quinta-feira, 12 de setembro de 2013

TRANSFORMAÇÃO RADICAL



             
 Enquanto alguém persistir em se julgar um, único ou individual, é evidente que não será possível nenhuma mudança radical [em si mesmo].
O próprio fato de o trabalho esotérico começar com uma rigorosa observação de si mesmo está indicando uma multiplicidade de fatores psicológicos, eus ou elementos indesejáveis que temos que extirpar ou erradicar urgentemente do nosso interior.
É inquestionável que de forma alguma é impossível eliminar erros desconhecidos. Urge que observemos previamente que queremos separar da nossa mente.
Esse tipo de trabalho não é externo, e sim, interno. Aqueles que pensam que qualquer manual de boas maneiras ou sistema ético, externo e superficial, pode levar-nos ao êxito, equivocam-se totalmente.
O fato concreto e definitivo de que o trabalho íntimo começa com a atenção concentrada em forma de observação plena de si mesmo é motivo mais do que suficiente que isso exige um esforço pessoal muito especial.
Falando fracamente e sem rodeios, e firmamos enfaticamente o seguinte: Nenhum ser humano pode fazer esse trabalho por nós.
Não é possível mudança alguma na nossa mente sem a observação direta de todo esse conjunto de fatores subjectivos que temos dentro.
Dar por aceite a multiplicidade de erros, descartando a necessidade de estudo e a observação direta dos mesmos, significa uma fuga de si mesmo, uma forma de auto-engano.
Só através do rigoroso esforço da observação criteriosa de si mesmo, sem escapatória de espécie alguma, poderemos evidenciar que não somos um, é sim, muitos.
Admitir a pluralidade do eu evidenciá-la através de rigorosa observação são dois aspetos diferentes.
 Alguém pode aceitar a doutrina dos muitos eus sem jamais tê-la evidenciado. Essa evidência só é possível observando-nos cuidadosamente.
Evitar o trabalho de observação íntima e buscar evasivas é sinal inconfundível de degeneração.
Enquanto um homem alimentar a ilusão de que é sempre uma única e mesma pessoa, não pode a mudar. È obvio que a finalidade desse trabalho é precisamente conseguir uma transformação gradual na nossa vida interior.
Perdemos a possibilidade de uma transformação radical quando não trabalhamos sobre nós mesmos.
O ponto inicial da transformação radical permanece oculto enquanto o homem continua a julgar-se uno.
Aqueles que rechaçam a doutrina dos muitos eus demonstram claramente que jamais se auto-observaram seriamente.
A severa observação de si mesmo, sem escapatórias de espécie alguma, permite verificar o cru realismo de que não somos um, mas sim, muitos.
No mundo das opiniões subjetiva, há várias teorias pseudo-esotéricas ou pseu-ocultistas que sempre servirão de escapatória para fugirmos de nós mesmos.
Não há dúvida de que a ilusão que temos de sempre sermos a única e mesma pessoa é um sério problema para a auto-obervação.
Alguém poderá dizer: “Sei que não sou um mas sim muitos porque a gnose assim me ensinou”. Esta afirmação, ainda que sincera, sem a experiência direta ou vivência desse aspeto doutrinário, continua a ser algo meramente externo e superficial.
Evidenciar, experimentar e compreender é o mais importante.
Somente assim é possível trabalhar conscientemente para conseguir uma transformação radical.
Afirmar é uma coisa; compreender, é outra: Quando alguém diz:”
Compreendo que não sou um e, sim, muitos” se a sua compreensão é verdadeira e não mero palavrório de conversa vazia, isso indica, assinala e atesta a plena verificação da doutrina dos muitos eus.
Conhecimento e compreensão são coisas diferentes. O conhecimento é da mente e a compreensão do coração.
O mero conhecimento da doutrina dos muitos eus de nada serve. È uma lástima que nos tempos atuais o conhecimento tenha ido muito além da compreensão em função do pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem ter desenvolvido unicamente o lado do saber e esquecido o correspondente lado do Ser.
Conhecer a doutrina dos muitos eus e compreendê-la é fundamental para uma mudança radical e verdadeira.
Quando um homem começa a observar-se detidamente, do ponto de vista de que não é um, mas, sim, muitos obviamente iniciou um trabalho sobre a sua natureza interior.

  VM  Samael Aun Weor

 In “Psicologia Revolucionária” – Bases Espirituais para Criar Nova Vida Interior.

Edição IGB Página, 37


JFM- Lisboa - Portugal




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O ESPÍRITO REBELDE



 "…José Harkuch era cobarde. E ao ouvir as palavras cálidas e entrecortadas da sua filha, sorria com o sorriso do pusilânime que vê no leão morto. Na sua covardia, temia à morte, e não podia pensar num falecimento natural. O que ia achar se Maria se suicidasse?...
E quando ela terminou de falar, ele contestou:
— Arrependo-me ter alongado tanto o prazo do casamento, mas amanhã mesmo falarei com o Emir para adiantá-lo.
Maria levantou-se do solo. E com um tom saturado de orgulho e vingança, disse ao Bey:
— Está bem... Quis convencer-te com provas e razões justas, mas tu não as quiseste escutar... Agora, ouve bem o que te vou dizer: Meu corpo pertence-te, minha alma pertence a Deus... Mas, só eu sou dona de minha vontade! É a minha última palavra...
Maria não pôde terminar. A mão brutal de José Bey, caiu sobre seu rosto, obrigando-a a cair desmaiada.
Contemplou-a um momento, e quando a ternura ia bater à porta de seu coração, a brutalidade negou abri-la.
— Ah, mulheres! -Exclamou— conheço muito bem vossa astúcia... Podes morrer, mas antes casar-te-ás com o Emir.
Neste momento, a porta girou sobre seu eixo, deixando entrar a criada que ao ouvir um ruído no quarto de seu senhor, vinha ver de que se tratava.
Viu Maria estendida no solo, cujo conhecimento tinha perdido de seu domínio, e começou a reanima la com carícias e palavras sentidas.

