quinta-feira, 28 de abril de 2011

O PODER DA ORAÇÃO

A ORAÇÃO, em nosso dia-a-dia, deveria ser algo simples e natural. Deveríamos acordar, passar o dia e, ao nos recolhermos, à noite, entregar-nos à oração.
Pela oração alcançamos graças. Pela oração pacificamos a agitação interior e acalmamos o bulício mental.
A oração é um ato consciente, sem fórmulas, e que afasta a inconsciência.
Quando começamos a orar, parece que tudo está agitado, mas, com o passar dos minutos, a mente se acalma e podemos nos concentrar melhor. Apenas precisamos de uns quantos minutos, reservados, para orar.
O silêncio que se busca na oração é o interior e cada um precisa treinar-se em silenciar os “barulhos” e “conversas” internas. Para isso, a melhor prática é a da meditação. A meditação vipassana, baseado na atenção, plena consciência e investigação, ensinada por Buddha, ajuda a pacificar a mente.
Jesus, quando orava, também se recolhia. Se dirigia ao silêncio do deserto e, sob as estrelas, conversava com seu Pai.
Outro ponto essencial na oração diz respeito aos sentimentos ou emoções nobres. É o que se chama de RETO SENTIR, em que precisamos aprender a expressar, em cada gesto, palavra, olhar, entre outras formas de expressão, as emoções de tipo superior.
Para isso precisamos aprender a utilizar de forma RETA e SÁBIA os cinco centros ou cilindros da “máquina humana” e, aí, retornamos a um tema surrado e que poucos dão atenção: a assimilação inteligente das impressões.
Embora muitos não saibam, de início, o que é uma emoção superior, sabem, por outro lado, ainda que inconscientemente, o que é uma do tipo negativo, que geralmente nos advém ao assistirmos filmes, tais como de terror, brutais, melancólicos, românticos, etc.
Destes centros, o emocional, que está empedernido em praticamente todos nós, precisa ser trabalhado. A base das práticas espirituais DEVOCIONAIS, conseguimos que esse centro seja purificado e expresse sentimentos ou emoções nobres, superiores.
As práticas devocionais podem ser, entre outras
• Mantras (om tare tutare ture soha, ram-io, inri, gate gate paragate parasamgate
bodhi svaha, entre outros);
• Canção de lótus;
• Orações em favor da humanidade (Cadeia com a Grande Mãe Gaea e prática
com o Logos Solar);
• Yoga do rejuvenescimento;
• Jejuns.
Jejuar não quer dizer privar-se de alimentos, mas, prover-se de um tipo de alimento propício ao trabalho espiritual.
Podemos, por exemplo, todas às quintas fazer um jejum em que nos absteremos de comer carnes, frituras ou massas, fazendo proveito de frutas, sucos naturais, saladas, mel, cereais, água, etc., de forma equilibrada. Na oportunidade, durante o dia, sem abandonar nenhum compromisso, procurar, agindo na intimidade e individualidade que possuímos, orar, louvar, agradecer à divindade, aos mestres, aos buddhas.
Como ensinou o Cristo: “quando quiserdes orar, entrai no vosso quarto e, estando fechada a porta, orai ao vosso Pai em segredo; e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. E, orando, não useis as vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo muito falar serão ouvidos”.
Importante falar sobre a importância da oração porque no trabalho espiritual há uma questão central e um ponto-chave para o avanço e o progresso, que é o trabalho da eliminação dos defeitos.
O Mestre Samael sempre ensinou que somente um poder superior à mente é capaz de eliminar, dos 49 níveis da mente, os defeitos que possuímos. Esse poder ou força é exercido por nossa Divina Mãe Kundalini.
De nada adianta passar o dia em estado de alerta, meditar e compreender para, ao final, consciente de tudo que se passa, nada fazer de concreto para erradicar a causa que nos ata ao sofrimento. É como saber que temos um veneno em nosso corpo e, ainda assim, deixarmos ele circular livremente, sem nada fazer.
Se para tirar o veneno procuramos um médico, para eliminar um defeito apelamos, suplicamos, rogamos à nossa Mãe Divina, o bálsamo de todas as nossas chagas, para que ela elimine tal ou qual defeito e purifique nossa mente, nossos centros e nossos sentidos. Para que Ela faça nascer em nós a alma-cristo.
Querem aprender a orar ? Aprendam a usar essa chave ensinada pelo Mestre Samael, porque, seguindo o caminho da santidade, preparamo-nos para a Epifania e realizamos em nós o Cristo.
O Mestre ensinava: A oração se faz sempre de joelhos. É preciso saber orar. Orar é conversar com Deus. Quando o Anjo Aroch, Anjo do [Raio do] Mando, ensinou-me esta chave maravilhosa da Unção Gnóstica, também me ensinou a orar. São indescritíveis aqueles instantes inefáveis em que o Anjo Aroch, na forma de uma criança ajoelhada e com as mãos juntas sobre o peito, levantava seus olhos muito puros para o céu. Seu rosto parecia de fogo naquele instante e cheio de amor profundo exclamava: “Senhor, Senhor, não me deixe cair, não me deixe sair jamais da luz, etc”.
Por fim, a ORAÇÃO é uma parte importante no caminho do ARREPENDIMENTO e da RENÚNCIA.

