vi também, depois, a Atlântida afundar-se no oceano. Acompanhei o Manu Vaisvavata em seu êxodo daquele continente, antes do seu afundamento.
Mas, infelizmente, cometi um grave erro. Acontece que, depois do êxodo, acabei indo viver num dos tantos reinos que havia na região na época. Eu estava proibido de tomar esposa novamente, por causa do meu grau de imortal. Se vocês não sabem, esclareço que os filhos dos Deuses não podem mais desposar mulheres. Mas, acabei me apaixonando por uma belíssima mulher e acabei me casando. Grande erro! Minha Divina Mãe, um dia, me chamou a uma caverna profunda. E lá me mostrou o futuro que me aguardava caso continuasse naquela situação. Vi lágrimas, chuvas, doenças, misérias. Me vi como um autêntico judeu errante no mundo. Pedi perdão pelo erro cometido, mas, já era tarde; já havia metido os pés pelas mãos! Essa foi minha queda.
Perdi o corpo imortal e acabei submetido à roda de nascimentos e mortes.
Por isso digo a vocês: meu Real Ser Interno é a Monada Regente do planeta Marte. Quanto a mim, aqui, diante de vocês, acabei me transformando num Boddhisattwa caído. Ressurgiram os egos em minha mente e me tornei um verdadeiro diabo. Agora, nesta actual existência, compreendi a necessidade de eliminar os egos, de realizar a Grande Obra e retornar ao Pai. É assim, dessa forma, que estou aqui, hoje, falando a vocês, com o coração na mão! Samael Aun Weor é o meu nome verdadeiro como Boddhisattwa. Samael é o nome da minha Monada!
Sou perfeitamente consciente do amanhecer da vida neste sistema solar! Eu vi surgir esta Criação! Estou aqui, com esta humanidade, desde o primeiro instante! Desde que o coração do sistema solar começou a palpitar depois de uma longa Noite Cósmica! Vim para cá porque para cá me mandou meu Deus Interno, meu Pai que está dentro de mim! Meu propósito é o de servir e de ajudar esta humanidade! E creio que estou servindo o meu semelhante, creio que estou trabalhando em favor da humanidade! Durante muitos séculos estive caído, é verdade, mas, agora, não! Já me levantei do lodo da terra. Já estou finalizando a Obra do Pai!
Portanto, falo do que tenho vivido e experimentado! Estou dentro deste corpo para poder ajudar a humanidade. Mas, em nome da verdade, digo que eu sou o Arcanjo Samael! Se os ignorantes querem dar risada do que estou dizendo ou se não aceitam esse fato, não importa! Não é problema meu! A mim só me interessa dizer o que sou quando me perguntam! Meu único objectivo é o de ensinar a Doutrina do Pai, de meu Pai, que está dentro de mim.
Agora vou narrar algo extraordinário, relacionado à minha actual existência. Quando reconquistei (e tenho que dizer que foi uma reconquista, porque havia perdido e agora já recuperei) o grau de Adepto Qualificado, naturalmente, fui recebido no Mundo Causal. É nesse Plano da Consciência Cósmica, que está o templo da Grande Loja Branca. Os Mestres da Fraternidade Branca, me receberam com desfiles militares e todos me saudaram como fazem os gnósticos. A solenidade de recepção, realizada no templo, foi em estilo militar. Os Adeptos desfilaram diante de minha insignificante pessoa como fazem os militares nos dias comemorativos unicamente para me dar as boas-vindas, do mesmo modo como fazem com qualquer outro Iniciado que alcança determinado grau ou posto dentro da Hierarquia Divina.
A transmissão de grau foi feita telepaticamente. Não lembro de ter visto nenhum sorriso no rosto dos presentes. E ali havia Adeptos chineses, alemães, ingleses, franceses, enfim, de todas as partes do mundo que estão trabalhando na Grande Obra do Pai. Ninguém estava sorrindo. Pelo contrário: em todos existia uma grande seriedade.
