quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

QUE TODOS SEJAM FELIZES, QUE TODOS SEJAM DITOSOS E QUE TODOS VIVAM EM PAZ
              NESTE ANO DE 2011

domingo, 26 de dezembro de 2010


Recomendamos neste final de ano este filme que pode ser visto ou baixado gratuitamente

HIM. MÁS ALLÁ DE LA LUZ, René Mey   
Características [ Video DVD ] –   
O infinito potencial do ser humano e das suas capacidades adormecidas, cujo seu conhecimento e prática mudaria a nossa sociedade e o mundo
Video AVI XviD HD | 938 MB | 1500 kbps | 93 min | audio español neutro

# SEM LEGENDAS #


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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

 
O Natal é um acontecimento cósmico que deve realizar-se em cada um de nós, a Natividade é absolutamente individual. Há necessidade que nasça em nós o CRISTO; é urgente o Natal do coração.
De nada vale que o CRISTO nasça em Belém, se não o fizermos nascer, morrer e ressuscitar também no nosso coração.
Samael Aun Weor

Desejamos a todos um FELIZ NATAL 
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OS DOZE TRABALHOS DE HERCULES - Parte III

9º Trabalho – A CAPTURA DO CINTURÃO DE HIPÓLITA

Hipólita era a rainha das amazonas, que viviam nas margens do Mar Negro em três tribos. Apenas aceitavam a descendência feminina, reservavam aos homens os trabalhos domésticos enquanto se ocupavam do governo e da guerra. Quebravam à nascença os membros dos filhos homens incapacitando-os assim para a luta ou a fuga. Não tinham qualquer respeito pela justiça nem a decência. Foram as pioneiras no uso da cavalaria na guerra, usavam arcos em forma de meia-lua em bronze e vestiam-se com peles de feras.
Quando Hércules chegou à ilha de Parus teve que lutar contra os filhos de Minus o que simbolicamente representa os magos negros. Chegado a Temesira foi recebido por Hipólita que se apaixonou perdidamente pelo seu corpo musculoso, indo ao ponto de lhe oferecer o seu precioso cinto.
Foi então que Hera, disfarçada de amazona fez constar entre elas que os estrangeiros que ali haviam aportado tinham por missão o rapto da rainha. As amazonas arremeteram então, furiosas, contra Hércules e a sua companhia. Por suspeitar ter sido vítima de uma cilada, Hércules matou Hipólita. Este acto simboliza a violenta brutalidade masculina que tantas vezes não recua e sacrifica inutilmente a mulher, por querer apoderar-se da sua inata virtude.
A chacina das amazonas prosseguiu até à sua completa derrota.
A conquista do cinto de Hipólita, a rainha das amazonas, o aspecto psíquico feminino de nossa própria natureza interior, é o nono trabalho do Iniciado na segunda Montanha. Durante esse trabalho mais uma vez o Iniciado é atacado naquilo que ele tem de mais fraco: o sexo
O maravilhoso cinturão, análogo ao de Afrodite, tem o emblemático significado que, uma vez separado da sua legítima possuidora, perde todo o seu poder, significado e valor. É ao amor e não à violência que compete fazer as conquistas que realmente valem. 

