Imagina que estás em frente a uma grande escada. Contigo está a pessoa mais importante da tua vida. De mãos dadas. Fortemente unidas.
Enquanto estão no mesmo nível, tudo está bem. Perfeito. De repente, tu sobes um degrau, mas essa pessoa não. Prefere manter-se no nível inicial. Está bem, não há problema! É fácil, mesmo assim, continuamos de mãos enlaçadas...
Tentas então mais um degrau mas teimam em não te acompanhar. Já as mãos se começam a deslaçar. A comodidade inicial desvanece-se. Dás um esticão e sentes que te estão a travar o avanço. Mas aquele desejo não te abandona. Não queres subir sozinho. Não aceitas. Não a queres perder.
Desafortunadamente para essa pessoa ainda não é o tempo de encetar a subida. E por ali ficam, de mãos dadas olhos nos olhos a contarem ternuras. Tu olhas a escada e sabes. Sabes que ela te espera. Há medida que a olhas, sentes a dor e calas. Calas. Apertas ainda mais os lábios E as mãos. E lutas. Lutas entre o desejo que te acompanhem, e o saber que já não podes descer. Baixar...
Novo movimento ascendente e....vem o inevitável. E soltam-se as mãos... Podes ficar aí. Chorar e gritar tentando convencer a que te siga. Que te acompanhe. Pensas, hesitante, que podes inclusive ir contra todo o teu Ser e continuares a seres tu. Descer sem que não haja perca. Ainda mais.
Após a rutura do laço, tanto faz. Num último gesto estendes a mão e ficas. Ficas….Ficas. Olhos molhados de esperanças balbuciadas sem jeito e os olhares: “Talvez mais tarde. Quem sabe? Voltaremos”...
Nesse processo inicias o teu caminho de crescimento interior...
Nesse avanço perdes muitas coisas: casal, amigos, trabalho, pertences... Quase tudo. O que já não coincide com aquilo em que te vais tornar, te vais converter, vai ficar inexoravelmente para trás. São empecilhos para os trabalhos que te esperam. E tu esperas chegar.
Bem podes conflituar com a vida (quase) inteira O processo é assim. O crescimento pessoal é isso: pessoal. Individual. Não em grupo. Pode ser que após algum tempo aquela pessoa que ficou na partida, decida empreender o seu próprio caminho, te atinja ou suba inclusive bem mais que tu mas, é importante que estejas consciente de que nada se deve nem pode jamais forçar. Nesta vida.
Chega um momento na subida, “para te converteres numa melhor pessoa”, em que podes ficar só um tempo e isso dói… Claro que dói. Muito. O que ficou para trás. Depois, conforme vais avançando, encontras noutros níveis, pessoas bem mais afins a ti. Pessoas que graças ao seu próprio processo, estão no mesmo nível que tu e segues avançando… Eles também.
Nesses níveis de avanço já não há dor. Nem apego, nem sofrimento. Há amor, entendimento, respeito absoluto…
Assim é a nossa vida. Uma infinita escada, onde estarás com as pessoas que estejam ao teu nível, e mesmo se alguém muda, a estrutura acomoda-se. Custou-te muito soltares-te. Ainda é forte a rutura que te persegue vinda nas memórias que se ficaram. Quedas e mudas. Mas quando olhas para trás na espera do milagre que não aconteceu, outro aparece. Não da maneira que tu supunhas. Aparece sob outros nomes… outros corpos… outras atividades. Perdi a uma amizade. Ganhei 20. Perdi um mau trabalho e agora tenho um outro excelente trabalho e com oportunidades de ter mais do que sonhei alguma vez. No entanto prevaleço triste. Só.
A cada perca, a cada coisa que abandonamos, é porque assim tem que ser. Deixa ir. Fica atento a tudo de bom que te vai acontecer na vida. Segue. Contínua avançando e confia em Deus, porque esta escada só leva a coisas boas.
Olhas ao redor e perguntas porque estás só. Lembras-te então de ter ouvido: “Se a vontade da minha Mãe é ficar só, bendita seja a solidão”. Detém-te e medita no que te faz subir a escada e onde te levará.
Estou longe, muito longe da Escada do Sucesso. Seguimos caminhos diversos. Ficámos diferentes. Ainda bem que ao iniciar a subida, não me esqueci de te abraçar mesmo que te “arrepiasses”.
Adeus meu amor.