Nessa ocasião, telepaticamente, me informaram de tudo que vai acontecer com a humanidade proximamente. Milhões de seres humanos vão perecer pelo fogo, pela água, pelos furacões, pelos terramotos, pelas doenças, pela fome e pelas guerras, que acontecerão antes daquelas catástrofes. Portanto, ninguém estava sorrindo; não havia motivo para rir. Pelo contrário: havia uma terrível severidade em todos aqueles rostos. Me foi dado a entender também a grande responsabilidade que eu estava assumindo, porque, sobre meus ombros, estava caindo o dever de conduzir o Exército de Salvação Mundial desses difíceis tempos finais.
Também me foi dito na época que as instituições gnósticas que caíssem na negligência ou que amolecessem no trabalho seriam cortadas. Ou seja: seriam desligadas da força cósmica, essa fantástica energia que a tudo faz crescer e progredir. Obviamente, pessoas e grupos destituídos dessa energia acabariam se confundindo e fracassando no trabalho, individual e colectivo.
Portanto, é preciso criar um exército de pessoas de boa vontade antes que venha a catástrofe e levá-lo a um lugar seguro. Eu sei qual é esse lugar, mas se eu revelasse, acabaria atrapalhando a Obra do Pai. Nesse local não vai acontecer nada. A esse lugar serão levados todos aqueles que se mostrarem dignos, aqueles que efectivamente estiverem trabalhando sobre si mesmos. No dia, hora e tempo certo essas pessoas serão avisadas para onde se devem dirigir. E ali, todos reunidos, contemplaremos a batalha entre o fogo e a água, como aconteceu na Lemúria e na Atlântida, durante dois séculos.
Passados os 200 anos, quando do fundo do mar já terão surgido novas terras, é para ali que será conduzido esse grupo, convertendo-se no núcleo básico de formação da Sexta Grande Raça.
É óbvio que, nesse intervalo, a Terra ficará envolta em fogo, fumaça e vapor. É durante esses dois séculos que essas pessoas terão que eliminar de sua mente o eu psicológico. Na nova Idade de Ouro não será dado corpo físico a ninguém com ego. Uma só pessoa com ego seria suficiente para corromper todo o resto e colocar em risco a própria Idade de Ouro. Essa é a dura realidade!
Durante a Idade de Ouro não haverá fronteiras, a Terra será transformada e surgirá uma nova Terra, regenerada! Tudo isso que estou comentando está simbolizado no Touro Alado! O Touro Alado é o símbolo da Terra regenerada! É o símbolo do evangelho da futura Idade de Ouro. A Idade de Ouro não é daqui a alguns milhões de anos! Não! É para agora, para a Era de Aquário! Nostradamus disse que sob Aquário surgiria a Idade de Ouro e Nostradamus jamais se equivocou! Além disso, factos são factos! Hercólobus já está ao alcance dos telescópios. Não vê quem não quer.
Portanto, o objectivo de nossos estudos é, precisamente, o de formar um grupo de pessoas que sirva de base para a futura Sexta Grande Raça. Se vocês cooperarem com o Sol, com o Logos Solar, se trabalharem sobre si mesmos, poderão fazer parte desse núcleo fundamental. Seria fantástico se vocês chegassem a fazer parte desse grupo inicial... Os tempos finais estão às nossas portas. Mas, as pessoas, vendo, não vêem, e, ouvindo, não ouvem!
Há muitos anos atrás, quando eu era ainda muito jovem, me revelaram nos mundos superiores tudo isso que estou aqui hoje comentando com vocês. Soube então que a mim estava destinado cumprir esta missão. E me via exactamente assim, diante de vocês, no meio dos grupos, dizendo isso tudo que estou dizendo hoje aqui. Através do sentido da clarividência eu via Hercólobus, eu me via nas ruas e nos auditórios, via as pessoas rindo do que eu falava, via aqueles que acreditavam em minhas palavras, enfim, naquele tempo já pude antever tudo que acontece hoje. Tudo que disse vai cumprir-se, tudo vai acontecer, não tenham dúvida!
Na Atlântida, quando fiz o mesmo trabalho que estou fazendo hoje, as pessoas também riram, gozaram, faziam anedotas, chamavam-me de louco, etc. Bem, antes que aquelas pessoas despertassem para a realidade próxima, tivemos que sair rumo às novas terras para evitar a catástrofe. Todos aqueles que desdenharam dos nossos avisos morreram afogados ou tragados pelos terramotos. A mesma coisa vai acontecer agora, na nossa época...”