10º Trabalho – O ROUBO DO GADO DE GERIÃO

Competia a Hércules, qual bom ladrão, neste trabalho, capturar os bois vermelhos de Gerião, animais de uma rara beleza, sem os pedir ou sequer pagar por eles. Gerião reinava em Tarteso, em Espanha e era considerado o homem mais forte do mundo. Nascera com seis braços correspondentes aos seus três troncos completos que lhe subiam da cintura. Ao chegar ao que hoje é o estreito de Gibraltar, Hércules edificou ali duas colunas: uma em África e outra na Europa, símbolos das Colunas do Templo, homem mulher, enxofre mercúrio, fogo e água.
Helius deus do Sol entregou-lhe um vaso de ouro, alegorizado também como vaso de Hermes ou Salomão ou ainda o Santo Graal. Embarcando nele ruma a Eriteia, ao chegar, teve que se defrontar com o pastor do gado que, com o cão de duas cabeças, Ortru, guardava o rebanho. De posse do ganho partiu. Ao saber da perda, Gerião arremeteu contra ele com a sua força brutal. Hércules trespassou-lhe os três corpos. Assim se libertou das tentações do passado vencendo o Senhor do Tempo o trícipede Gerião.
Na viagem de regresso percorreu todo um longo caminho. Ao chegar ao reino do rei Evandro, hoje Itália, atravessou, com o gado, o Tibre a nado, tendo descansado nas suas margens num leito de ervas. Numa enorme cova, pejada de ossos e caveiras humanas, vivia um pastor horrível de nome Cacu, filho de Efesto e Medusa, desonra do bosque aventino que, aproveitando o sono de Hércules, lhe roubou os mais belos animais. Acordado, o herói, dando por falta dos animais e disposto a partir, ouviu um mugido vindo do fundo de uma cova, tapada com uma enorme rocha. Removida a rocha, encontrou Cacu a quem matou. Esta alegoria do mau ladrão viria mais tarde a ser recuperada pelo cristianismo na crucificação de nosso Senhor Jesus o Cristo.

11º Trabalho – AS MAÇÃS DA ÁRVORE DO JARDIM DAS ESPÉRIDES

Estas maçãs haviam sido um presente de boda da Mãe Terra a Hera, que as plantou no seu jardim divino, que ficava na encosta do monte de Atlas. A árvore era guardada por um dragão que vivia enroscado no seu tronco. Atlas, que tinha especial orgulho naqueles frutos, tinha sido advertido que um dia seria despojado das maçãs por um filho de Zeus. Atlas, quando ainda não tinha sido castigado a suportar o mundo sobre os seus ombros, tinha construído muros em redor do jardim e expulsado do seu território todos os estrangeiros.
Hércules, que desconhecia onde se situava o jardim, desceu o rio Pó até ao reino do rei Nereu, que aqui simboliza o mestre que sempre instrui o iniciado sobre os perigos, que o advertiu que não arrancasse as maçãs das árvores com as suas mãos e fizesse com que Atlas lhas entregasse. Seguiu-se a luta com o dragão, tantas vezes alegorizado nas lutas com os mais preparados para aquelas lides, como São Jorge etc..
Ao chegar ao Jardim das Espérides, pediu a Atlas que lhe oferecesse as maçãs. Este, que já então suportava o peso do mundo, pediu-lhe que por um tempo o substituísse na tarefa e voltou trazendo nas mãos a oferenda, que as suas filhas haviam colhido da árvore sagrada, mas acrescentando que ele mesmo a levaria a Eristeu. Hércules concordou e pediu a Atlas que, apenas por uns instantes, voltasse a suportar o castigo, enquanto ele compunha a veste que lhe cobria os ombros. Quando Atlas o fez e com um riso irónico, Hércules recolheu as maçãs poisadas no chão e afastou-se rapidamente daquele lugar.