José Bey Harkuch abandonou a sala.
Antes que se acorde o homem ou a mulher do sonho de criança; antes que os deuses prendam o fogo do amor no coração; antes que germinem as sementes do carinho, os pais tentam casar a seus filhos. Durante aquele sonho, a jovem acha que o cúmulo da felicidade consiste num vestido que enfeite a figura, num carro que a conduza a um lugar de diversão ou um enxoval completo e luxuoso a rodeá-la. Mas quando se acorda, quando a luz abre suas pálpebras e sente que línguas de um fogo sagrado calcinam seu coração, quando suas asas se movem para levantar ao céu do amor, se encontra sujeita às correntes das leis antes de compreender que é a lei; então sente que a felicidade não consiste, para a mulher, em jóias ou vestidos, mas no amor que une sua alma à do homem e que o faz derramar os sentimentos do seu coração, formando de dois, um só membro de corpo da vida e uma só palavra na boca de Deus.
Maria acordou do sonho juvenil e viu uma luz suave que emanava dos olhos de Juan. Fecharia seus olhos para não a ver? Escutou uma harmonia celestial que invadiu todo o seu ser... Fecharia os seus ouvidos para não a ouvir?...
Ainda que feche os ouvidos e cerre os seus olhos, sempre teria que ver e ouvir. Mas, como abandonar a um homem que a adora e seguir a outro a quem odeia, só por obedecer às leis da terra?... Maria quer fazer a vontade de sua alma, quer escutar o grito de seu coração e os cantos dos anjos. Maria não se quer casar com um capitalista que herdou sua fortuna de um pai avaro e que se deixou educar por aqueles que vagueiam pelas ruas. Porque uma vez terminada a lua de mel — lua que terá um eclipse —, ele abandoná-la-á em seu palácio, como abandona o ébrio a garrafa que tem esvaziado; abandoná-la-á para voltar às mulheres perdidas. Então não lhe restará mais que procurar a um jovem formoso, de palavra suave, para derramar em seu espírito os sentimentos e lhe encher os bolsos com o tesouro de seu esposo...
 Maria é uma jovem instruída e pede por esposo a um homem mais instruído que ela. Não quer um marido, senão um dono carinhoso, um homem que jogue com ela como se fosse uma menina. Maria não quer, nem pode querer a um homem que mais pertence à escala zoológica que à humana. Maria não podia pensar como a esposa de Rousseau, dizendo: "Que desgraça é ter um sábio por marido!"
Todo ser na terra vive pela lei da natureza e da natureza da sua lei lhe vêm da glória de gozar da liberdade. Será o homem o único ser privado de dita liberdade, porque cria para sua alma divina, uma lei humana, muito limitada?...
Essa mesma noite, e quase à mesma hora, chegou Juan à janela em onde lhe esperava sua querida.
Depois do acostumado abraço, Maria disse-lhe:
— Por que tens demorado?...
— Chamas tu atraso chegar dez minutos antes da hora do costume?
— Deus meu! Que dia tão longo tenho passado!
— Por que, amada?... Que te passa?
Maria não pôde falar. Inclinando no ombro de Juan, rompeu a chorar.


Textos fragmentados do livro: "O Culto ao Fogo e A Doutrina do Fogo" e complemento esotérico do livro do Dr. JORGE ADOUM


JFM – Lisboa - Portugal

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

MAITHUMA A RELIGIÃO DE OSIRIS



A RELIGIÃO DE OSÍRIS

Depois de estudar a religião de Mitra, agora nos toca estudar uma outra que nos confirma que todas as religiões têm uma mesma origem e fundamentalmente as mesmas têm por base o mistério do sexo.
Do meio do caos nasceu Osíris; ao nascer, ouviu-se uma voz que dizia: “O governador de toda a Terra nasceu”. Do mesmo seio ou útero nasceram Ísis, Rainha da Luz, e Tífon, Rei das Trevas. Já temos, então, a trindade fundamental.
           
Diz o Livro dos Mortos: conhece o dia em que haverá de deixar de ser (existir). Conhece seu sacrifício. “Tem poder de dar sua vida e de recobrá-la. Seu suplício é voluntário, mas ele mesmo o quis”. (Isaías LIII, 7) 
Deus está no sofrimento. Osíris é o sorriso dos que choram. Osíris está na vítima que se imola, e no grão que morre na espiga que se ceifa, no Nilo que decresce, no quarto minguante da Lua, em todo sofrimento, mas sobretudo no sofrimento humano.
 
Osíris foi homem e Deus ao mesmo tempo; realmente Deus e realmente homem. “humilhou-se sob a aparência de um escravo”.
De quem se fala assim? De Osíris?
Não, Osíris não é nada mais que a sombra do Corpo Invisível. Mas essa semelhança entre o corpo e a sombra é o mais insondável mistério do Egipto.

Nos confins do arenoso deserto da Líbia, ao fundo da grande planície semicircular de Abidos, numa estreita garganta rochosa, Peher (atualmente Ulel-Hakab), ali onde o Sol se põe, foram encontrados os túmulos dos mais antigos reis do Egipto, e, entre eles, o sarcófago de Osíris. O sábio francês Amelineau, que levou a cabo escavações em Abidos em 1897-1898, viu nas inscrições desses túmulos um testemunho tão incontestável, que acreditou haver encontrado realmente o féretro do Homem-Osíris, personagem histórica, terceiro faraó da dinastia I.

Todo o Egipto descansa na crença de que o Homem-Osíris ou Homem-Deus viveu, sofreu e morreu na terra.
A única lápide conservada refere-se a uma inscrição dos mistérios de Osíris celebrados no Santuário de Abidos: as “Paixões de Osíris” se representavam num drama, assim como as paixões de Senhor nos mistérios da Idade Média. No silêncio ressoava um grito súbito, a grande lamentação de Ísis sobre Osíris morto.