( *Texto de autor que desconheço nem recordo onde adquirido)



JFM -Lisboa -PORTUGAL

quinta-feira, 24 de março de 2011

D. QUIXOTE


Da gente bem nascida é agradecer os benefícios que recebe.

Cada um é artífice da sua própria ventura.

Confia no tempo, que costuma dar doces saídas a muitas amargas dificuldades.

Não sejas, nem sempre rigoroso, nem sempre brando.

O valor reside no meio-termo entre a cobardia e a temeridade.

Que loucura ou que desatino me leva a falar das faltas alheias, tendo tanto que dizer das minhas?

O louvor próprio avilta.

Um bom arrependimento é o melhor remédio para as doenças da alma.

Na língua constam os maiores danos para vida humana.

Não foge o que se retira.

Não desejes e serás o homem mais rico do mundo.

Dêem crédito às obras e não às palavras

Morrerei de velho e não acabarei de compreender ao animal bípede que chamam homem, a cada indivíduo é uma variedade da sua espécie.

Parece, Sancho, que não há adágio que não seja verdadeiro, porque todos são sentenças tiradas da mesma experiência, mãe de todas as ciências.

JFM - Lisboa- PORTUGAL


quinta-feira, 17 de março de 2011

A ARTE DA AUTO-OBSERVAÇÃO

Examinar com cuidado os próprios erros certamente significa um passo decisivo na árdua tarefa da autotransformação. Para surtir efeito, porém, esse olhar minucioso para si mesmo deve ser feito sem pressa, sem orgulho, ou medo de punições.

Por Carlos Cardoso Aveline*

Confesso que sou aprendiz, há muitos anos, de algo que se pode chamar “a arte da auto-observação”. Esta prática tem dado o alicerce para minha busca espiritual.
A leitura atenta de bons livros e a meditação regular elevam os pontos mais altos da minha vida interior. Mas é a auto-observação diária que eleva os pontos mais baixos, porque permite identificar serenamente os erros cometidos, compreendê-los, e então tirar deles as lições necessárias.
A prática regular da auto-observação mostrou-me que devemos ter todo respeito pelos nossos erros, porque eles encerram o segredo - e a chave - para percorrer vitoriosamente o longo processo de auto-aperfeiçoamento.
O professor de qualquer língua estrangeira sabe que, em um grupo de alunos, aqueles que não têm vergonha de mostrar seus erros de pronúncia serão rapidamente corrigidos pelo instrutor e se verão livres dos erros.
Está escrito em algum lugar que uma das regras dos verdadeiros discípulos dos mestres de sabedoria é “mostrar seus defeitos e esconder suas qualidades”. No entanto, o que fazemos muitas vezes é o oposto. Exageramos nossas qualidades e negamos a existência de nossas falhas. Deste modo, nossa capacidade de aprender fica reduzida.
Jesus aborda este problema prático quando afirma, em Mateus 23: “O maior entre vocês será aquele que serve a vocês. Aquele que se exaltar será humilhado e aquele que se humilhar será exaltado”. Não há aqui uma vontade justiceira de castigar os maus e premiar os bons. Trata-se apenas de uma questão técnica de aprendizado: quem deixa seus erros à mostra e os examina à luz do dia aprende mais rápido. Quem esconde medrosamente os seus erros não terá como corrigi-los e acabará escravizado por eles. Falando aos escribas fariseus, a quem chamou de falsos, Jesus dirigiu-se também, de certo modo, a todos os que têm dificuldade de admitir seus erros: “Por fora vocês parecem justos, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e iniquidade”.
De nada adianta, porém, atirar-se ao poço da autocondenação, renunciando à satisfação de viver ou à sensação de contato interior com o que é sagrado. O exame sereno dos erros deve estar livre de todo sentimento de condenação, infelicidade ou autocastigo. Segundo a arte da auto-observação, é preciso, em vez disso, examinar nossos erros à luz de nossos acertos e olhar nossa natureza inferior à luz do nosso potencial divino. Deste modo, erros e falhas não nos hipnotizam, mas aprendemos a integrar céu e terra, positivo e negativo, luz e sombra ao nosso longo processo de crescimento interior.
Às vezes alguém lê alguns livros sobre espiritualidade, forma aos poucos uma imagem idealizada de si mesmo, pensa que transcendeu e começa ingenuamente lutar pelo reconhecimento dos outros. No entanto, cada vez que começamos a ter uma opinião muito alta de nós mesmos, estamos subestimando a observação de nossos próprios erros como fonte de paz, harmonia e equilíbrio em nossas vidas.
Não há muito lugar para a auto-importância na mochila de quem avança pelo caminho íngreme e perigoso que leva - morro acima - a espiritualidade verdadeira. Mas os erros que fazem parte da nossa bagagem podem servir de alimento. Mastigando-os, processando-os, a sua transmutação alquímica nos dará mais força, enquanto nossa mochila perde gradualmente seu peso.
Os Versos de Ouro - talvez o mais importante dos textos pitagóricos conhecidos - incluem a auto-observação como uma prática a ser feita todo dia pelo buscador da verdade:
“Nunca deixe que seus olhos se fechem, à noite, antes que sua consciência examine suas ações durante o dia. Pergunte-se: “O que eu fiz de errado? O que fiz corretamente? O que poderia Ter feito, mas deixei de fazer?” E decida continuar fazendo o correto, e abandonar o erro.”