Texto de Alex Alves, Instrutor da Escola Gnóstica Fundasaw

Pintura. “São Francisco de Assis orando” do pintor Bartolome Esteban Murillo


JFM - Lisboa Portugal

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O SIBOLO DO OVO

"E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória."
(I Coríntios., 15:54)
Os dias escuros e tristes do Inverno passaram. A Mãe Natureza vai levando o frio, a neve da cobertura da terra a milhares e milhões de sementes resguardadas na terra fofa abrigadas, que estão rebentando da sua crosta e revestindo o solo com roupas de verão, numa explosão brilhante e gloriosa de cores que preparam a câmara nupcial para o acasalamento de pássaros e animais.
Nesta altura o espírito do mundo civilizado prepara a festa a que chamamos Páscoa, comemorando a morte e ressurreição daquele cuja história está escrita nos Evangelhos, o nobre ser conhecido no mundo com o nome de Jesus. Mas o cristão místico tem uma visão mais ampla e profunda do evento Cósmico e da sua recorrência anual. Para tal há uma impregnação anual da terra por uma Cósmica Vida Crística, uma espécie de uma respiração que se inicia com uma inalação que tem lugar durante o Outono, culmina no Solstício de Inverno, quando celebramos o Natal e termina com a exalação que se conclui no no período da Páscoa.
O Cósmico Drama da Vida e da Morte é representado anualmente por todas as criaturas e coisas evolutivas, desde o mais alto ao mais baixo, uma vez que até o Cristo Cósmico na Sua compaixão está sujeito à morte, por ter entrado nas nestas estritas condições durante uma parte do ano. Por conseguinte, pode ser adequado para trazer à mente algumas ideias sobre a morte e o renascimento que por vezes somos propensos a esquecer.
Entre os símbolos cósmicos que nos foram deixados desde a antiguidade, nenhum é mais conhecido como o símbolo do ovo. Encontra-se em todas as religiões. Encontramo-lo no “Eder Eddas” dos escandinavos, perdido na noite dos tempos, que nos conta que o ovo humano gelado pelas rajadas de Niebelhein, foi aquecido pelo hálito de fogo de Muspelheim para que os diversos mundos e o homem tivessem sido criados Se formos para o ensolarado Sul encontraremos nos Vedas da Índia a mesma história, no tempo e no espaço, em que Kalaharsa o Cisne, ao pôr um ovo, este acabou por se tornar o mundo. Entre os egípcios encontra-se o globo alado e as serpentes ovíparas simbolizando a sabedoria manifestada no nosso mundo. Em seguida, os gregos tomaram este símbolo que foi reverenciado nos seus mistérios. Foi preservada pelos druídas. Era conhecido pelos os construtores do monte da grande serpente em Ohio (EUA) que mantêm o seu lugar na simbologia sagrada até hoje, embora a maioria esteja são cega ao “Misterium Magnum” que esconde e revela o mistério da vida.
Quando se parte a casca de um ovo encontramos dentro, apenas fluidos viscosos de cores e consistências variadas. Mas quando submetido a temperatura adequada, há lugar a uma série de mudanças que num curto espaço de tempo um ser vivo quebrará a casca, de dentro para fora, pronto para assumir o lugar entre seus pares. É possível, em laboratório, aos cientistas, replicar as substâncias do ovo que podem ser metidas numa concha, numa réplica o mais perfeita possível e depois de passarem todas as provas que considerem dever serem feitas para um ovo natural. Mas, diferentemente do ovo natural, nenhuma criatura viva pode ser chocada pelo produto artificial. Portanto, é evidente que algo intangível e determinado deve estar presente no primeiro e ausente no segundo.
Este mistério das idades que produz seres vivos é aquilo a que chamamos Vida. Uma vez que não pode ser reconhecido, entre os elementos do ovo, mesmo sob o microscópio mais poderoso - mas deve lá estar para fazer as mudanças notadas, logo, ele deve ser capaz de existir independentemente da matéria. É por isso que nós ao ensinamos, o símbolo sagrado do ovo, dizemos que a vida é capaz de modelar a matéria mas não depende dela para a sua existência. É auto-existente e por não ter começo não pode ter fim. Isto é simbolizado pela sua forma oval. Quando tivermos o verdadeiro conhecimento da verdade, transmitida pelo ovo simbólico, que a vida é increável e por isso sem começo e sem fim, isso vai permitir-nos perceber que aqueles que estão sendo removidos da existência física, estão apenas passando por uma jornada cíclica, similar à vida do Cristo Cósmico que penetra na terra no Outono e a abandona na Páscoa.
Vendo, assim, como a grande Lei, por analogia, trabalha em todas as fases e debaixo das circunstâncias da vida. O que sucede no grande mundo ao Cristo Cósmico sucede igualmente aqueles que são Cristos em formação
Devemos entender que a morte é uma necessidade cósmica, nas atuais circunstâncias, pois se estivéssemos presos num corpo igual ao que usamos atualmente e metidos num ambiente como o que temos hoje para lá viver para sempre, com as doenças do corpo e a pouco satisfatória natureza do ambiente, depressa nos cansaríamos da vida e clamaríamos por ser libertados. Travaria qualquer progresso e seria impossível para nós ir para alturas superiores, com que podemos evoluir para reencarnar em novos veículos e alcançar outros horizontes para nos proporcionar novas oportunidades de crescimento. Por isso, damos graças a Deus porque assim como o nascimento em um determinado corpo concretamente é necessário para o nosso desenvolvimento, também a libertação pela morte foi prevista para nos livrarmos do instrumento superado, enquanto a ressurreição e renascimento sob a sorridente céu de um novo ambiente nos oferece uma outra oportunidade para começar a vida com uma folha limpa e aprender as lições que não entendemos antes. Por este método, seremos um dia tão perfeitos como é o Cristo Ressuscitado. Ele assim nos ordenou e vai-nos ajudar a obtê-lO.

