quinta-feira, 26 de abril de 2012

SABEDORIA PARA O DIA A DIA

Desfruta o momento presente porque ele é a plena criação do futuro.
Quando estiveres cansado, recorda os momentos de felicidade e recuperarás a força.
Se observares com acalma, verás com maior clareza as situações tal como são.
O otimismo e a consciência clara são sinais de uma vida equilibrada.
A liberdade verdadeira significa estar para além da influência da gente e das posses.
A singeleza de carácter é o resultado mais natural do pensamento profundo.
A aceitação é o segredo da satisfação.
O apreço é o segredo da felicidade.
Quanto mais desenvolvido for o hábito de perceber a bondade, mais emerge a tua própria sensação de bem-estar.
Só poderás dar o teu melhor aos teus semelhantes quando te centrares no melhor que há em ti. Faz as coisas com tanto amor no teu coração e nunca mais o desejarás fazer de outro modo.
Paz Inverencial

JFM -Lisboa -Portugal

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O QUE É A GNOSE E QUEM PODE SER GNÓSTICO

A Gnose divina, a Gnose Eterna é, na realidade, o ponto para onde nos dirigimos, é uma busca que muitos têm empreendido ao longo dos séculos e que alguns concluem e outros prosseguem no Caminho. Face a tudo isto é fácil compreender que as gerações vão e vêm mas a Gnose não muda, porque não é uma moda, não é capricho de alguém, é uma necessidade colectiva das almas que continuamente nascem e morrem. Portanto, a Gnose não é: as palavras, os livros, as conferências, nem é os grupos, nem os expoentes, nem as lições; bem como também não são os locais, os cartazes ou os anúncios quem constitui a Gnose. Qualificar de gnóstico uma qualquer coisa relacionada com a Gnose é uma leviandade. Entendemos que a Gnose é “um funcionalidade natural da consciência desperta”. Assim é. Portanto e enquanto não chegarmos ao despertar total não saberemos que é a Gnose. Conquanto seja verdade que nos vamos aproximando pouco a pouco da Gnose, também é verdadeiro que há pessoas que jamais se lhe aproximam um pouco sequer, e são os que ao se classificarem “gnósticos” a desclassificam” com suas acções, o corpo da sua doutrina e finalmente à própria Gnose. Logo, culpar à Gnose, o Mestre Samael e os seus verdadeiros praticantes, das barbaridades que cometam pelos que se crêem gnósticos, é falhar no principal. É erróneo culpar à Gnose dos atropelos que fazem os que andam à procura dela. Digo à procura dela porque se já a tivessem não cometeriam tantas ignomínias. Tudo isto aproxima-nos do terreno que nos permite compreender quem é e quem não é gnóstico: O gnóstico ama a cultura que oferecem as ciências e o conhecimento objectivos. O gnóstico é inimigo dos vícios, não por mandato mas por convicção. O gnóstico esforça-se por transformar a sua vida positivamente, isto é, ser útil para o seu lado divino, bem como para os seus semelhantes. O verdadeiro gnóstico jamais faz alarde nem exibições públicas da sua ciência. Assim também, o gnóstico verdadeiro, não procura a glória no mundo, nem ambiciona o sucesso mundano, nem se deixa escravizar das exigências sociais ou económicas. O gnóstico não se mete na vida dos demais, compreende o que é a liberdade em Deus e jamais obrigaria qualquer pessoa a entrar no caminho do Conhecimento Divino se dita pessoa não o quiser. A Gnose verdadeira e seus praticantes verdadeiros não procuram prosélitos para ter grupos numerosos, procuram almas que se queiram voltar a ligar com sua parte divina e orientam-nas para conseguir esse fim. Na Gnose eterna não nos interessa o dinheiro de ninguém, sabemos que quem puder colaborar com dinheiro para que um grupo continue funcionando o fará. Aqueles que não possam colaborar ou não queiram, terão suas razões e não serão por isso postos de parte, desde que sua participação num grupo seja sincera. Parecem-lhe negativos estes princípios sobre os quais se desenvolve a verdadeira prática da Gnosis? Se responde afirmativamente, então é claro que sua ideia do mundo e da vida é contrária a nossa, e nesse caso nem a Gnose, nem Mestre Samael, nem Deus, nem ninguém é responsável por isso. Você conhece alguém ou tem contatado com alguém que faça o contrário do descrito anteriormente? Então tem razão em incomodar-se se as acções dessa pessoa o afectaram directamente, mas não atire e a culpa na Gnose ou ao V.M. Samael porque foram eles que ensinaram os princípios acima mencionados e quem fizer ou disser o contrário é porque assim o decidiu por si consciente ou inconscientemente. Viva feliz e se quer tornar-se numa pessoa livre tanto interior como exterior mente, procure um grupo ou uma doutrina espiritual que o preencha e pratique-a sinceramente. Se chega a conhecer a verdadeira Gnose pode ser que isso o liberte. Se por outro lado conhecer “algo” a que “alguém” que chame gnose a algo que o prenda ou o escravize, não há nisso nada de seguro, mas tudo depende do destino que o seu Ser espiritual tenha reservado para si.