Paulo de Siqueira
Curitiba PR
BRASIL


quinta-feira, 10 de março de 2011

FELICIDADE


Para conseguir verdadeira felicidade, nas nossas vidas, é essencial explorar o significado mais profundo da palavra e dar bem conta de três princípios:
Primeiro princípio - Que a felicidade não é algo que seja exterior a nós mesmos. A autêntica felicidade não depende de nada, de ninguém nem de nenhum local fora de nós. A felicidade é um trabalho a construir no interior de cada um! A felicidade move-se de dentro para fora e não em sentido inverso…
Segundo princípio - A felicidade não é excitação. Muitos de nós aprendemos a achar que a nossa felicidade é fruto dos estímulos e assim procuramos excitar permanentemente a nossa forma particular de sentir a existência. Se continuarmos a faze-lo, durante um muito tempo, não vai ser fácil romper o hábito, já que é provável que tenda a converter-se, em alguma forma de vício a algo, alguém ou algum local.
Terceiro princípio - A felicidade não é um estado emocional ocasional alto, em contraste com um outro baixo. A autêntica felicidade não é “uma montanha russa”. É algo estável e consistente que só é possível alcançar quando compreendemos a fundo as três formas de autêntica felicidade: alegria, satisfação e dita.
A satisfação só se faz estável quando despertarmos a consciência de que tudo o que nos rodeia no mundo, perto ou longe, é exatamente como tem que ser naquele momento. Só podemos ser felizes quando aceitamos tudo e todos como são, a cada momento e em cada situação. Isto significa deixar de julgar, de nos queixarmos, de culpar a outros e desistir de querer influenciar os demais ou as situações do mundo. E ao mesmo tempo, focar bem em nós a ação e intervenção, de forma a poder dar uma contribuição mais efetiva que será sempre a atitude que mais pode ajudar a promover uma mudança positiva nas nossas próprias vivências e nas dos demais.
A alegria só é duradoura quando a energia do nosso ser flui para o mundo ao invés de querer que o mundo flua para nós. Como seres criativos a nossa alegria mais profunda dá-se quando nossa criatividade se alinha com a verdade do quem somos e o que somos. E, por este caminho, havemos de criar a resposta mais apropriada para satisfazer as necessidades das pessoas e do mundo que nos rodeia.
Com o tempo haveremos de ser ditosos. Essa dita não é mais do que alcançar o reencontro com o Pai que mora em segredo.
Haveremos de começar este Caminho. Aqui fica algo que nos gasta 20 minutos por dia mas trás os resultados de que nos dão testemunho…

