quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

MEDUSA


O mito de "Perseo e Medusa", é um dos mais conhecidos dentro e fora do mundo grego. A Medusa era um monstro com aparência de mulher, que tinha centenas de serpentes no lugar de cabelos. O seu olhar era tão horrível que convertia em pedra aqueles que a contemplavam. O
simbolismo de Medusa é uma viva alegoria do"Eu" psicológico pluralizado: ira, orgulho, preguiça, gula inveja, luxúria, cobiça, etc., etc. Cada serpente é um "Eu" retorcendo-se viscosamente a cada chamamento da mente, para sua satisfação, mas exalando um característico veneno a que o budismo chama “venenos da mente” e os egípcios os “demónios de Seth”.
O mito diz que Medusa convertia em pedra os seres humanos, numa clara alegoria à involução da consciência para as Infradimensões da Natureza do Cosmos. O "Eu” é um conjunto de elementos psicológicos negativos que devem ser aniquilado para que surja no homem o verdadeiro SER, o Pai, que está em segredo.
A mitologia sempre apresenta o interior humano sob figuras de repugnantes monstros ou de agrupamentos demoníacas, e ensina-nos a enfrentá-los e a destruí-los mas nunca a modifica-los ou a melhora-los.
Por isso, Perseo enfrenta a Medusa, apenas para a decapitar, sendo muito significativo, que do sangue que dela emana, nasça Pegaso, o cavalo branco alado (a Consciência) que lhe servirá de veículo para remontar às regiões celestes.
"Sejamos, pois, perfeitos, como vosso Pai que está nos Céus é perfeito" (Mateus 5:48).
Cometeria Jesus Cristo o erro de pedir aos seus seguidores algo que não fosse possível de realizar: "Sejam Perfeitos"? Se na realidade pediu tal coisa, podemos perguntar-nos: que está a fazer o praticante desta doutrina para se aperfeiçoar?
Isto é, trabalhar constantemente sobre si mesmo procurando aperfeiçoar-se? O que aconteceria se desaparecesse do homem a luxúria, a inveja, a ira, o ódio, o orgulho, etc., e resplandecesse nele a ciência do nosso verdadeiro SER?
Não seria então perfeito, como o Pai que está nos Céus, quem assim fosse?
No mesmo símbolo que alegoriza, como já dissemos, ao Ego Pluralizado, com a magistral sabedoria, representaram também os artistas gregos, a fórmula de o eliminar.
E mesmo que o mito nos ensine como elimina-lo, como se decapita Gorgona ou Medusa, deixaram visível no frontispício do Templo de Artémis, uma alegórica imagem. Ali se pode ver, com clareza meridiana, a representação que põe à cintura o Caduceu de Mercúrio em conjunto com dois Leões: o fogo vivente e filosofal da Kundalini, a única força capaz de dissolver o Ego, única força capaz do o reduzir a cinzas, a poeira cósmica…
Em Alquimia fala-se dos dois Leões: o Leão Verde e o Vermelho; o Fogo em estado incipiente e o Fogo desenvolvido...
Por outro lado, a língua de fora da Medusa, não só nos mostra a relação das Forças Sexuais e o Verbo, mas também nos lembra que há que aprender a dominar e manejar a língua, o verbo, a palavra, porque como diz Mestre Samael Aun Weor: «quem aprende a dominar o verbo, domina o sexo e o corpo em geral».
Podem ver-se também ao lado esquerdo e direito, respectivamente, a Crisaor (filho de Poseídon e Medusa) e o seu irmão, o cavalo alado Pégaso, que apenas nasceu após Perseo ter decapitado a sua mãe, a mítica Medusa; que tinha aprisionado no Ego, os Valores da Consciência que se libertaram depois da sua morte. Curiosamente, «Criasor» significa Espada de Ouro...
 (Baseado em artigo publicado da revista Gnosis de Sta. Marta - Colômbia)

 JFM - Lisboa - Portugal

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