12º Trabalho – A CAPTURA DO CÃO CÉRBERO

Este horrível monstro tinha três cabeças e na sua cauda havia uma serpente. Estava acorrentado às portas do reino infernal de Hades, o Tártaro, que guardava para que nada dali escapasse.
Antes de iniciar esta última tarefa, porventura a mais difícil, Hércules foi até à cidade Eleusis onde se iniciou na Escola de Mistérios, tendo-se tornado digno de usar a coroa de mirto. No Templo de Demeter os iniciados eram preparados para enfrentar os reinos infernais. Depois de purificado, desceu para os mundos subterrâneos, guiado por Hermes e Ateneia, aqui alegorizados pela força sexual e a sabedoria respectivamente. Chegado ao Tártaro o barqueiro Caronte, que sempre cobrava pela travessia do rio Estige, assustado com a figura de Hércules nada lhe pediu. Todos os espíritos o acolheram excepto Meleagro e Medusa. Ao vê-la desembainhou a espada, mas Hermes disse-lhe que era apenas um fantasma e Meleagro, sorrindo, disse: “nada temas dos mortos”. Conversaram os dois e foi quando o herói se comprometeu a casar com a irmã dele, Dejanira. Quando chegou por fim até Hades e lhe disse qual eram os seus desígnios este disse-lhe: “ o cão Cérebro é teu se o conseguires dominar que é coisa que nunca ninguém conseguiu, apenas com a condição de não usares contra ele as tuas armas”. Ao enfrentar o monstro, que estava acorrentado, lutou com ele apertando-lhe o pescoço, de onde saíam as três cabeças, protegido das mordeduras da serpente pelo Velocino de Ouro, até que a besta, asfixiada, cedeu. Em harmoniosa concordância rítmica com este evento cósmico sexual, advém todo o desprendimento das coisas materiais e a eliminação radical do desejo de existir. Apoderar-se do cão significa o poder total sobre o sexo. Voltou Hércules a atravessar de novo o rio. Entregou, para completar o seu último trabalho, o cão a Eristeu, que o devolveu aos mundos subterrâneos.

EPILOGO
Terminados os trabalhos, o filho de Zeus continuou pelo mundo e teve novas aventuras.
Passaram anos e cortejou Dejanira, com quem casou. Um dia, ao atravessar o rio Evenio, encontrou o ciclope Nessos que lhe disse ser, por mando dos deuses, o barqueiro autorizado. Dejanira embarcou na frente e logo o falso barqueiro fez intenção de a raptar, tendo sido impedido por uma flecha, envenenada com o sangue da Hidra, lançado por Hércules. O centauro, ao agonizar, entregou a Dejanira o seu manto dizendo-lhe que ele teria propriedades de lhe devolver o marido, mesmo que ele cortejasse outras mulheres.
Passsados os tempos, Hércules enviou a sua mulher para Traquis e, nessa altura, fez a seguinte profecia: “Dentro de 15 dias ou estarei morto ou viverei o resto dos meus dias em completa tranquilidade”. Partiu então para Oechalia onde reivindicou ao rei Euryto a mão da sua filha: a bela pricesa Iole. Esta disse então que antes preferia morrer com toda a sua família que entregar-se. Desta forma Hércules não consumou os seus desejos.
Dejanira, louca de ciúmes e sem suspeitar da vingança de Nessos, fez chegar ao marido o manto que o centauro lhe tinha dado.
Quando Hércules preparava num altar de mármore um sacrifício a seu pai Zeus, um mensageiro fez-lhe a entrega do mandado de sua mulher.
Vestida a túnica e quando lançava ao fogo enxofre, sentiu dores horríveis, provocadas por aquele manto que se lhe agarrou de tal forma à pele que, quando fazia tentativas de o despir, arrancava pedaços da sua carne. Acendeu então uma pira e lançou-se nela, erguendo a pele de leão, que havia conquistado, no seu primeiro trabalho aos céus, com um rosto de alívio de tanto sofrimento. Foi então que do céu desceram raios que reduziram a pira a cinzas. – Toda esta narração está relacionada com a Ultima Operação do Magistério: Nessos significa veste púrpura, a túnica de centauro, que tem o poder de queimar os corpos, indica a perfeição do produto acabado. Hércules personifica o enxofre de ouro, cuja acção pode ser vencida pela veste escarlate ou sangue da pedra. Dejanira personifica o princípio mercurial do ouro que juntamente com o enxofre luta contra a túnica ígnea.
Zeus mandou buscar, por entre raios e tronos, o seu filho no seu carro puxado por uma quadriga. Declarou-o imortal. A Ateneia coube a tarefa de o apresentar aos outros deuses. Hera, por sua vez tomou-o como seu filho e, conta a lenda, que foi de entre tantos o que mais amou, tendo dado em casamento uma filha a …