Fraternalmente. Os praticantes beneficiados pela Gnose. 

 Texto original AQUI


JFM _ Lisboa - Portugal

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O CRISTO MÍSTICO


Muitas pessoas têm duvidas da existência histórica de Cristo. Deixemo-las em suas divagações, pois não temos tempo a tratar de demonstrar a existência do Sol.
A narrativa da descida do Verbo ao seio da matéria é tão perfeita, tão verdadeira quanto a descida do Eu Sou ao Meu Corpo.
Jesus identificou-se com o Cristo, "O Verbo por quem todas as coisas foram feitas". Para as igrejas, esse fato divino tornou-se em data histórica de quem consideram a divindade encarnada (o Cristo Místico). Assim como o Cristo dos Mistérios, O Logos, a Segunda Pessoas da Trindade, é o Macrocosmos, assim também o Microcosmos encerra e representa o segundo aspecto do Espírito Divino, chamado, por isso, Cristo. O segundo aspecto do Cristo dos Mistérios é, portanto, a vida do Iniciado, a vida do Segundo Nascimento no Reino Interno. Durante esta Iniciação Interna, o Cristo nasce no homem e, mais tarde, exalta-se, para tornar mais intelectual ao Iniciado a natureza do Espírito nele.
Somente por meio do Amor pode o homem aspirar à Iniciação. Pelo amor verdadeiro o homem pode tornar-se "puro, santo, sem mancha e viver sem transgressão", chegando assim a ser Iniciado, a SER Cristo CONSCIENTEMENTE. Esse é o caminho das provas que levam à "Porta Estreita", ao "Caminho da Santidade" e, pois, ao"Gólgota com a Cruz às Costas".
O Cristo-Sol no homem é o Fogo Divino da Alma, que se deve "converter em Luz"; "O nosso Deus é Fogo", disse Moisés. É o Menino que nasce como o homem no presépio, na casa de carne (Belém), o corpo físico.
O candidato deve desenvolver estas qualidades de maneira perfeita, antes que o Cristo possa nascer nele. Deve preparar a morada para esse Menino Divino que vai crescer dentro dele. Os preceitos necessários para desenvolver essas qualidades estão perfeitamente traçados no Sermão da Montanha, e nada mais temos a dizer sobre esse particular.
O maior Mistério do Cristianismo está encerrado nos 14 versículos do primeiro capítulo do Evangelho de São João:
1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2. Ele estava no princípio com Deus.
3. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.
4. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;
5. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7. Este veio para testemunho para que testificasse da luz; para que todos cressem por ele.
8. Não era a luz; mas para que testificasse da luz,
9. Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo.
10 . Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O conheceu.
11. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos Filhos de Deus; aos que crêem no seu nome;
13. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
14. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Todas as religiões, antigas e modernas, colocaram e colocam sobre altares a imagem de um homem ou de uma mulher para simbolizar o poder Divino e o Adorá-lo. A Arca de Noé, a Terra Prometida, o Presépio de Belém, o Santo Sepulcro, o Tabernáculo, Jerusalém, o Templo de Salomão etc. não são mais do que o mesmíssimo corpo humano onde arde o Fogo Crístico.
O homem é um sistema universal composto de astros, planetas, sóis, luas, cometas, vias-lácteas e constelações. Deve seguir as mesmas LEIS DO SISTEMA MAIOR. Quanto mais perfeito é o homem, tanto maior cumprimento dá a essas leis, como o fez Jesus Cristo. Nós também "devemos chegar, algum dia, à estatura do Cristo".