in “A Interpretação Mística da Páscoa” de Max Heindel


JFM - Lisboa - Portugal


quinta-feira, 14 de abril de 2011

A MEDITAÇÃO

Acima de tudo é necessário aprender a viver de instante em instante, saber aproveitar cada
momento, não dosear o momento. A momentaneidade é característica especial dos gnósticos. Nós amamos a filosofia da momentaneidade.
Em certa ocasião perguntaram ao Mestre Nansen:
-O que é o TAO?
-A vida Comum!
-Como se faz para viver de acordo com ela?
- Se tratas de viver de acordo com ela, fugirá de ti. Não trates de cantar esta canção, deixa que ela mesma cante. Por acaso o humilde soluço não vem por si só?
Recordai esta frase: "A Gnose vive-se nos fatos, murcha nas abstracções, e é difícil de encontrar mesmo nos pensamentos mais nobres".
Perguntaram ao Mestre Bokujo: - Teremos o que vestir e comer todos os dias? Como poderíamos escapar de tudo isto?
O Mestre respondeu:
- Comendo, vestindo-nos.
- Não compreendo - disse o discípulo.
- Então, vista-se e coma - disse o Mestre.
Esta é, precisamente, a acção livre dos opostos. Comemos? Vestimo-nos? Por que fazemos disso um problema? Porque pensar noutras coisas enquanto estamos comendo ou vestindo?
Se está a comer, coma, e se está a vestir, vista-se, e se está andando pela rua, anda, anda, anda, mas não pense noutra coisa, faça unicamente o que está fazendo, não fuja do que está fazendo, não fuja dos factos, não os encha de tantos significados, símbolos, sermões e advertências. Viva-os sem alegorias, viva-os com mente receptiva de instante em instante.
Esta tensão contínua da mente, esta disciplina contínua, leva-nos ao despertar da consciência. Se estamos a comer e a pensar em negócios, é claro que estamos sonhando. Se estamos a conduzir um automóvel pensando na namorada, é lógico que não estamos despertos, estamos sonhando. Se estamos a trabalhar e estamos a lembrar-nos do compadre ou da comadre, do amigo ou do irmão, etc., é claro que estamos sonhando.
É terrível o esforço e a vigilância que se necessita de segundo em segundo, de instante em instante, para não cair em sonhos. Basta um minuto de descuido e a mente já está sonhando ao recordar-se de algo, ao pensar em algo diferente do trabalho ou do fato que estamos vivendo no momento.
A TÉCNICA
Quando praticamos a meditação, a nossa mente é assaltada por muitas lembranças, desejos, paixões, preocupações, etc.
Devemos evitar o conflito entre a atenção e a distracção. Existe conflito entre a distracção e a atenção quando combatemos contra esses assaltantes da mente. O Eu é o projector de tais assaltantes mentais. Onde há conflito não existe quietude nem silêncio.
Devemos anular o projector mediante a auto-observação e a compreensão. Examinem cada imagem, cada lembrança, cada pensamento que chegue à mente. Recordem que todo pensamento tem dois pólos: positivo e negativo.
Entrar e sair são dois aspectos de uma mesma coisa. O refeitório e a casa de banho, o alto e o baixo, o agradável e o desagradável, etc., são sempre os dois pólos de uma mesma coisa.
Examinem os dois pólos da cada forma mental que chega à mente. Recordem que só mediante o estudo das polaridades se chega à síntese.
Toda forma mental pode ser eliminada mediante a síntese.