...Hércules que … …No principio Hera, ao saber que Zeus rei dos deuses do Olimpo ia ter um filho de uma mortal, Alcmena, mulher de Anfitrião, rei de Tebas, jurou que haveria de matar aquela criança…

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

OS 12 TRABALHOS DE HERCULES - Parte II


5º trabalho – A LIMPEZA DOS ESTÁBULOS DE ÁUGIAS
Este trabalho consistia em limpar, num só dia, os estábulos do rei de Áugias.
O rei imaginou que Hércules carregaria em cestos toda a imundice ali acumulada. Os rebanhos do rei eram imunes a qualquer doença, as fêmeas pariam, sempre com sucesso, principalmente fêmeas. Havia no rebanho 300 touros negros, 200 vermelhos e 12 brancos, consagrados a Hélios – deus grego do Sol que mais tarde haveria de ser personificado na estátua do colosso de Rhodes – um desses touros, Phaetonte, tinha o privilégio de brilhar como uma estrela. Aqueles estábulos não paravam de recolher toda a imundice de muitas gerações. Os terrenos à sua volta não podiam ser cultivados, devido a densa camada de estrume que os cobria e, o seu cheiro pestilento espalhava-se por todo o Peleponeso. Hércules propôs-se a terminar o trabalho antes do anoitecer e antes que as trevas chegassem, as trevas do conhecimento.
Para tal, abriu fendas nos estábulos e desviou o curso de dois rios das proximidades, de forma que a enxurrada varresse pelos campos fora toda aquela imundice, de uma forma definitiva.
Os touros alegorizam o carma zodiacal e os rebanhos a multiplicidade dos agregados psíquicos. Os dois rios os canais espermáticos Ida e Pingala, que é falada profusamente em toda a obra de Mestre Samael Aun Weor. Este é um trabalho fastidioso que desanima tantos e tantos alquimistas, mais ávidos que laboriosos e mais entusiastas que perseverantes. Aqueles que se esquecem de sua Divina Mãe não passam nessa prova. Para Ela temos que desviar o fluxo do amor... Na prática, vemos as pessoas apaixonadas e enamoradas de coisas materiais, atraídas por aparências, enfeitiçadas pelos caprichos do amor mundano e das relações entre homens e mulheres. Infeliz daquele que não compreender os Mistérios do Eterno Feminino de Deus... Jamais logrará alcançar a Região onde moram os Principados.


6º trabalho – A MORTE DAS AVES ANTOPÓFAGAS
Estas aves, de bico e garras de bronze, atacavam as pessoas com as suas penas de ferro e um excremento venenoso. São as mesmas que Virgílio refere na Eneida, ali chamadas de hárpias. Eram seres de enorme crueldade que se haviam refugiado no pântano de Estinfalo.
Hércules, quando chega perto daquele sítio, depara-se com duas dificuldades: a impossibilidade de alvejar com sucesso as aves, por serem muitas e o pântano, que era pouco sólido para nele se caminhar e demasiado denso para que se pudesse usar uma embarcação. Ficou nas margens sem saber o que fazer até que Ateneia lhe deu um par de tímbales/pratos de bronze feitos por Efesto. Com eles, esperou pelo fim do dia e, quando começava a anoitecer, bateu-os provocando um horrível e intenso barulho que fez com que as aves, horrorizadas, batessem em debandada.
Estas harpias, de um modo geral, são bruxas, “jinas negros”. Aniquilar dentro de si os elementos psicológicos relacionados com a Magia Negra, a feitiçaria, a bruxaria é o trabalho do Iniciado nos infernos do planeta Marte. Ainda que muitos, nesta vida, não se lembrem de nada, ainda que muitos não dêem a menor importância a assuntos de Magia, bruxaria, ainda que muitos se julguem “santos” e piedosos, dentro de si levam muitos átomos negros, ligados à bruxaria e às suas artes.
Livrar-se dessa carga negra é necessário quando se quer subir ao Céu de Marte, a morada de Atman, a morada das Virtudes, um mundo que está além da mente e dos afectos.