Há uma só religião com muitas instituições religiosas, assim como há uma única humanidade com muitas raças e costumes. O Grande Arcano das religiões, como o temos visto, está no poder do Fogo Crístico e da Luz Inefável. O Sol, sempre o Sol, era adorado como o Grande Fogo que ardia no meio do Universo, ao passo que o Fogo Divino está mais além do Sol físico. Por esse Fogo Divino Interno, que foi adorado no princípio, o homem nos deixou um símbolo no archote, na espada flamígera e na coroa de ouro cujas pontas se assemelhavam aos raios solares. Todos os Homens Deuses tinham nomes que significavam Fogo-Luz: Júpiter, Apolo, Hermes, Mitra, Baco, Odin, Buda, Krishna, Zoroastro, Fo-Hi, Agni, Hiram Abiff, Sansão, Josué, Vulcano, Alá, Bel, Baal, Serápis, Salomão, Jeshua (Jesus) e muitas outras divindades cujos nomes significam manifestações de Luz.
A fábula de Prometeu é um véu da Verdade: a alma humana, ao possuir o fogo divino da humanidade, empregou-o para a destruição. Foi encadeada à rocha (o corpo) e devorada pelo abutre (dos desejos) até que um homem conseguisse dominar o fogo e se tornasse perfeito. Essa profecia foi cumprida por Hércules (o Cristo), que (nascendo como Luz no mesmo fogo da alma) libertou a que, havia tantos anos, estava submetida ao tormento (nascendo no seu coração pelo segundo nascimento ou Iniciação).
A luz que brilha no sistema nervoso é o mediador entre o Deus Íntimo e o homem externo. É a ponte que une o Espírito à Matéria. Por causa dessa Luz o Filho do Homem é chamado Filho de Deus. Os filhos da Luz conseguiram ver o Sol Interno Invisível. As antigas religiões buscavam a maneira de captar o fogo cósmico que circulava no éter; por isso, valiam-se os sacerdotes de plantas, de animais e de metais com propriedades absorventes dessa Luz Invisível. O cristianismo emprega o fogo em seus ritos com o incenso para simbolizar que, assim como o fogo queima o incenso e este se converte em fumo perfumador, assim também o Fogo Divino, no homem, consome tudo quanto há de grosseiro da alma, para convertê-la em fragrante perfume. Os campanários, as torres, os obeliscos e as pirâmides são símbolos nativos do Fogo.
O ouro dos templos tem a cor da luz solar. Os círios acesos nos altares representam o Fogo Divino. A pequena lâmpada vermelha alimentada com azeite, que ilumina o altar, é o mais importante; é o símbolo de IEVE, Adão-Eva, O Senhor Construtor das Formas.
O azeite é o símbolo do sangue: este mantém a chama sagrada do homem, assim como o outro sustenta as chamas físicas.
O sangue é o veículo da chispa divina. Esta chispa move-se com a corrente sanguínea e não se encontra em qualquer ponto particular do organismo. A vibração desta chispa pode ser dirigida e localizada em qualquer parte do corpo, por meio da vontade concentrada. O sangue incendeia-se nas veias e manifesta o Fogo Divino Interno.
O Iniciado participa do Divino Poder Solar. Transfigura-se. Esse poder manifesta-se em forma de auréola de luz ao redor de sua cabeça, porque o Fogo do Espírito Santo no Sacro se converte em luz no cérebro, e o Iiniciado se converte em Onisciente sem necessidade do intelecto. Essa auréola de luz, com o tempo, converte-se em diadema para o rei, mitra para o bispo, disco de luz para a cabeça dos santos. O Fogo Criador, ao subir pela espinha dorsal e, finalmente, chegar ao terceiro ventrículo do cérebro, toma uma formosíssima cor dourada, irradia-a em todas as direções, formando uma coroa sobre o osso occipital, em forma de leque. Essa luz significa a regeneração do homem que alcançou a "estatura de Cristo". Ela muda de cor conforme o pensamento: a pureza converte-se em branca; a espiritualidade, em azul; o saber, em amarelo; o amor, em cor-de-rosa etc. Temos hoje muitos meios de demonstrar esses fenômenos e muitos homens de ciência estão ocupados no estudo da aura humana.
Temos já dito que o homem deve ter dois nascimentos: um físico e um espiritual. Tem de ser homem e Cristo ao mesmo tempo. Vamos agora tratar de decifrar o Mistério do Cristo no homem físico assim como deciframos o significado do Cristo Solar.