Todo o Egipto vira as costas a Osíris, que morre e olha para o Deus que ressuscita, não querendo ver o sofrimento nem a morte; mesmo sabendo que o sofrimento e a morte são divinos.
          
Um velho conto egípcio foi recolhido, milhares de anos mais tarde, por Plutarco, grego do século I-II de nossa era, grande sacerdote de Apolo em Delfos. Em seu tratado sobre Ísis e Osíris, diz:  “Em outros tempos, os deuses viviam na terra com os homens, e o grande Deus Rá, que habitava em Heliópolis (cidade do Sol), governava o Egipto.

Então a Terra não estava ainda separada do Céu, e os homens eram como deuses. Mas se perverteram, renegaram o Deus Único e disseram: ‘vede-o que envelheceu e está achacadiço. Seus ossos são como prata, sua carne como ouro e seus cabelos como lápis-lazúli (Lazulite); seus membros tremem, e a saliva mana de sua boca’. Assim os homens zombavam de Deus. E Deus se encolerizou e ordenou à deusa do Amor, Hátor, que exterminasse o gênero humano. Hátor o exterminou, mas não por completo. Deus, movido de piedade para com os homens, inundou, durante a noite, a terra com uma bebida inebriante e quando, pela manhã, a deusa entrou naquele mar, viu refletido nele seu rosto e alegrou-se de sua formosura. Provou do licor, embriagou-se e cessou de exterminar o género humano.

Mas a antiga união do Céu e da Terra ficou desfeita. E Deus disse: ‘Meu coração está cansado. Não quero viver com os homens e não quero aniquilá-los por completo’. E Deus deixou a Terra, subiu ao Céu e separou a Terra do Céu. E são, ainda hoje, como serão até o fim dos tempos. Assim acabou o primeiro mundo e começou o segundo.”
 
Quando Deus, ao subir ao Céu, abandonou os homens, estes, devorando-se uns aos outros como animais selvagens, ter-se-iam exterminado se não tivesse sobrevindo Osíris. Ele nasceu como simples mortal e, tendo chegado a ser rei do Egito, afastando os homens de sua existência bestial, ensinou-lhes a cultivar os cereais, deu-lhes leis e instituiu o culto aos deuses. Depois percorreu o mundo, proclamando seu reinado e submetendo todos os povos, não com a espada, mas com o Amor, com o canto, a música e a dança. Quando voltou ao Egipto, seu irmão Tífon-Set, com setenta e dois conspiradores, decidiu sua perdição. Tomou em segredo a medida exata de seu corpo e, baseado nela, construir um cofre magnificamente ornamentado e convidou seu irmão para um festim. Durante o ágape, os servos trouxeram o cofre. Todos os convidados se maravilharam e Tífon, como que gracejando, prometeu presenteá-lo àquele cuja estatura se adaptasse às dimensões do cofre.

Os setenta e dois cúmplices estendem-se um após outro no cofre, o qual, no entanto, não foi feito na medida de nenhum deles. Por último, o próprio Osíris se estende nele. Então investem todos sobre o cofre, fecham-no, pregam a tampa com cravos e soldam-na com chumbo derretido, levam-no ao Nilo, arrojam-no à água, e o cofre, pela boca do Tanais, vaga (deslizando suavemente até o mar).

Ísis, esposa de Osíris, andou buscando durante muito tempo o corpo de seu esposo, errante por toda a terra. Por fim o encontra e, com gritos e prantos, deixa-se cair sobre ele, aperta seu rosto contra o do morto, beija-o e rega-o com suas lágrimas. Depois, partindo de novo em busca de seu filho Hórus, igualmente perdido, esconde o cofre com o corpo de seu esposo entre os papiros do Nilo. Mas Tífon, caçando à noite com a lua nova, nota o cofre sob os raios do astro e reconhece-o. Retira o corpo, rasga-o em catorze partes e espalha-as aos quatro ventos.

Ísis toma conhecimento do fato e recomeça a busca. Recolhe, um por um, os despojos do desmembrado corpo, junta-o e ressuscita o morto.

“Estes símbolos nos levam ao conhecimento de Deus”, conclui Plutarco – mas ele próprio é incapaz de decifrá-los.
O corpo é o ataúde da alma enterrada neste mundo. Assim Osíris caiu no cofre de Set, no corpo-ataúde: nasceu e morreu voluntariamente: “Sabe o dia em que há de deixar de ser”.

O nascimento é uma queda; a ressurreição um levantar-se; Osíris cai para levantar-se e levantar os que caíram; morre para renascer ele mesmo e ressuscitar os demais.

O ataúde egípcio é a envoltura, de madeira e pedra, da múmia e reproduz exatamente não só a forma do corpo, mas também as mesmas aberturas do rosto do morto. O corpo se reconhece pelo ataúde, como a alma pelo corpo. É o ataúde das medidas exatas. Esse é o princípio de distinção, de diferenciação. O Deus desmembrado é o mundo múltiplo: “Sou um, feito dois, quatro, oito”. Eis aqui por que Tífon esquarteja o corpo de Osíris.

Mas se Osíris é Deus, quem é Set? O diabo? Não.
“A perfeição do ser é um mim e o nada é em mim: eu sou Set, o zero entre os deuses. Detém-se, pois, Horus! Set é recebido no número dos deuses”, diz Osíris a Horus, seu filho e vingador.
Isto significa que Osíris e Set fazem um, que são as duas contrapartes do Deus Uno. Osíris conhece o dia em que há de deixar de ser. Esse “deixar de ser” é justamente o nada em Deus, Tífon-Set.
Estes são os simbolismos que nos levam ao conhecimento de Deus.
São Clemente de Alexandria foi, antes de sua conversão ao cristianismo, iniciado em grande número de mistérios pagãos; entre outros, nos de Osíris. Deles se lembrou quando disse que a sabedoria grega vê a verdade eterna em “crucificação ou desmembramento em que baseia o ensinamento da teologia do Logos Eterno”.
          