7º Trabalho – A CAPTURA DO TOURO DE CRETA
Este touro fora dado a Minus por Poseidon, para ser sacrificado em holocausto.
O rei resolveu apoderar-se dele e desobedecer, o que deixou o deus possesso. Por sua vez, o animal, fazia estragos em Creta, aterrorizando todo o país.
Quando Hércules resolveu embarcar para Creta, Minus ofereceu-lhe então ajuda, que foi recusada. Havia decidido fazer a captura sozinho. Após uma tremenda luta, a besta, depois de agarrada pelos cornos, foi montada e dominada.
Terminado o trabalho, levou o touro a Micenas. Eristeu dedicou-o a Hera, que o deixou em liberdade porque não o queria para si, uma vez que entendeu ser produto do mérito de Hércules. Foi a besta então levada a Esparta, daí a Maratona, onde posteriormente Teseu o levou a Atenas para que fosse sacrificado a Ateneia.
Prender o terrível animal das paixões mais arraigadas da psique humana é uma tarefa gigantesca, que exige muita paciência, persistência e meditações. Em contrapartida, o Céu de Júpiter é o Nirvana que o Iniciado pode renunciar na Quinta Iniciação Maior. O Nirvana é a morada dos Elohim, as Dominações do esoterismo cristão.

8º Trabalho – A CAPTURA DAS ÉGUAS DE DIÓMEDES
Este trabalho consistia em apoderar-se de quatro éguas selvagens, que eram pertença do rei Diómedes da Trácia. Estes equinos eram mantidos acorrentados e eram alimentados com a carne dos hóspedes.
Hércules embarcou para aquelas terras com alguns voluntários. Ali chegado, travou uma batalha com os moços de estábulo do rei. Levou as éguas até ao mar, onde as deixou num pequeno monte, tendo regressado para acabar de vez com o trabalho. Abriu um canal que inundou a parte baixa dos estábulos, o que fez retroceder o numeroso inimigo, ao mesmo tempo que levou o aturdido Diómedes até às margens do lago então formado, onde foi devorado pelas suas próprias éguas.
Capturar as éguas de Diómedes, filho de Marte, foi o trabalho de Hércules. As éguas de Diómedes devem ser eliminadas dos infernos de Saturno para que a Consciência, liberada desses átomos, possa ascender ao Céu desse planeta, morada dos Tronos. O céu de Saturno é o Para-Nirvana.
O trabalho nos infernos de Saturno é penoso. Toda classe de tentações e guerras são travadas pelo Iniciado contra as hostes do Exército Negro. São ataques de bruxaria e magia negra; são tentações sexuais sublimes; são seduções maravilhosas e perigosas.
Prender as éguas é a tarefa principal, porém, existe muito trabalho nesse círculo inferior de Saturno. “Hércules limpou a terra e os mares de toda classe de monstruosidades, que não de monstros, vencendo o mago negro Briareo, o dos cem braços, num dos célebres trabalhos de magia negra atlante que havia assenhoreado em toda a Terra”, diz um texto histórico antigo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

OS 12 TRABALHOS DE HERCULES - Parte I


Musica: Os 12 Trabalhos de Hércules- Interprete: Zé Ramalho - Editora Sony do Brasil


Esta é apenas mais uma das muitas narrativas que se conhecem sobre os 12  Trabalhos de Hércules. A ordem escolhida e o seu significado são apenas e só o resultado da nossa modesta interpretação. Aqui fica.
Quando Hércules iniciou os seus 12 Trabalhos, Hermes deu-lhe uma espada, Apolo um arco e flechas, Efesto uma couraça em ouro e Ateneia uma túnica. Poseidon ofereceu-lhe cavalos e Zeus um escudo magnífico e impenetrável. O seu sobrinho Iolau participava nesses trabalhos como escudeiro.