Exemplo: Assalta-nos a lembrança de uma namorada. É bela? Pensemos que a beleza é o oposto da feiura e que, se na sua juventude é bela, na sua velhice será feia. Síntese: Não vale a pena pensar nela, é uma ilusão, uma flor que murchará inevitavelmente. Na Índia, esta auto-observação e estudo da nossa psique são chamados, propriamente, Pratyâhâra.
Os pássaros-pensamentos devem passar pelo espaço da nossa própria mente em sucessivo desfile, mas sem deixar marca alguma. A infinita procissão de pensamentos projectados pelo Eu no fim esgota-se e, então, a mente fica quieta e em silêncio.
Um grande Mestre auto-realizado disse: «Somente quando o projector, isto é, o Eu, está ausente por completo, então sobrevém o silêncio que não é produto da mente. Este silêncio é inesgotável, não é do tempo, é o incomensurável, só então advém aquilo que é».•
Toda esta técnica se resume em dois princípios:
1. Profunda reflexão.
2. Tremenda serenidade.
REFLEXÃO SERENA
Necessitamos reflexão serena se é que de verdade queremos conseguir a quietude e o silêncio absoluto da mente.
Entretanto, resulta claro compreender que no gnosticismo puro os termos serenidade e reflexão têm significados muito mais profundos e, portanto, devem ser compreendidos dentro das suas conotações especiais.
O sentimento de sereno transcende isso que normalmente se entende por calma ou tranquilidade, implica um estado superlativo que está além dos raciocínios, desejos, contradições e palavras, designa uma situação fora do alvoroço mundano.
Assim mesmo, o sentimento de reflexão está além disso que sempre se entende por contemplação de um problema ou ideia. Não implica aqui actividade mental ou pensamento contemplativo, mas sim uma espécie de consciência objetiva, clara e transparente, sempre iluminada na sua própria experiência.
Portanto, "sereno" é aqui serenidade do não-pensamento, e "reflexão" significa consciência intensa e clara. "Reflexão serena é a clara consciência na tranquilidade do não-pensamento".
Quando reina a serenidade perfeita, consegue-se a verdadeira iluminação profunda.
PASSOS A SEGUIR
Vamos completar a Técnica da Meditação com os passos que deverão se seguir e que o Mestre nos entregou nas Dez Regras da Meditação. A ordem não é exactamente igual e a única coisa que fizemos foi adequar cada uma dessas regras a uma ordem didáctica.
Todo estudante sério que pretenda aprofundar o campo do Auto conhecimento deve valorizar e apreciar estas regras, praticando-as com responsabilidade, pois é a única forma de aprender a meditar.
PRIMEIRO PASSO:
Relaxamento absoluto de todo o corpo. É imprescindível aprender a relaxar o corpo para a Meditação, nenhum músculo deve ficar em tensão.
É imprescindível, necessário, praticar sempre com os olhos físicos fechados a fim de evitar as percepções sensoriais externas. É urgente eliminar as percepções sensoriais externas durante a meditação interior profunda.
SEGUNDO PASSO:
Fazer-nos plenamente conscientes do estado de ânimo em que nos encontramos antes que surja qualquer pensamento.
O princípio base, fundamento vivo do Shamadhi, consiste no prévio conhecimento introspectivo de si mesmo. Introversão é indispensável durante a meditação a fundo. Devemos começar por conhecer profundamente o estado de ânimo em que nos encontramos, antes que apareça no intelecto qualquer forma mental.