O grânulo de vida está depositado no útero materno, porta da vida, durante nove meses; após esse tempo, nasce, e a Alma Cristo permanece no casebre do coração, no corpo (casa de carne). O Menino-Cristo no homem está rodeado de animais: a ignorância do burro, a debilidade do cordeiro e a brutalidade do touro. O rei das trevas, no corpo, com a ambição e o orgulho, quer matar o novo Rei nascente, para livrar-se do remorso e ter ampla liberdade de seguir os desejos da carne. O neófito é atacado pelo fantasma do umbral no segundo nascimento e é perseguido por todas as hostes do inferno (mundo inferior). Foge, então, para o Egito, isto é, refugia-se no mundo interno, abandonando as tentações do corpo e suas paixões, a fim de crescer espiritualmente e voltar, depois, ao cumprimento de sua missão na vida. Assim como o Sol percorre aparentemente os 12 signos zodiacais, também o Espírito Crístico tem de percorrer todas as dependências do seu sistema no corpo, que é a miniatura do Universo.
A cabeça é o Oriente do homem, de onde sai o Sol-Cristo. O Iniciado deve dirigir sempre os seus pensamentos e suas práticas para o cérebro, onde tem a raiz de sua trindade. A porta para o Oriente é o coração, por onde deve entrar o neófito. Por essta porta o neófito ou recém-nascido é conduzido para as piras do batismo (que se acham no fígado, órgão que forma, por suas emoções e desejos, o corpo astral ou de desejo); ali ele é batizado e submetido à Prova da Água, que significa o domínio do desejo. O recém-nascido jura ante o altar no coração, onde brilham um Sol e seis luminares. (O Sol foi depois representado pela custódia, símbolo do Sol resplandecente, ou símbolo do Fogo Divino; os seus centros magnéticos ou planetas são simbolizados pelos seis círios.)
O Cresthos (em grego significa "Bom") é uma qualidade que deve ser adquirida antes de poder se tornar um Cristo, um Ungido. Após haver chegado a viver uma vida virtuosamente esotérica, poder-se-á começar a viagem ou o caminho para a Iniciação, a Senda da Provação – a senda que conduz à porta estreita – o caminho da Santidade, o caminho da Cruz. O aspirante deve adquirir as sete virtudes para sentir o ardor pela felicidade de ver Deus e de unir-se a Ele (Mateus 5: 8).
O Espírito que mora no corpo é um fragmento invisível de Deus. É trino, por ser Deus. É Poder, Amor e Saber. O Pai é o Poder; o Filho é o Amor e o Espírito Santo é o Saber. A Iniciação consiste em dar completa liberdade ao Íntimo para que obre por meio dos seus três atributos. O Cristo Místico, pois, é o Ser Interno do homem e, por conseguinte, é Duplo. É o Logos, Verbo ou Segunda Pessoa da Trindade, que desce à Matéria. Em seguida, o Amor, segundo aspecto do Espírito Divino, faz evoluir o homem. Um representa os processos cósmicos no Mito Solar, o outro representa o processo que se passa no indivíduo. Ambas as fases, a Solar e a Individual, encontram-se na narrativa dos Evangelhos; sua união nos apresenta uma imagem do Cristo Místico. O Cristo Cósmico, a divindade que se envolve com a Matéria, é a encarnação do Logos ou Deus feito carne. Esta Matéria-Mãe recebe da Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, a vida que a anima e lhe permite tomar forma.
A Matéria condensada é modelada em seguida pelo Filho, o Segundo Logos, que se sacrifica encerrando-se ou crucificando-se, a fim de tornar ao "Homem Celeste".
Do seu corpo fazem parte todas as formas. Tal é o processo cósmico dramaticamente representado nos Mistérios.
"O Espírito de Deus pairava sobre as Águas. E as trevas estavam sobre a face do Abismo", disse o Gênese.
Logo, lhe foi dada a Forma pelo Logos: "Todas as coisas foram feitas por Ele e nada foi feito sem Ele", disse São João no seu Evangelho.