1º Trabalho - O LEÃO DE NEMEIA.
O leão de Nemeia era um animal enorme com uma pele tão dura que resistia ao ferro, ao bronze e à pedra, com garras poderosas, que vivia apavorando o povo daquela cidade, que não ousava sair das suas casas com medo de ser devorado pela temível besta. Hércules seguiu o leão até à caverna onde se refugiava e atacou-o com flechas que faziam ricochete. Atacou-o com a espada que se dobrou como chumbo e resolveu, depois de o atordoar com algumas cacetadas desferidas com uma clava feita de madeira que arrancara de uma árvore, lutar com ele corpo a corpo. Meteu a enorme cabeça da besta, cujo rugido era tão forte que abanava as árvores, debaixo do braço e asfixiou-o até à morte.
Depois da morte do leão, Hércules ficou a pensar na melhor forma de esfolar aquela duríssima pele. Por inspiração divina, resolveu faze-lo usando as garras do próprio animal.
Assim e como prémio recebeu o Velocino de Ouro.
Em alquimia o Leão, pela sua força, é a caracterização do enxofre, pronto a provocar toda a série de transformações a que está destinado. O Leão de Nemeia significa a força indomada representada pelas três más vontades: o desejo, a mente e a má vontade. 


2º Trabalho – MORTE DA HIDRA DE CERNA
Conta a lenda que, na antiga terra de Argos, para além do rio Amínomo, ficava o pântano de Cerna. Aí e num ambiente fétido e de odor nauseabundo intenso e indescritível, vivia uma Hidra, um animal fabuloso com um horrível corpo parecido a um enorme cão com sete cabeças. Essas cabeças tinham a particularidade, quando cortadas, de fazerem renascer, do próprio sangue da degola, duas ou até mesmo três em seu lugar. Umas delas, no entanto, diziam ser imortal.
Hércules ao avistar o temível animal lançou-lhe fechas e, ao mesmo tempo que avançava na sua direcção, teve que conter a respiração. Ao segurá-la com as próprias mãos, ela enrolou-se nos seus pés com a intenção de o derrubar. Ao mesmo tempo, saiu do pântano um enorme caranguejo que lhe mordeu um pé e que logo foi morto com um golpe de maça. Empunhando a espada cortou algumas cabeças que logo se reproduziram como era dito. Gritou por auxilio a Iolau que, ateando fogo no bosque, recolheu dali umas sarças ardentes e, à medida que Hércules ia cortando as cabeças, de imediato cauterizava as feridas com fogo. Quando apenas restou a última, ela foi decepada, enterrada numa profunda cova e um enorme rochedo foi-lhe colocado em cima. Impregnou depois as setas com a bílis da Hidra, o que fez com que as flechas provocassem, mesmo quando causavam pequenos ferimentos, a morte imediata do alvo.
A Hidra personifica a mente humana com os seus sete defeitos, que sempre se multiplicam, tal como os egos, em numerosas réplicas. Só através do fogo alquímico a sua erradicação é possível. No entanto, a cabeça que ficou enterrada permanece imortal, logo, pronta a voltar quando o Iniciado se afastar do caminho.


3º Trabalho – A CAPTURA DA CORÇA DE CIRÍNIA.
Este animal de patas de bronze e hastes de ouro, deveria ser capturado vivo e entregue a Micenas.
Essa corça era disputada por Diana e por Artémis a quem esta, inicialmente, o animal estava consagrado. Hércules perseguiu a corça por mais de um ano pois, quando estava prestes a enfrentá-la, as duas deusas procuravam desviar-lhe constantemente a atenção.
Por fim, o animal foi surpreendido enquanto dormia e o herói acertou-lhe com uma flecha que lhe atravessou as patas traseiras, entre o osso e o tendão, sem lhe causar derramamento de sangue. Em seguida rumou a Arcádia, carregando aos ombros a corça para a depositar aos pés de Micenas.
A captura da corça significa a eliminação dos desejos sexuais do íntimo masculino e a sua capacidade de resistir às distracções que o ser feminino lhe proporciona.