Quando Ísis morreu, foi sepultada num bosque perto de Mênfis. Sobre sua tumba erigiu-se uma estátua coberta com um véu negro desde os pés até a cabeça e por baixo estas divinas palavras: “Eu sou o que foi, isto é, tudo o que será, e ninguém entre os mortais se atreveu a levantar o véu”.
           
Sob este véu estão ocultos todos os mistérios, e alguns foram conhecidos pelo homem, cuja solução não pôde achar. Só puderam levantar o véu os Mitras, os Krishnas, os Cristos, e nós poderemos se quisermos seguir seus passos. Se o homem persiste em sua ânsia de divinizar-se, a luz brilhará através do véu e poderá ver por trás dele.
Para isso deve encarar a verdade sem levar em conta quão contrária seja ela a suas antigas crenças ou opiniões. O amante da verdade pode levantar o véu.
          
Osíris e Ísis são os pais de todos os mistérios. Todos os deuses são substitutos destes dois e de seu filho Horus. Ísis é Maia, Maria, Matéria, Mãe, tanto da humanidade como dos deuses.
Horus é o filho, o Logos, o Verbo, o Cristo, o Filho de Maria, mãe de Deus. É o símbolo da Luz que diz: Eu sou a Luz do Mundo e o que vem a mim não anda em trevas. Eu sou o que o Criador é, logo Eu sou Ele, Ele é Eu. Por Ísis somos mortais, mas também por ela adquirimos a imortalidade.
           
Em Ísis-Matéria dorme a Luz Divina do Espírito, mas o Fogo Criador Eterno (ou o anseio sexual, que é o fogo e luz) nunca pode ser extinto. Em todas as religiões os mistérios se repetem. Na religião hindu vemos que Shiva mutila Brahma, como Tífon o fez com Osíris, como o javali matou Adônis.
           
Osíris, que é Fogo Criador Divino na matéria, foi através do Sol adorado e conhecido sob diferentes nomes: antes era Mitra, logo Brahma da Índia, depois Adônis da Fenícia, Apolo na Grécia, Odim dos escandinavos, o Hu dos bretões, o Jesus dos cristãos etc… .
           
Se o povo tomou o Sol por Deus em vez de sentir Deus pelo fogo e pela Luz Divina que estão em cada ser, os iniciados não foram responsáveis por este erro. Não foi dito pela Luz do Mundo: “Mulher! Dia chegará em que não se adorará a Deus nem nesta montanha nem em Jerusalém, mas sim em Espírito e em Verdade”? No entanto, até o presente momento o povo adora a Deus por meio de uma estampa ou de uma imagem. Os iniciados sempre ensinaram que o Sol doador da vida não era senão o símbolo da força criadora universal, que era conhecida e sentida pelos super-homens como Fogo Interior e Luz Inefável.
           
Ísis recebeu os nomes Ceres, Réia, Islene, Vénus, Vesta, de onde as vestais do fogo sagrado tomaram seu nome, Cibeles, Níobe, Mális, Óssi, entre os índios, Pussa entre os chineses, Cerideu, entre os bretões antigos e Maria entre os cristãos.
           
Os sábios caldeus, como astrónomos e astrólogos famosos, descobriram leis que, ainda hoje, são reconhecidas como exatas. A cada estrela deram um nome e para cada dia do ano designaram uma estrela. Depois os gregos encarnaram estes nomes em lendas e, por fim, os personificaram em pessoas. Destas lendas se originaram os anjos, os génios, os heróis e os santos.
          
A mitologia contém em si a verdade religiosa, diz Schelling. A religião não é mitologia, mas a mitologia é religião.
O mito universal do Deus que padece, que morre assassinado ou crucificado, não é oriundo do fato de ter ocorrido uma vez e sim em virtude de ter de suceder sempre, que é sentido de novo na vida de cada ser humano. Não sucedeu uma vez, mas sucede sempre. O Cristo-Luz oculto no paganismo revela-se no cristianismo.
           
Já foi dito que o homem chega a fazer de Deus o conceito que lhe permite sua educação intelectual e social; por esse motivo muitos dos homens atuais, ao verem os antigos santuários de Serápis, de Vénus, de Apolo e outros, se perguntam: “A que Deus oravam esses imbecis de então?” Para eles, os construtores da Pirâmide de Queóps, a maravilha científica das idades, são imbecis. Eternas tolices têm sido ditas sobre as coisas eternas. Quando se descobriu a múmia do faraó Ramsés, foi embrulhada em folhas do jornal Les Temps e transportada para o Cairo num carro. O conferente da alfândega pesou-a e, como não encontrasse na tarifa a classificação correspondente, aplicou-lhe a taxa de bacalhau seco. E, assim, para nossos doutos fiéis, modernos, o corpo das antigas religiões é bacalhau seco.
          
Algum cristão, por acaso, já se deu ao trabalho de pesquisar sob o invólucro do mito para encontrar o mistério? Não, porque ninguém suspeitou, ainda que a verdade do mito esteja no mistério.
Omar, ao queimar a biblioteca de Alexandria, disse: “Se os livros são bons, não os necessitamos, porque todo o bem o temos no Alcorão, e, se são maus, não devem existir”.
           
Osíris, Tamuz, Adónis, Átis, Mitra, Dionísio são a sombra das coisas vindouras, mas, por lógica, devemos deduzir que o Corpo de Cristo deve ter existido eternamente, pois sem o corpo não pode haver sombra. Antes de Cristo existiu o cristianismo, ensinou Santo Agostinho; tudo o que não é eterno não é verdadeiro, diz Hermes Trimegisto. Os mistérios de Osíris são eternos e, por isso, florescem em todas as religiões que lhe sucederam, apesar da deturpação de seus significados.
          
“O ruído aborrece Deus. Rezai em silêncio, homens!”, diz o verso de um hino dirigido ao Deus-Sol-Amon-Rá. E depois de milhares de anos, Jesus repete: “Fecha a porta e ora a teu pai que vê em segredo, e te recompensará”.