Uma vez terminado o trabalho do Espírito, o Cristo Cósmico e Místico pode revestir-se de Matéria, entrando no seio da Virgem Matéria. Esta Matéria foi vivificada pelo Espírito Santo a fim de receber o Segundo Logos e, assim, o Cristo se encarna e se faz carne; a vida e a matéria O envolvem com uma vestimenta dupla. É a descida do Logos na Matéria, descrita com o nascimento do Cristo por uma Virgem. Isso se torna Mito Solar, esse é o nascimento de Deus-Sol no momento em que o signo de Virgo ou Virgem se levanta no horizonte. Começam aqui os símbolos e as lendas. O Menino nascido está sujeito a todas as debilidades infantis. Ele, então, representa "a alma frágil que nasce para a Evolução". A Matéria O aprisiona para matá-lo. Ele, porém, lentamente triunfa e modela o corpo para um destino sublime. Consegue a maturação do corpo e se crucifica nessa matéria com a finalidade de derramar da cruz todas as energias de sua vida, sacrificada em benefício do progresso da criação.
Padece, depois morre para os sentidos e é sepultado; mas levanta-se com o corpo astral radiante que torna veículo ou vestimenta (da alma) e vive através das idades. A crucificação de Cristo é uma parte do grande sacrifício cósmico. Todas essas alegorias da crucificação nos mistérios se materializavam até o ponto de tornar-se morte verdadeira de uma pessoa, sofrida na Cruz e num crucifixo levado por um ser humano que expira.
Toda esta história é hoje a história de um homem; foi aplicada ao Instrutor Divino, Jesus, e transformou-se na história de sua morte física, assim como o seu nascimento de uma Virgem e a infância rodeada de perigos. Sua Ressurreição e Ascensão chegaram a ser assim como incidentes de sua vida. Os Mistérios desaparecem, mas as lendas chegam a ser a vestimenta do Instrutor da Judéia. O Cristo Cósmico desaparece no Cristo Histórico. "Para os Iniciados, porém, o Cristo era, é e será sempre o dos Mistérios, que está intimamente ligado ao coração humano – o Cristo do Espírito Humano – o Cristo que vive em cada um de nós, que aí vive, é crucificado, ressuscita dentre os mortos e sobe ao céus, em meio dos sofrimentos e dos triunfos de todo "Filho do Homem. A vida de todo Iniciado nos Mistérios celestes está traçada em grandes linhas na biografia dos Evangelhos. Por isso São Paulo fala do nascimento, da Evolução e da maturação completa de Cristo no discípulo.
Todo homem é potencialmente um Cristo e segue de um modo geral a narrativa dos Evangelhos nos incidentes principais. Mas, como já dissemos, esses têm um caráter Universal e não Partcular.
Cinco grandes Iniciações esperam o aspirante a Cristo. A primeira É O SEGUNDO NASCIMENTO DO CRISTO NO CORAÇÃO, POIS O DISCÍPULO NASCE NO REINO DE DEUS INTERNO, COMO UM MENINO. "SE NÃO VOS TORNARDES COMO MENINOS, NÃO ENTRAREIS NO REINO DOS CÉUS" DISSE JESUS. Jesus nasceu na caverna. (É a gruta da Iniciação conhecida pelos antigos como a "Caverna da Iniciação".) Em cima da gruta brilha a ESTRELA DA INICIAÇÃO, cuja luz resplandece pelo nascimento da LUZ INEFÁVEL. Sua vida está em perigo por causa das tenebrosas potências do mal. Apesar de todo o perigo, alcança o estado viril, porque, uma vez nascido, não pode o Cristo morrer, tem de terminar sua evolução no homem. Sua vida se expande em beleza e força, crescendo em sabedoria e espiritualidade até alcançar a Segunda Iniciação.
A Segunda Iniciação é o batismo da água ou o domínio de todos os desejos, o qual lhe confere os poderes necessários a um Instrutor. Então, descendo o Espírito Divino sobre Ele com a glória do Pai Invisível, ilumina-o e assim chega a ser "O FILHO BEM- AMADO", A ELE SE DEVE ESCUTAR.
Logo Ele é levado ao deserto da Matéria para ser tentado. O inimigo secreto, que reside no baixo-ventre ou no inferno (parte inferior do corpo), esforça-se por lhe mostrar a dificuldade de seguir a senda, e convida-o a servi-lo, para a sua própria tranqüilidade e proveito pessoal. Ele, porém, vence o Tentador e a Tentação e volta aos homens, a fim de alimentá-los com o pão da vida e curá-los das doenças.
Depois de tantos serviços impessoais e sofrimentos internos, galga a montanha sagrada da Terceira Iniciação, onde se transfigura, tornando-se tão radioso quanto o Sol. 


