sábado, 5 de fevereiro de 2011

A DIALÉTICA DA CONSCIÊNCIA

No trabalho esotérico relacionado com a eliminação dos elementos indesejáveis que carregamos na mente, surgem ás vezes o fastio o cansaço e o aborrecimento.
Não há sombra de dúvida que precisamos de voltar sempre ao ponto de partida original para revalorizar os fundamentos do trabalho psicológico, se é que na verdade queremos uma mudança radical.
Amar o trabalho esotérico é indispensável, quando na verdade queremos uma transformação interior completa.
Enquanto não amarmos o trabalho psicológico que conduz á mudança, a reavaliação dos princípios torna-se impossível.
Seria absurdo supor que nos poderemos interessar por um trabalho se na realidade não o chegarmos a amar.
Isto significa que o amor é indispensável quando uma e outra vez tentamos revalorizar os fundamentos do trabalho psicológico.
Urge, antes de qualquer coisa, saber o que é isso a que se chama “consciência”, pois são muitas as pessoas que nunca se interessaram por saber algo mais sobre a mesma.
Qualquer pessoa comum sabe que um boxeur, ao sair “nock out” do ringue, perde a consciência. É claro que, ao voltar a si, o infeliz pugilista adquire novamente a consciência.
Sequencialmente, qualquer um compreende que existe uma clara diferença entre personalidade e consciência.
Ao virmos ao mundo trazemos à existência uns três por cento de consciência livre e uns noventa e sete por cento de subconsciência, infracônsciencia e inconsciência.
Os três por cento de consciência desperta podem ser aumentados à medida que trabalharmos sobre nós mesmos. Não é possível acrescentar consciência mediante procedimentos exclusivamente físicos ou mecânicos. Mas a consciência pode despertar [e ser ampliada] à base de trabalhos específicos e padecimentos voluntários.
Existem vários tipos de energia dentro de nós que devemos compreender.

Primeiro: energia mecânica
Segundo: energia vital
Terceiro: energia psíquica.
Quarto: energia mental
Quinto: energia da vontade
Sexto: energia da consciência
Sétimo: energia do espírito puro.

Por mais que multiplicássemos a energia estritamente mecânica jamais conseguiríamos despertar a consciência.
Por mais que incrementássemos as forças vitais dentro do nosso organismo nunca chegaríamos a despertar a consciência.
Por maiores que sejam as disciplinas da mente, a energia mental nunca poderá despertar os diversos funcionalismos da consciência.
A força da vontade, ainda que fosse multiplicada ao infinito, não conseguiria despertar a consciência.
Todos os tipos de energia estão distribuídos em distintos níveis e dimensões que nada têm a ver com a consciência.
A consciência só pode ser despertada mediante trabalhos conscientes específicos e retos esforços.
O pequeno percentual de consciência que a humanidade possui, em vez de ser incrementado, costuma ser desperdiçado inutilmente na vida.
É obvio que, ao identificarmo-nos com todos os acontecimentos da nossa existência, desperdiçamos inutilmente energia da nossa consciência.
Nós deveríamos ver a vida como um filme, sem nos identificarmos jamais com coisa alguma; assim economizaríamos energia conscientiva.
A consciência em si mesma é um tipo de energia com elevadíssima frequência vibratória.
Não confundamos consciência com memória, pois são diferentes uma da outra como os faróis do automóvel com a estrada em que andamos.
Muitos atos acontecem dentre de nós mesmos sem a participação disso a que se chama consciência.
No nosso organismo sucedem muitos ajustes e reajustes sem que a consciência participe nos mesmos.
O centro motor do nosso corpo pode manobrar um automóvel ou dirigir os dedos que tocam um teclado de um piano sem a menor participação da consciência.
A consciência é a luz que o inconsciente não percebe. Um cego tampouco percebe a luz física solar, mas ele existe por si mesma.
Necessitamos abrir-nos para que a luz da consciência nas trevas espantosas do mim mesmo, do si mesmo.
Agora compreenderemos melhor o significado das palavras de João, quando diz no Evangelho; “A luz veio às trevas, mas as trevas não a compreenderam”
Mas seriam impossível que a luz da consciência pudesse penetrar dentro das trevas do eu mesmo se previamente não usássemos o sentido maravilhoso da auto-observação psicológica.
Necessitamos abrir passagem para a luz a fim de iluminar as profundidades tenebrosas do eu da psicologia.
Jamais nos auto-observaríamos se não tivéssemos interesse em mudar. Tal interesse só é possível quando amamos de verdadeiramente os ensinamentos esotéricos.
Agora compreenderão os nossos leitores o motivo pelo qual aconselhamos a revalorizar, uma e outra vez, as instruções concernentes ao trabalho sobre si mesmo.
A consciência desperta permite-nos experimentar de forma direta a realidade. Infelizmente o “animal inteletual” equivocadamente chamado homem, fascinado pelo poder formulativo da lógica dialética, esqueceu a dialética da consciência.
Sem duvida alguma o poder para formular conceitos lógicos é, no fundo, terrivelmente pobre.
Da tese podemos passar a antítese e, mediante a discussão, à síntese; mas esta ultima, em si mesma, continua a ser um conceito intelectual que, de modo algum, pode coincidir com a realidade.
A dialética da consciência é mais direta: permite-nos experimentar a realidade de qualquer fenómeno em si mesmo e por si mesmo
Os fenómenos naturais de modo algum coincidem exatamente com os fenómenos formulados pela mente.
A vida desenvolve-se de instante a instante, e quando a capturamos para a analisar, matamo-la.
Quando tentamos inferir conceitos ao observar tal ou qual fenómeno natural, de fato deixamos de perceber a realidade do fenómeno, é só vemos no mesmo o reflexo das teorias e conceitos rançosos que de modo algum têm a ver com o fato observado.
A alucinação intelectual é fascinante, e à força de queremos que todos os fenómenos da natureza coincidam com a nossa lógica dialética.
A dialética da consciência fundamenta-se nas experiências vividas e não no mero racionalismo subjetivo.
Todas as leis da natureza existem dentro de nós mesmos; se não as percebermos no nosso interior, jamais as descobriremos fora de nós mesmos.
O homem está contido no universo e o universo está contido no homem.
Real é aquilo que experimentamos no nosso interior. Só a consciência pode experimentar a realidade.
A linguagem da consciência é simbólica, intima, profundamente significativa; só os despertos podem compreende-la
Quem quiser despertar a consciência deve eliminar do seu interior todos os elementos indesejáveis que constituem o ego, o eu, o mim mesmo, dentro dos quais se encontrar engarrafada a Essência anímica.

 in " A Grande Rebelião - Mudar a forma de pensar para mudar a forma de viver"- Samael Aun Weor - IGB Editora-Brasil
JFM - Lisboa Portugal

Um comentário:

  1. Muito bom, acabei de ler um livro "ordemdosfantasmas.blogspot.com"
    que fala sobre isso e um pouco mais. Da uma conferida, Vc vai se surprrender!

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