"Comecei por ser Deus Uno, porém três deuses foram em mim”, diz um antigo livro egípcio de Deus Nun. Por acaso os padres do Concílio de Nicéia falaram melhor? “Glória a ti que baixas nas trevas”, diz um verso de um hino antigo. E “A luz resplandece nas trevas”, diz São João.

“O Espírito na Matéria é a luz nas trevas”, ensinam os Magos. “Por que a matéria na há de ser digna da natureza divina?” pergunta Spinoza. Ninguém respondeu a esta pergunta senão o Egito.
           
Os mistérios de Osíris são os mistérios da Religião do Sexo. No santuário de Donderach, em leito mortuário, está estendida, envolta num sudário, a múmia de Osíris ressuscitante, com o ‘Falo’ ereto. A deusa Ísis, em forma de gavião de asas abertas, desce sobre ele e, viva, se une com o morto e extrai o sémen do esposo. O sexo é a vida através da morte.
          
Osíris se pronuncia em egípcio antigo Usirit, que quer dizer “Osírisis” numa só palavra, com as significações masculinas e femininas: ele-ela, andrógino, homem-mulher. Em cada homem se esconde uma mulher e em cada mulher, um homem. Osíris-Espírito une-se com sua irmã-Matéria e engendram Horus, em quem estavam todas as coisas. Deus, Elohim, criou o homem à sua imagem e semelhança; criou-o à imagem de Elohim, macho e fêmea os criou (embora o original diga macho-fêmea). Primeiro o depois os (a imagem de Deus está no homem, Deus em Um; não Adão somente, mas Adão e Eva ‘Ieva’, porque o próprio Deus é Duo, Ele e Ela, Homem-Mulher).
           
O mistério do sexo (do Uno) é o mistério dos dois. O Talmud diz: “O homem e a mulher foram, em princípio, um só corpo de dois rostos (pólos), mas logo o Senhor os dividiu em dois e deu a cada metade uma espinha dorsal. Viver em Dualidade Sexual é caminhar para a morte…”
          
A religião do Egipto é a religião do sexo. Mas do sexo que ressuscita e não do sexo que mata; no mesmo corpo de Deus Osíris desmembrado Ísis substitui o desaparecimento do ‘Falo’ sagrado por outro de madeira, para a ressurreição … Ísis é esposa, irmã e mãe. A matéria é filha, irmã e mãe de Deus. A virgem é filha do Pai, esposa do Espírito Santo e mãe do Filho…
“Durante os dias em que se celebravam as festas do Deus Livre, a imagem do ‘Falo’ era colocada em carros e exibida pela cidade com grandes honras”, conta Santo Agostinho falando dos mistérios pagãos.
           
A circuncisão é o testemunho nupcial de sangue e carne. Até hoje, ninguém, ninguém mesmo descobriu o significado do mistério da circuncisão. O anel da circuncisão é o anel dos esponsais. É a união conjugal do homem com Deus. “Que coisa tão espantosa e que blasfémia!” Mas é menos espantoso comermos Deus? Nutrirmo-nos de sua carne e de seu sangue? “Quem é que pode ouvir isso?!”, exclamaram, espantados, os discípulos do Senhor, quando pela primeira vez ouviram tal afirmação. O mistério da circuncisão é este:
“Através da circuncisão desse anel recortado na carne o homem contempla Deus eterna e involuntariamente. Por quê? Porque a extremidade do membro é o ponto mais ardente e, por isso, este ponto mais ardente do prazer sexual é consagrado a Deus e o Universo se eleva a Deus por esse anel”. (Colégio dos Magos)
           
Os elos da cadeia ou os anéis da circuncisão – carnal ou espiritual – encontramo-los na Religião do Pai em toda a Antiguidade pagã, no Testamento do Pai. Moisés encontrou a circuncisão no caminho do Egipto, porque o Egipto é a fonte do sexo sagrado. Adorar ao Pai em Espírito e Verdade é chegar a Ele pelo Sentir e pelo Amor. Orar ao Pai é comunicar-se com Ele, entrando no interior (do aposento). Falar-lhe é senti-lo em segredo. Esta foi e é a religião dos sábios e iniciados.
           
“Mas ao Pai ninguém viu”, diz o Grande Mestre. No entanto, o Pai engendra o Filho e ressuscita-o; logo a primeira ideia da geração e da ressurreição vai unida à ideia do Sexo e nunca as religiões de Mitra e de Osíris fizeram qualquer distinção entre as duas ideias… A base de toda religião é: “O sexo excede os limites da Natureza. Está por fora e por cima dela… É o abismo que leva aos antípodas do Universo. É a única imagem do outro mundo que se nos mostra neste”. (Colégio dos Magos)
          
“O Sexo é o único contato de nossa carne com o além.” (Colégio dos Magos)
           
A sede sexual é a sede da ciência, da Árvore do conhecimento do bem e do mal. Os dois serão uma só carne. Sim, mas ainda não o são, senão no amor mortal, já que tudo o que nasce morre. O Egipto sentiu o amor imortal que ressuscita.
           
O ‘Falo’ de Osíris não simboliza a procriação, a fecundidade, o nascimento e a morte, mas a ressurreição. “Ó deuses, saídos da energia sexual! Estendei-me vossos braços”, suplica um morto levantando-se do ataúde (Livro dos Mortos). Outro ressuscitado confessa: “Ó Energia Sexual de Osíris que extermina os inimigos rebeldes (contra Deus)! Por ela sou mais forte que os fortes, mais poderoso que os poderosos”.
          