Estará, então, preparado para o BATISMO DE FOGO ou o BATISMO DO ESPÍRITO SANTO e a entrada na última etapa do caminho da Cruz. É, então, perseguido e vituperado; contudo, não deixa de crescer a vida do amor. Bebe o cálice amargo da traição, do abandono, e é negado por todos os seus. Anda desapreciado pelos homens, carregando a cruz na qual deve morrer, renunciando à vida do mundo inferior. Cercado de inimigos triunfantes, o seu heróico coração lança um grito ao Pai que parece tê-lo abandonado, e então abandona o corpo de desejos. Ele, o iniciado, desce aos infernos para poder salvar os que pedem auxílio e os átomos que desejam trabalhar sob o estandarte do Ser Interno. Volta depois à luz, abandonando as trevas inferiores, com o sentimento de que é o Filho Inseparável do Pai. 

Uma vez terminados os seus deveres na vida terrestre, Ele sobe ao Pai por meio da Quinta Iniciação, porque já está unido ao Deus Íntimo.
É esta a história dos Cristos e dos mistérios, ou do Cristo dos Mistérios, sob o duplo aspecto – Logos e homem –, cósmico e individual.
Jesus é considerado como o Cristo Místico e Humano, que luta, sofre e, finalmente, triunfa: é o homem em quem a humanidade se vê crucificada e ressuscitada, cuja história promete uma vitória a todos os que, como Ele, forem fiéis até a morte, e até mais além da morte.
Jorge Adoum – Mago Jefa 