É urgente compreender que todo pensamento que surge no entendimento é sempre precedido por dor ou prazer, alegria ou tristeza, gosto ou desgosto, etc.
TERCEIRO PASSO:
Observação Serena. Observar serenamente nossa própria mente, pôr atenção plena em toda forma mental que apareça na tela do intelecto."Tratar de observar a mente sem interrupção".
QUARTO PASSO:
Mantralização ou Koan. O intelecto deve assumir um estado psicológico receptivo, íntegro, uni total, pleno, tranquilo e profundo.
Os objetivos da Mantralização ou Koan são:
• a) Mesclar dentro do nosso universo interior as forças mágicas dos Mantrams ou Koans.
• b) Despertar consciência.
• c) Acumular intimamente átomos crísticos de altíssima voltagem.
Com os Mantrams e com os Koans ou frases que descontrolam a mente consegue-se o estado receptivo unitotal.
QUINTO PASSO:
Psicanálise. Examinar, indagar, pesquisar a raiz, a origem, a causa, razão ou motivo fundamental de cada pensamento, lembrança, afeto, emoção, sentimento, imagem, desejo, etc., conforme vão surgindo na mente.
Nesta etapa será necessária a sábia combinação da meditação com o sono. É urgente provocar e graduar o sono à vontade. Da sábia combinação de sono e meditação resulta isso que se chama Iluminação.
Desta forma vai se aprofundando nos níveis ocultos da mente, conhecendo os recursos íntimos dos nossos pensamentos, sentimentos e ações.
RECOMENDAÇÕES ESSENCIAIS
1. Deve existir continuidade de propósitos na técnica da meditação, tenacidade, firmeza, constância, insistência. As pessoas inconstantes, volúveis, versáteis, mutáveis, sem firmeza, sem vontade, jamais poderão conseguir o Êxtase, o Satori, o Shamadhi.
2. Será agradável, interessante, assistir cada vez que se possa a exercícios nas salas de meditação. É óbvio que a técnica da meditação científica pode ser praticada tanto de forma individual e isolada como em grupos de pessoas afins.
REQUISITOS NA ATIVIDADE DIÁRIA
1. Devemos tratar de recordar, rememorar, essa "sensação de contemplar" de momento em momento durante o curso comum e corrente da vida diária. Devemos converter-nos em espiões da nossa própria mente. Contemplá-la em acção de instante em instante.
2. É peremptório, urgente, necessário, converter-nos em vigias da nossa própria mente durante qualquer actividade agitada, revolta, deter-nos sequer por um instante para observá-la. A Essência deve liberar-se do corpo, dos afetos e da mente. Resulta evidente, notório, patente, que ao emancipar-se, ao libertar-se do intelecto, se liberta de todo o demais.

*Texto de autor que desconheço

JFM Lisboa-PORTUGAL

quinta-feira, 7 de abril de 2011

UM MAR DE FOGUINHOS

Um homem do povo de Neguá, na costa da Colômbia, pôde subir ao Alto Céu.
De volta, contou. Disse que contemplou, desde lá de cima, a vida humana.
E disse que somos um mar de pequenos fogos.
- O mundo é isso - revelou - Um montão de gente, um mar de foguinhos.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as demais. Não há dois fogos
iguais. Há fogos grandes e fogos pequemos, de todas as cores. Há gente de 
fogo sereno, que nem se inteira do vento, e gente de fogo louco, que enche 
o ar de chispas. Alguns fogos, fogos menores, não alumiam nem queimam;
mas outros ardem a vida com tanta intensidade que não se podem olhar sem 
piscar,e quem se aproxima ilumina-se.

In "O Livro dos Abraços" de Eduardo Galeano*

JFM _ Lisboa -PORTUGAL