As religiões antigas que adoravam o Sexo não adoravam o Sexo grosseiro, terreno, animal, mas sim o fogo sexual subtil, espiritual, astral, cósmico, aquela força divina que ressuscita, já que os mortos têm de ressuscitar, de engendrar a si mesmos na Eternidade. O Credo de Nicéia diz: “Creio na ressurreição da Carne”. Enquanto as religiões antigas criam na ressurreição da carne por meio do Divino Sexo. Por isso os egípcios, cortando às vezes o ‘Falo’ do morto, embalsamavam-no separadamente e o depositavam ao lado da múmia em pequeno obelisco de madeira dourada, simulando o raio solar, ou ‘Falo’ divino que vivifica: outra forma de união do morto com o Sol. Por isso Ísis encontra todas as partes do corpo desmembrado de Osíris, menos o ‘Falo’, porque foi arrebatado e levado ao ponto de onde havia vindo, deste mundo ao outro, e a deusa o substituiu por uma imagem de madeira de sicómoro.
Os mistérios de Ísis, o véu de Ísis! Quem se atreve a divulgá-los sem ser queimado vivo?

A religião de Osíris é a religião do sexo divino, pela qual o homem, inteiramente, pode ver Deus de frente a frente sem morrer. Osíris é o Fogo-Luz em todo o corpo, em cada uma das células. Este Fogo Criador não tem sua sede nas partes sexuais e sim é mais vasto que o corpo. O Fogo não está no corpo, porém o corpo está no Fogo. O Sexo pode causar a morte, mas sem o Sexo não há ressurreição.



Dr. Jorge Adoum, “ Do Sexo à Divindade”

Pode procurar  AQUI e baixar gratuitamente o livro completo

JFM Lisboa - Portugal


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ROSA VERMELHA







Las rosas rojas son mejores que las blancas,

porque tienen la sapiencia del pecado

y el vértigo del absoluto,

y por lo mucho que han llorado,

un dulce nazareno las perdona...



(Extrato de um poemas de VM Samael Aun Weor)


JFM - Lisboa- PORTUGAL

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

UM DEPOIMENTO INTERESSANTE













Chegou nos através do Facebook, uma mensagem publicada por um elemento de um Grupo de que fazemos parte, que quer pelo seu tom como o labor demonstrado no estudo da situação, nos pareceram de interesse transmitir aos irmãos que nos seguem. É o que vamos fazer a seguir, copiando aqui, na íntegra, o que nos chegou.
Nota final: O vídeo sobre desencarne de Mestre Sivananda poderá ferir algumas suscetibilidades, pelo que, antecipadamente, pedimos desculpa. 
Paz Inverencial 

"Prezados irmãos e irmãs, Gostaria de compartilhar uma mensagem sobre algo que venho pesquisando. Em muitas obras do Mestre Samael, o presenciamos denunciar com ênfase alguns nomes da magia negra. Um desses, é Omar Cherenzi. 

Conta-se que nos primeiros anos da nossa atual Era Aquariana, identificaram neste senhor um grande obstáculo para o crescimento adequado dos ensinamentos da Loja Branca. Dessa forma, o Mestre solicitou à Lei Divina que Cherenzi fosse interrompido, desencarnado, a fim de não comprometer o avanço da Obra que se iniciava. No entanto o pedido foi negado, por razão de que não havia chegado o tempo correto para tal desencarne. Diante dessa situação, nada mais nada menos que Swami Sivananda - que havia firmado aliança com o então emergente Movimento Gnóstico - e Francisco Propato (Venerável Mestre Luxemil, que subia bandeira gnóstica em terras argentinas) ofertaram a própria vida em troca para que a Lei Cósmica pudesse então consolidar o que o Mestre pedia. 

Em 1963, o Mestre emite um comunicado de luto, chamado "Luto en la Bandera Gnóstica(link: 

no qual devota profundo respeito aos dois recém falecidos Mestres. Quanto a Cherenzi, não consegui encontrar informação de quando desencarnou, mas o último periódico de sua autoria que se tem registro data de 1966. Hoje, os inimigos e caluniadores da Gnose escrevem por aí que não houve nada disso. Afirmam que Cherenzi sequer ensinava magia negra, e que foi no máximo tão somente um impostorzinho de pequena tigela. Outros dizem que foi uma vítima caluniada pelo Mestre Samael. Dizem até que Sivananda foi acometido de um acidente qualquer. Isso não é verdade. Houve preparativos para o desencarne dele, em momento rigorosamente específico. Existe no youtube um link muito forte, de footages (agrupamentos de película) do último dia de vida do Mestre Sivananda, gravado pelo instituto "Swami Vishnu-Devananda's Archives". Para quem quiser assistir, eis aí:

O próprio estava bem consciente do exato momento do seu desencarne, e ao que tudo indica, as pessoas da sua comunidade também. Aliás, curiosamente Cherenzi em um de seus periódicos se refere ao Mestre Sivananda como "um tal de". Mas afinal, que doutrina era essa que tanto precisava ser combatida nos primórdios da Era de Aquario? Por que os anti-gnósticos querem afirmar que não havia nada? Aqui está: 
O Mestre Samael citou essa obra algumas vezes, em tom de denúncia. É difícil encontrá-la, não se acha por aí. A disseminação da doutrina invertida foi verdadeiramente bloqueada, detida, combatida pela Loja Branca, com a valentia desses Mestres que chegaram a entregar a VIDA para que não fôssemos extraviados e terminássemos por perder a oportunidade que nos era brindada. 

O detalhe importante: o homem na foto do topo dessa página (que carrega seu nome) é um dos maiores propagadores de uma doutrina anti-crística aqui mesmo da América do Sul, modernamente denominada de "sabedoria hiperbórea". Desde a primeira vez que tomei breve contato com isso, intuitivamente sabia que se tratava exatamente daquilo que o Mestre Samael outrora estava denunciando em seus livros. Acontece que o Mestre quando fala sobre isso, o faz com gentileza. Ele sabe das nossas debilidades e da nossa ignorância em matéria espiritual, então como bom amigo ele oculta o hipnotismo negro para que nossa pobre mente não venha a fascinar-se com esse lixo. Mas quando você entra "sozinho" (entre aspas porque a Mãe Divina acompanha ) de mala e cuia no terreno deles para ver o que há, aí a coisa muda de figura. É um horror, um terror, um veneno muito perigoso para a alma. Porque isso se disfarça de formas muito poderosas para extraviar o intelecto sem volta, na direção da loucura e da perdição. Quando eu terminei essa pesquisa, estava cheio de conflitos mentais e perturbações de toda ordem. Essa é a natureza que foi combatida décadas atrás! Esse é o veneno terrível que o Mestre Samael anteviu que prejudicaria todo o plano da Loja Branca. Felizmente essas coisas perderam força e só são encontradas ou por acidente, ou quando se faz uma busca bem específica. Pelo sacrifício realizado lá no passado, você hoje conseguiu encontrar uma poderosa e persuasiva doutrina de regeneração ANTES de encontrar uma poderosa e persuasiva doutrina de degeneração. Ainda existe essa classe de heroísmo? Quantos de nós daríamos a vida pela humanidade? 

