quinta-feira, 17 de novembro de 2011

DIDÁTICA DA DISSOLUÇÃO DO EU



 


A melhor didática para a dissolução do eu está na vida prática intensamente vivida.
A convivência é um espelho maravilhoso onde se pode contemplar o eu de corpo inteiro.
No relacionamento com os nossos semelhantes, os defeitos escondidos no fundo do subconsciente afloram espontaneamente, saltam para fora. O subconsciente atraiçoa-nos e, se estamos em estado de alerta percepção, eles são vistos tal como são.
A maior alegria de um gnóstico é celebrar a descoberta de um dos seus defeitos.
Defeito descoberto, defeito morto. Quando descobrimos algum defeito, precisamos vê-lo em cena, como quem vê um filme, porém sem o julgar nem condenar.
Não é suficiente compreender intelectualmente o defeito descoberto. Torna-se necessário submergir em profunda meditação interior para apanhar o defeito nos outros níveis da mente.
A mente tem muitos níveis e profundidades. Enquanto não tivermos compreendido um defeito em todos os níveis mentais, nada teremos feito e ele continuará a sua existência como um demónio tentador no fundo do nosso próprio subconsciente.
Quando um defeito é compreendido integralmente em todos os níveis da mente, ele desintegra-se… ao se desintegrar-se reduz a poeira cósmica o eu que o caracteriza.
Assim é como vamos morrendo de instante em instante. Assim é como vamos estabelecendo dentro de nós um centro de consciência permanente, um centro de gravidade permanente.
Dentro de todo ser humano que não se ache no último estado de degeneração, existe o budata, o princípio búdhico interior, o material psíquico ou matéria-prima para se fabricar aquilo a que se chama alma.
O Eu Pluralizado gasta torpemente esse material psíquico em absurdas explosões atómicas de inveja, ódio, cobiça, ciúmes, fornicações, apegos, vaidades etc.
Conforme o Eu Pluralizado vai morrendo de instante em instante, o material psíquico vai se acumulando dentro de nós e se convertendo num centro permanente de consciência.
Assim é como nos vamos individualizando pouco a pouco. Sem egos, individualizamo-nos. Esclareça-se, porém, que a individualidade não é tudo. Com o acontecimento de Belém, devemos passar para a sobre-individualidade.
O trabalho de dissolução do eu é algo muito sério. Precisamos de nos estudar profundamente a nós mesmos em todos os níveis da mente. O eu é um livro de muitos volumes.
Precisamos estudar a nossa dialética: emoções, ações, pensamentos, de instante em instante, sem justificar nem condenar. Precisamos compreender integralmente a todos e a cada um de nossos defeitos em todas as profundidades da mente.
O Eu Pluralizado é o subconsciente. Quando o dissolvemos, o subconsciente converte-se em consciente.
Precisamos converter o subconsciente em consciente e isto só é possível com a aniquilação do eu.
Quando o consciente passa a ocupar o lugar do subconsciente, adquirimos isso que se chama consciência contínua.
Quem goza de consciência contínua vive consciente a todo instante, não só no mundo físico como também nos mundos superiores.
A humanidade atual é subconsciente em 97%. Por isso, dorme profundamente, não apenas no mundo físico, mas também nos mundos supra-sensíveis durante o sono do corpo físico e depois da morte.
A morte do eu é necessária. Necessitamos morrer de instante em instante, aqui e agora, não somente no mundo físico, mas em todos os planos da mente cósmica.
Devemos ser impiedosos com nós mesmos e fazer a dissecação do eu com o tremendo bisturi da autocrítica.

Extrato do Livro “ A Revolução da Dialética” de VM Samael Aun Weor


JFM Lisboa - Portugal

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