No filme “V” de Vingança, a personagem Evey Hammond, quando encarcerada nas mais duras condições se dispõe a morrer sem denunciar, subitamente, o seu suposto carcereiro diz-lhe:
- Então já não tem medo.
-Está completamente livre.
Nos diálogos seguintes o espectador percebe que a estratégia seguida foi, apesar de dolorosa e difícil, bastante simples: O medo perde-se perdendo-o
O medo condiciona-nos a vida, mesmo quando preferimos chamar-lhe prudência.
O que podemos dizer da nossa conversa interna. Os medos sobre o futuro sempre têm uma qualquer estrutura/objecto mental "E se...?" E se eu estou errado? E se as pessoas rirem de mim? O que acontece se eu me antecipar os outros? E se eu não fizer um acabamento perfeito? E se eu falhar? E se eu não posso? E se eu não sei?... E se (não) estou enganado? Que se riem de mim? E se o momento não é oportuno? E se vai pensar mal de mim? E se vou deitar tudo a perder? Etc., etc,… até do próprio êxito há quem tenha e se encha de medo.
Um dia Mestre Samael Aun Weor, recebeu o seu amigo Júlio Medina Viscaino, deitado num estrado suspenso por dois bancos de madeira. Dormia quando o visitante chegou.
-Que faz nessa tábua Mestre?
Ele respondeu:
-Um jejum forçado
O que é um jejum forçado?
- Um jejum forçado é quando não há nada para comer.
-Mestre eu tenho aqui com que comer.
Tirou uma quantia do bolso e entrego-a. De pronto a sua esposa saiu ao mercado e providenciou a refeição. Depois de comerem Júlio voltaria a carga:
- Mestre, o senhor não se preocupa com o dia de amanhã?
- E com o que queres tu que me preocupe?
- Com aquilo que fará com que amanhã volte a comer.
Impávido o Mestre inquiriu:
- Diz-me uma coisa, quantos filhos tens?
-Quatro filhos.
-Bem, os teus filhos alguma vez se preocuparam com o que vão comer no dia seguinte?
Respondeu-lhe o amigo que não, nunca se preocupavam porque sabiam que tinham pai e que se preocupava com eles. Ao que o Mestre rematou:
- Exactamente o mesmo acontece comigo, eu tenho um Pai e confio nele, Ele saberá o que me dar de comer e disso comerão a minha mulher e os meus filhos.
JFM/LISBOA
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