Quando nos sentirmos abatidos pelas dores que nos atingem, ou desanimados pela dificuldade, ou mesmo enfraquecidos pela mecanicidade, lembremos destes dois homens que ofereceram a vida que eles tinham, para que nós estivéssemos aqui e agora. 

Um sincero muito obrigado aos Mestres Swami Sivananda e Luxemil. Seu sacrifício não será esquecido. 

Initiation tears the veil of mystery and enables the disciple to grasp the hidden truth behind scriptures' texts. These are generally veiled in mystic language. You cannot understand them by self-study. Self-study will only lead you to greater ignorance." (Sivananda, 1955)"

(Fernando André) 

JFM - Lisboa - Portugal

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A CABALA E A CRIAÇÃO DO HOMEM

“Hoje falaremos sobre os diferentes Mundos ou Regiões do Universo...
A Teosofía Oriental, bem como as diversas Escolas de tipo Pseudo-Esotérico e Pseudo-Ocultista, falam-nos dos “Planos Supersensíveis”. Inquestionavelmente, o termo “planos” parece-nos certamente um pouco confuso, sugere uma ideia equivocada de superfície para superfície, em modo de escada.
Devido a isto, precisamente, é por isso que nós em na nossa nomenclatura gnóstica resolvemos, francamente, não usar esse termo; preferimos falar de REGIÕES” ou “MUNDOS SUPERIORES, localizados em diferentes Dimensões da Natureza e do Cosmos. Assim se faz mais inteligível, mais claro o Conhecimento.
O MUNDO FÍSICO TRIDIMENSIONAL de Euclides não é tudo; por em cima e por baixo existem outras Regiões do Universo. É inquestionável que em cima da Região Tridimensional de Euclides temos as DIMENSÕES SUPERIORES; é indubitável que por baixo da citada Região Tridimensional temos as INFRADIMENSIONES naturais, devidamente localizadas dentro do organismo planetário em que vivemos”.

Com estas palavras abre VM Samael Aun Weor, mais uma das suas extraordinárias obras que nos deixou. 
Aqui fica igualmente a possibilidade, aqueles que nos seguem, de poderem ler a obra na sua totalidade ou de fazer o download, neste endereço AQUI
Paz Inverencial

JFM - Lisboa – Portugal




quinta-feira, 1 de agosto de 2013

COMO SE FORMOU O EGO




Guardem este texto e estudem-no dezenas de vezes porque aqui vai a chave de todas as chaves para entender o que é e como se formou o ego. Agora, façam o caminho reverso através de meditações diárias até se conhecerem profundamente... Boa sorte!!!

A ciência não está de todo equivocada. O que eles não percebem, não admitem, e jamais poderão admitir (cegos que são) é que é a hereditariedade que está ao serviço da Lei Divina. TUDO ESTÁ AO SERVIÇO DA LEI. Nada ocorre em nenhuma dimensão/espaço/tempo do Cosmo sem que seja em função da Lei. A partir desse axioma cada qual pode estudar e compreender a causa dos fenómenos. A ciência acha que o mundo surgiu por acaso, de uma explosão fortuita.... Nunca se perguntou: QUEM FEZ O NADA...

OS PRIMEIROS DEFEITOS nascem a partir dos INSTINTOS. Ou seja: enquanto fomos animais irracionais, não podíamos ter formado ego. Quando adquirimos o INTELECTO, aí sim, os instintos passaram a obter individualidade através dos sucessivos retornos. Foram, por assim dizer, "adquirindo auto consciência".

Da mesma forma como a mente intelectual serve para dar auto consciência e DISCERNIMENTO à Essência, esse mesmíssimo processo deu auto consciência aos diferentes instintos ou resíduos mentais instintivos nos nossos primeiros retornos como humanos.

O EGOÍSMO, por exemplo, cerne do ego humano, é oriundo do instinto de SOBREVIVÊNCIA E DEFESA. É uma LEI que toda forma de vida tem para SOBREVIVER. Isso, depois, transforma-se em EGOÍSMO: tudo para mim, eu primeiro, eu sou mais eu, eu sou mais forte, eu sou mais importante, eu
lidero, eu possuo, eu tomo, eu me apodero, eu quero, etc. etc.

Desses primeiros impulsos de sobrevivência derivam, depois, nos retornos seguintes, o orgulho, o amor-próprio, a vaidade, a auto consideração, a auto importância, etc. e isso, esse conjunto forma a RAIZ DO EGO PRÓPRIO HUMANO.

Bem mais tarde, depois de mais e mais auto independência, cada ego adquire novas e variadas “nuances”, até atingir o elevadíssimo grau de subtileza e sofisticação dos actuais egos humanos encastelados nos centros de poder e de mando do mundo. Eis aí a suprema glória daquele simples e ingénuo instinto de sobrevivência de quando éramos simples animais ou simples silvícolas dos primeiros retornos.

AQUI está o CAMINHO DAS PEDRAS para que cada um possa voltar à matriz instintiva da natureza e rever pacientemente todas as trajectórias dos seus sucessivos retornos....