JFM - Lisboa - Portugal
Imagem sacada do Blogue "O Jumento"
Enquanto estão no mesmo nível, tudo está bem. Perfeito. De repente, tu sobes um degrau, mas essa pessoa não. Prefere manter-se no nível inicial. Está bem, não há problema! É fácil, mesmo assim, continuamos de mãos enlaçadas...
Tentas então mais um degrau mas teimam em não te acompanhar. Já as mãos se começam a deslaçar. A comodidade inicial desvanece-se. Dás um esticão e sentes que te estão a travar o avanço. Mas aquele desejo não te abandona. Não queres subir sozinho. Não aceitas. Não a queres perder.
Desafortunadamente para essa pessoa ainda não é o tempo de encetar a subida. E por ali ficam, de mãos dadas olhos nos olhos a contarem ternuras. Tu olhas a escada e sabes. Sabes que ela te espera. Há medida que a olhas, sentes a dor e calas. Calas. Apertas ainda mais os lábios E as mãos. E lutas. Lutas entre o desejo que te acompanhem, e o saber que já não podes descer. Baixar...
Novo movimento ascendente e....vem o inevitável. E soltam-se as mãos... Podes ficar aí. Chorar e gritar tentando convencer a que te siga. Que te acompanhe. Pensas, hesitante, que podes inclusive ir contra todo o teu Ser e continuares a seres tu. Descer sem que não haja perca. Ainda mais.
Após a rutura do laço, tanto faz. Num último gesto estendes a mão e ficas. Ficas….Ficas. Olhos molhados de esperanças balbuciadas sem jeito e os olhares: “Talvez mais tarde. Quem sabe? Voltaremos”...
Nesse processo inicias o teu caminho de crescimento interior...
Nesse avanço perdes muitas coisas: casal, amigos, trabalho, pertences... Quase tudo. O que já não coincide com aquilo em que te vais tornar, te vais converter, vai ficar inexoravelmente para trás. São empecilhos para os trabalhos que te esperam. E tu esperas chegar.
Bem podes conflituar com a vida (quase) inteira O processo é assim. O crescimento pessoal é isso: pessoal. Individual. Não em grupo. Pode ser que após algum tempo aquela pessoa que ficou na partida, decida empreender o seu próprio caminho, te atinja ou suba inclusive bem mais que tu mas, é importante que estejas consciente de que nada se deve nem pode jamais forçar. Nesta vida.
Chega um momento na subida, “para te converteres numa melhor pessoa”, em que podes ficar só um tempo e isso dói… Claro que dói. Muito. O que ficou para trás. Depois, conforme vais avançando, encontras noutros níveis, pessoas bem mais afins a ti. Pessoas que graças ao seu próprio processo, estão no mesmo nível que tu e segues avançando… Eles também.
Nesses níveis de avanço já não há dor. Nem apego, nem sofrimento. Há amor, entendimento, respeito absoluto…
Assim é a nossa vida. Uma infinita escada, onde estarás com as pessoas que estejam ao teu nível, e mesmo se alguém muda, a estrutura acomoda-se. Custou-te muito soltares-te. Ainda é forte a rutura que te persegue vinda nas memórias que se ficaram. Quedas e mudas. Mas quando olhas para trás na espera do milagre que não aconteceu, outro aparece. Não da maneira que tu supunhas. Aparece sob outros nomes… outros corpos… outras atividades. Perdi a uma amizade. Ganhei 20. Perdi um mau trabalho e agora tenho um outro excelente trabalho e com oportunidades de ter mais do que sonhei alguma vez. No entanto prevaleço triste. Só.
A cada perca, a cada coisa que abandonamos, é porque assim tem que ser. Deixa ir. Fica atento a tudo de bom que te vai acontecer na vida. Segue. Contínua avançando e confia em Deus, porque esta escada só leva a coisas boas.
Olhas ao redor e perguntas porque estás só. Lembras-te então de ter ouvido: “Se a vontade da minha Mãe é ficar só, bendita seja a solidão”. Detém-te e medita no que te faz subir a escada e onde te levará.
Estou longe, muito longe da Escada do Sucesso. Seguimos caminhos diversos. Ficámos diferentes. Ainda bem que ao iniciar a subida, não me esqueci de te abraçar mesmo que te “arrepiasses”.
Adeus meu amor.
JFM - Lisboa - Portugal
Imagem sacada do Blogue "O Jumento"
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