Paulo de Siqueira
Curitiba - Brasil

quinta-feira, 5 de abril de 2012

JUDAS ISCARIOTES

"Judas não foi um traidor que vendeu Jesus por umas moedas. Era sim um discípulo privilegiado encarregue da missão difícil e de o sacrificar, segundo está escrito num documento denominado o “Evangelho de Judas”, cuja autenticidade não é hoje posta em causa. Trata-se de um papiro de 26 páginas que foi encontrado no Egipto em 1978 e que andou perdido nos circuitos de antiquários durante muito tempo por se desconhecer o seu valor histórico. 
A organização “National Geographic” (Ver AQUI este documentário) deu a conhecer os resultados da sua restauração e tradução. Através de análises do carbono 14, da tinta, do estilo de escrita e do conteúdo chegaram à conclusão que se trata de um texto escrito por volta do ano 300. O códice contém a única cópia do “ Evangelho de Judas ” , numa tradução copta do original em grego. 
Por isso, Terry Garcia, vice-presidente executivo de National Geographic qualificou-o, numa conferência de imprensa, como um dos três textos antigos mais importantes descobertos no último século, de que faz parte o conjunto de manuscritos conhecidos como do ”Mar Morto” ou “Nag Hammadi” (Egipto). 
Conhecia-se já a existência do “ Evangelho de Judas ” através de uma referência feita pelo bispo Irineo de Lyon, no ano 180 no seu tratado “ Contra a Heresia ”. Mas até agora ninguém sabia a que ele se referia no tal “tratado”. 
Agora, esta mensagem modifica totalmente a figura de Judas Iscariote, que havia sido sempre apresentada, como o protótipo da traição e mentira, na cristandade. O livro começa assim: “O relato secreto da revelação que Jesus fez em conversas com Judas Iscariote uma semana antes da celebração da Páscoa”. Nele se descreve Judas como “o único discípulo que conhece a identidade verdadeira de Jesus ” - segundo George Wurst, professor da Universidade de Augsburg, em Alemanha. Não o traiu, “ fazendo apenas o que Jesus lhe pediu ”, afirmou Craig Evans, professor de Novo Testamento no “Acadia Divinity College”, no Canadá. Jesus diz a Judas no livro: “ Tu superarás todos eles. Tu sacrificarás o corpo do homem que me recobre ”. 
O texto enquadra-se na tradição dos cristãos gnósticos, que enfatizavam a importância do conhecimento: gnosis, em grego. Não se trata do conceito atual de conhecimento, mas de um conhecimento espiritual, do divino dentro do ser humano, que permite à essência da pessoa escapar da prisão do corpo e elevar-se no espaço celestial. Por isso, Judas, ao entregar a Jesus à morte, facilita sua saída do corpo e a libertação da divindade que trazia dentro de si, segundo explicou Wurst. Não é a primeira vez que se lançou a hipótese de que Judas atuou por indicação de seu Mestre ao “vende-lo” com um beijo, como mostra o filme “ A Ultima Tentação de Cristo ” . No entanto, trata-se do primeiro documento antigo que defende uma outra visão. É plausível o que diz? Evans recorda que em duas ocasiões, segundo o Novo Testamento, Jesus pediu coisas em privado a dois dos seus discípulos. E o que se pergunta é se a sua entrega às autoridades judias, por parte de Judas, não seria um terceiro. "É possível que o Evangelho de Judas fosse preservado na memória e que os outros discípulos não o soubessem ”, disse. Elaine Pagels, professora da Universidade de Princeton (EU). Destaca que os quatro Evangelhos aceites pelo Canon cristão relatam os atos públicos de Jesus, mas não as conversas privadas. No entanto, também não é provável que se passe a ler o Evangelho de Judas, nos púlpitos, na Semana Santa. 
O padre Donald Senior, presidente da União Católica de Teología de EU, disse que este texto não tem origem em nenhuma tradição histórica. No seu depoimento, usa as personagens dos livros canónicos, e acrescenta que “são a expressão de uma teologia específica ”. 
Na expressão gnóstica, a concepção do corpo humano e a sua criação, são muito diferentes da dos Evangelhos aceites pela Igreja Católica. 
Quem o escreveu é outro mistério. Em nenhum lugar se diz que fosse Judas, mas isso não deveria fazer duvidar da sua veracidade, uma vez que a autoria dos Evangelhos do Novo Testamento não está igualmente de nenhuma forma assegurada. “A maioria dos textos são escritos em nome de alguém mais famoso ” , como um discípulo de Jesus, segundo Marvin Meyer, professor da Universidade Chapman, em Califórnia. E há poucos tão famosos como Judas.” 

Acrescentamos nós. 
Já há muito que o Mestre Samael Aun Weor afirmara de forma enfática, nas suas conferências e muito antes da descoberta dos manuscritos de Nag Hammandi, que Judas era um Mestre Ascenso que tinha desempenhado um papel de grande sacrifício no Sagrado Drama que o Grande Kabir Jesus o Cristo, veio representar a este mundo. Os documentos só vieram corroborar as afirmações do Mestre. 
Mais. Já em 1953, 25 anos (!) antes da descoberta egípcia, um escritor, Armando Cosani, desvenda no seu livro “O Voo da Serpente Emplumada” o Mistério de Judas. Mensagem muito clara que vem confirmar não só os documentos encontrados no Egipto, como a autenticidade das palavras sábias do VM Samael. 
Nada em Gnose se esconde, nada se inventa, se nega ou se mistifica. Tudo está aberto a quem queira ter ouvidos para ouvir e olhos para ver. Por isso AQUI deixamos o endereço onde aquele livro pode ser baixado ou lido de forma gratuita. 
Paz Inverencial 

BOA PÁSCOA


JFM - Lisboa - PORTUGAL