O EGO alimenta-se e fortalece-se com as GRATIFICAÇÕES. Ainda como animais, matávamos para possuir as fêmeas do bando (que as mulheres não interpretem mal, porque elas, igualmente, também foram machos animais naquela época e, outras vezes, fêmeas; como também, hoje em dia, como humanos, umas vezes somos machos outras fêmeas). Então, a GRATIFICAÇÃO SEXUAL é o MAIS PODEROSO INSTINTO – e até hoje, nos nossos dias, os homens matam-se, roubam, corrompem, exploram, fazem de tudo para ter DINHEIRO e poder COMPRAR TUDO.

Mas, aquilo que mais querem comprar é SEXO.

Ah! Se as pessoas dessem conta do poder da natureza, que nos alcança como INSTINTO. Isso é tão poderoso que praticamente nem os DEUSES resistem a essas forças primárias, puras, soltas, livres e puras da natureza. Porém, ao agirem no INTELECTO, aos poucos corrompem-se, transformam-se, tornam-se auto conscientes e acabam transformando-nos em ESCRAVOS.

Apenas como um pequeno aviso ou lembrete: tais forças trituraram os primeiros TITÃS, os Grandes Deuses que encarnaram aqui na terra, na Lemúria. Essas outrora luminosas e resplandecentes criaturas dos céus, tornaram-se nos GRANDES DEMÓNIOS que foram aprisionados por Samael na Lua de Lilith, e ali ficarão até o início da Era de Capricórnio.  E tudo porque EXPERIMENTARAM O GOSTO DAS FORÇAS PURAS E LIVRES DA NATUREZA, GOSTARAM E ACABARAM SE VICIANDO-SE NELAS. O resto foi mera consequência.

Texto de Autor desconhecido.

JFM - Lisboa - Portugal 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

ENTREVISTA A UM MÉDICO TIBETANO



--Quando um paciente vem À sua consulta, como faz o diagnóstico da sua doença?
--Observando a forma como se movimenta, a sua postura, a forma de olhar. Não é preciso que fale nem me explique que lhe passa. Um médico da medicina tibetana experimentado, basta que o paciente se  acerque a uns 10 metros, pode saber que doença sofre.
--Mas também observa os pulsos.
- Sim.  Obtenho aí a informação que preciso da saúde do doente.
Com a leitura do ritmo dos pulsos podem-se diagnosticar um 95% das doenças, inclusive psicológicas. A informação que dão é rigorosa como a de um computador. Mas lê-la requer muita experiência.
--E depois, como cura?
--Com as mãos, o olhar, e preparações de plantas e minerais.
--Segundo a medicina tibetana, qual é a origem das doenças?
--Nossa ignorância.
--Desculpe a minha insistência, mas, o que entende por ignorância?
--Não saber que não sabe. Não ver com clareza. Quando vês com clareza, não precisas de pensar.
Quando não vês claramente, pões em marcha o pensamento.
E quanto mais pensamos, mais ignorantes somos e mais confusão criamos.
--Como posso o ser  digamos que menos “pensativo”?
--Dar-lhe-ei um método muito simples: praticando a compaixão. É a maneira mais fácil de reduzir teus pensamentos. E o amor. Se queres a uma pessoa a valer, isto é, se não a queres sozinho para ti, aumenta tua compaixão.
--Que problemas vê no Ocidente?
--O medo. O medo é o assassino do coração humano.
--Porquê?
--Porque com medo é impossível ser feliz, e fazer felizes aos outros.
--Como enfrentar o medo?
--Com aceitação. O medo é resistência ao desconhecido.
--E como médico, em que parte do corpo vê mais problemas?
--Na coluna, na parte baixa da coluna: sentais-vos demasiado tempo na mesma postura. Vitalmente, tendes demasiada rigidez.
--Temos muitos problemas.
--Achamos que temos muitos problemas, mas na realidade, o nosso problema é que não os temos.
--Que quer dizer?
--Que nos acostumámos a ter um nível de necessidades básicas cobertas, de modo que qualquer pequena contrariedade parece-nos um problema. Então, activamos a mente e começamos a dar-lhe voltas e mais voltadas sem solucioná-lo.
--Alguma recomendação?
--Se o problema tem solução, já não é um problema. Se não, também não.
--E para o stress?
--Para evitá-lo, o melhor é estar louco.
--...?
--É uma brincadeira. Não, muito, mas é. Refiro-me a ser ou parecer normal por fora, e por dentro estar louco: é a melhor maneira de viver.
--Que relação tem você com sua mente?
--Sou uma pessoa normal, ou seja penso com frequência. Mas tenho treino mental. Isso quer dizer que não sigo a meus pensamentos. Eles vêm, mas não afectam nem a minha mente nem a meu coração.
--Você  ri com frequência.
--Quando alguém ri, abre-nos o coração. Se não abres teu coração, é impossível ter sentido do humor.
Quando rimos, tudo é claro. É a linguagem mais poderosa: liga-nos diretamente uns com os outros.
--Também acaba de editar um CD de Mantras com uma base electrónica, para o público ocidental.
--A música, os Mantras e a energia do corpo são a mesma coisa.
Como o riso, a música é um grande canal para nos  ligarmos  com os outros. Através dela, podemos nos abrir-nos  e nos transforma-mos : assim é o uso na nossa tradição.
--Que gostaria de ser mais?
--Gostaria de estar preparado para a morte.
--E nada mais?
--O resto não importa. A morte é o mais importante da vida. Acho que já estou preparado. Mas antes da morte, devemos ocupar da vida. Cada momento é único. Se damos sentido a nossa vida, chegaremos à morte com paz interior.
--Aqui, vivemos de costas para a morte.
--Mantemos a morte em segredo. Até que chegará num dia da nossa vida em que já não será um segredo: não nos poderemos esconder.
--E a vida, que sentido tem?
--A vida faz e não faz sentido.
Depende de quem sejas. Se realmente vives tua vida, então a vida faz sentido. Todos temos vida, mas nem toda a gente a vive. Todos temos direito a ser felizes, mas temos que exercer esse direito. Senão, a vida não faz sentido.
"Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e gozamos pouco pelo muito
que temos."

Autor Desconhecido


JFM – Lisboa - Portugal