sábado, 24 de julho de 2010

NARCISO AO APAIXONAR-SE

Narciso ao apaixonar-se pela imagem que o lago lhe espelhava acabou por gerar o seu próprio fim. Hoje como ontem, nós, quais narcisos, continuamos a criar os mesmos objectos mentais e a deslumbramo-nos connosco.

O ego cria em nós um conjunto de imagens e diz-nos: “Este sou eu”!
E assim perdemos o contacto com a dimensão mais profunda do nosso Ser. Dimensão essa que não tem existência tanto no passado como no futuro. O homem ao permanecer neste “registo” mental acabou por induzir em si próprio uma enfermidade mental que nos parece afectar o colectivo, a que dá o nome de stress. O stress é uma espécie de “pandemia” social que nos desgasta violentamente no dia a dia. Por tal… Levamos a vida a projectar para o futuro os problemas/ objectos mentais que tanto sofrimento nos causam e causaram no passado. Nem disso damos conta.

Quantas vezes convive na nossa mente, uma espécie de “elenco teatral” com dois, três ou mais personagens? Enquanto um que nos diz que: “nunca fazes nada direito, nunca consegues”. Outro desculpa-se: “eu faço o que posso, eu esforço-me”. Vem outro e apazigua: “Da próxima vai correr tudo melhor “ele” vai conseguir”. E assim vivemos muitas vezes uma vida…. Tudo nos serve para não pensarmos em nós…Para não pensar apenas no presente, abandonar os pensamentos negativos e procurar a Essência e o nosso propósito de vida, porque a morte…

"A morte tem muitos significados – positivos ou negativos. Consideremos aquela magnífica observação do grande Kabir Jesus Cristo: “ Que os mortos enterrem os seus mortos”.
Muita gente mesmo estando viva, está, de facto, morta para todo o trabalho sobre si mesmo; portanto, para qualquer transformação intima.

São pessoas engarrafadas nos seus dogmas e crenças, gente petrificada nas recordações de muitos ontens, indivíduos cheios de preconceitos ancestrais, pessoas escravas da opinião alheia, criaturas espantosamente débeis e indiferentes, às vezes convencidas de que conhece a verdade porque assim lhe foi ensinado, etc.
Este tipo de gente não quer entender que este mundo é uma escola psicológica através da qual podemos aniquilar toda essa terrível feiura interna que todos temos dentro de nós mesmos.
Porem, toda a gente pensa sempre o melhor de si mesmo ; orgulham-se das suas virtudes; sentem-se perfeitas, bondosas, nobres, caridosas, inteligentes cumpridoras dos seus deveres, etc.
A vida pratica é formidável como escola psicológica. Mas toma-la como um fim em si mesmo é manifestamente um absurdo ( In –Psicologia Revolucionária Samael Aun Weor)."
Façamos então um esforço para acabar com aquela insatisfação interior permanente de que somos incompletos.
Voltaremos a este assunto.

JFM - Lisboa/Portugal





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