 JFM - LIsboa - Portugal

quinta-feira, 3 de março de 2011

A ESCADA

Imagina que estás em frente a uma grande escada. Contigo está a pessoa mais importante da tua vida. De mãos dadas. Fortemente unidas.
Enquanto estão no mesmo nível, tudo está bem. Perfeito. De repente, tu sobes um degrau, mas essa pessoa não. Prefere manter-se no nível inicial. Está bem, não há problema! É fácil, mesmo assim, continuamos de mãos enlaçadas...
Tentas então mais um degrau mas teimam em não te acompanhar. Já as mãos se começam a deslaçar. A comodidade inicial desvanece-se. Dás um esticão e sentes que te estão a travar o avanço. Mas aquele desejo não te abandona. Não queres subir sozinho. Não aceitas. Não a queres perder.
Desafortunadamente para essa pessoa ainda não é o tempo de encetar a subida. E por ali ficam, de mãos dadas olhos nos olhos a contarem ternuras. Tu olhas a escada e sabes. Sabes que ela te espera. Há medida que a olhas, sentes a dor e calas. Calas. Apertas ainda mais os lábios E as mãos. E lutas. Lutas entre o desejo que te acompanhem, e o saber que já não podes descer. Baixar...

Novo movimento ascendente e....vem o inevitável. E soltam-se as mãos... Podes ficar aí. Chorar e gritar tentando convencer a que te siga. Que te acompanhe. Pensas, hesitante, que podes inclusive ir contra todo o teu Ser e continuares a seres tu. Descer sem que não haja perca. Ainda mais.

Após a rutura do laço, tanto faz. Num último gesto estendes a mão e ficas. Ficas….Ficas. Olhos molhados de esperanças balbuciadas sem jeito e os olhares: “Talvez mais tarde. Quem sabe? Voltaremos”...

Nesse processo inicias o teu caminho de crescimento interior...
Nesse avanço perdes muitas coisas: casal, amigos, trabalho, pertences... Quase tudo. O que já não coincide com aquilo em que te vais tornar, te vais converter, vai ficar inexoravelmente para trás. São empecilhos para os trabalhos que te esperam. E tu esperas chegar.

Bem podes conflituar com a vida (quase) inteira O processo é assim. O crescimento pessoal é isso: pessoal. Individual. Não em grupo. Pode ser que após algum tempo aquela pessoa que ficou na partida, decida empreender o seu próprio caminho, te atinja ou suba inclusive bem mais que tu mas, é importante que estejas consciente de que nada se deve nem pode jamais forçar. Nesta vida.

Chega um momento na subida, “para te converteres numa melhor pessoa”, em que podes ficar só um tempo e isso dói… Claro que dói. Muito. O que ficou para trás. Depois, conforme vais avançando, encontras noutros níveis, pessoas bem mais afins a ti. Pessoas que graças ao seu próprio processo, estão no mesmo nível que tu e segues avançando… Eles também.
Nesses níveis de avanço já não há dor. Nem apego, nem sofrimento. Há amor, entendimento, respeito absoluto…

Assim é a nossa vida. Uma infinita escada, onde estarás com as pessoas que estejam ao teu nível, e mesmo se alguém muda, a estrutura acomoda-se. Custou-te muito soltares-te. Ainda é forte a rutura que te persegue vinda nas memórias que se ficaram. Quedas e mudas. Mas quando olhas para trás na espera do milagre que não aconteceu, outro aparece. Não da maneira que tu supunhas. Aparece sob outros nomes… outros corpos… outras atividades. Perdi a uma amizade. Ganhei 20. Perdi um mau trabalho e agora tenho um outro excelente trabalho e com oportunidades de ter mais do que sonhei alguma vez. No entanto prevaleço triste. Só.

A cada perca, a cada coisa que abandonamos, é porque assim tem que ser. Deixa ir. Fica atento a tudo de bom que te vai acontecer na vida. Segue. Contínua avançando e confia em Deus, porque esta escada só leva a coisas boas.
Olhas ao redor e perguntas porque estás só. Lembras-te então de ter ouvido: “Se a vontade da minha Mãe é ficar só, bendita seja a solidão”. Detém-te e medita no que te faz subir a escada e onde te levará.

Estou longe, muito longe da Escada do Sucesso. Seguimos caminhos diversos. Ficámos diferentes. Ainda bem que ao iniciar a subida, não me esqueci de te abraçar mesmo que te “arrepiasses”.
Adeus meu amor.

JFM - Lisboa - Portugal

Imagem sacada do Blogue "O Jumento"