Muito já se tem dito ao longo de milénios sobre Jesus o Cristo. Quando dizemos e separamos as palavras isso quer significar que Cristo é aquele que se cristifica. Jesus trabalhou arduamente para tornar num Cristo. O grande rabi da Galileia teve que trabalhar arduamente em si mesmo e para alcançar esse grau de perfeição teve que percorrer aquilo que os gnósticos conhecem como a Senda do Fio da Navalha.
Na longa noite dos tempos e á face da terra, outros alcançaram graus de Iniciação:
FO-HI é o Cristo chinês; entre os antepassados dos mexicanos - maias, aztecas, totecas, etc. - é Quetzalcoatl; no Japão é Amida: entre os germânicos Kristos; na Índia, Krishna; na antiga Grécia era Zeus; para os romanos Júpiter; no velho Egipto, Hermes Trimegistos foi o que encarnou, “ozirificando-se” três vezes, o Cristo Oziris.
O Novo Testamento, sobre o nascimento de Jesus, é contraditório porque não coincidem os relatos de Mateus e de Lucas. Não se sabe exactamente onde nasceu. Mesmo a sua concepção não é consensual: os católicos assentam toda a teoria teológica na virgindade maternal e na adopção paterna de José um velho carpinteiro; o Corão tem a mesma versão embora negue a paternidade. Ao longo dos séculos estas e outras divergências têm causado milhares e milhares de mortos. Mesmo que coincidindo em muitas questões e só porque entre elas havia diferenças as partes consideravam-se inimigas entre si e partiram para a guerra. Como se podem ter feitos tantos mortos em cruzadas e outras contendas se não se sabia ao certo onde estava (e está) o Santo Sepulcro? Tantas e tantas perguntas e sempre a mesma resposta: intolerância.
Diz Mestre Samael: “O Cristo não é um indivíduo humano nem divino. O Cristo é uma substância cósmica latente em cada átomo do infinito. A substância Cristo é a substância da Verdade. O Cristo é a Verdade e a Vida. Quando um homem assimila a substancia Cristo no físico, no psíquico e no espiritual, cristifica-se, transforma-se em Cristo, converte-se em Cristo vivo. Necessitamos de formar em nós o Cristo! É urgente encarnar a Verdade”!
É isso que buscam os gnósticos mesmo sabendo que como disse o Cristo Jesus: “de cada mil que me procura, um encontra-me; de cada mil que me encontra um segue-me e de cada mil que me segue um é meu”.
Isto parece indicar que compete a cada um auto-salvar-se, que sem a identificação do que salva com o que se quer salvar, a tarefa é impossível sem a combinação de gnose com a graça divina. Gnose, que é conhecimento e aspirações espirituais, o sintetismo conceptual, sem a graça divina torna-se inútil. O mito autêntico apela ao ensinamento de trabalhos conscientes e suplicas à divindade para que sejamos conduzidos à auto-realização.
Está escrito… Procura e encontrarás.
JFM - Lisboa/Portugal
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