4º Trabalho - A CAPURA DO JAVALI DE ERIMANTO.
Este trabalho consistia em capturar, igualmente vivo, um enorme e feroz javali, que vivia no monte Erimanto e ali assustava a população dos lugares próximos. Ao atravessar o campo, Hércules foi abordado pelo centauro Pholos, que lhe deu a comer carne assada, lamentando não lhe poder oferecer de beber, uma vez que o cântaro comunitário apenas podia ser aberto por três centauros e nunca por um só. Hércules disse-lhe então que aquele vinho tinha ali sido deixado por Dionísio, havia quatro gerações, para aquela ocasião. Os outros centauros, quando surpreenderam os dois bebendo, encolerizados, arremeteram ferozmente contra eles. Foram postos em debandada por Hércules que prosseguiu depois o seu trabalho.
O javali tinha-se refugiado num bosque de onde Hércules, com poderosos gritos, o fez sair e correr para uns campos de neve alta onde ficou encurralado. Saltou-lhe para o lombo e acorrentou-o, transportando-o em ombros ao encontro de Micenas.
Este trabalho significa as paixões humanos no geral e, particularmente, a capacidade do íntimo feminino lhes resistir. O cântaro que os zelosos centauros guardam, é o vinho da transmutação, tantas e tantas vezes repetido em tantos e tantos textos sagrados.

JFM - Lisboa - PORTUGAL

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O que fazer quando se sabe o que fazer?

Chico - nome fictício- tem quarenta anos. As pessoas dizem que ele entrou na crise da meia idade e por isso está perdendo o juízo. Quer mudar o mundo. Quer mudar o seu mundo. Não quer mais entregar a “pouca” vida que lhe resta a coisas tão mecânicas como trabalhar, pagar contas, no final de semana assistir um cineminha, tomar uma cervejinha e jogar um “peladinha” com os amigos. Acha que não é só isso. Decidiu buscar algo a mais para si. Quer largar tudo, viajar e conhecer “o caminho das índias”. Encontrar sua verdadeira razão de ser, disso tem certeza. Só que não sabe como. Precisa comer, morar, se vestir, comprar a passagem da viagem e pagar por isso... O que fazer então?
Não se sabe como, Chico sumiu por alguns tempos. Ninguém o viu durante uns cinco anos. Voltou e parecia que tinha algo diferente. Estava mais calmo, apesar de viver completamente duro. Virou feirante. Vendia cerâmicas em uma feira e não era sempre que conseguia um lugar para expor seus produtos. As pessoas que o conheciam, olhavam para ele com aquele olhar de coitado, de pena. Ele entendia tudo. Sabia o que elas estavam pensando e não se importância por isso. Achava que elas estavam livres para pensar o que quisessem, inclusive dele.
Um dia um antigo colega seu resolver se aproximar e conversar com ele. Quando perguntou se Chico estava bem, recebeu um largo e belo sorriso. Não teve outro remédio, sorriu também. Em seguida ouviu coisas que jamais imaginaria escutar.
Que a vida é um filme e passa lentamente em nossas cabeças. E todos os problemas são frutos da maneira que pensamos e nos comportamos diante da sucessão dos eventos diários. As crises acontecem por que nos deixamos vencer por estados emocionais e mentais negativos. Para resolvê-las, bastaria estar indiferente diante dos acontecimentos do dia. Que a alegria e a tristeza são dois pólos de uma mesma coisa, o ponto de equilíbrio é a felicidade e ela se encontra na paz.
Que a raiz de todo o nosso medo está na idéia de nos perder, de perder tudo aquilo que julgávamos importantes. Que para mudar é necessário uma troca de valores, e que quando realizamos essa troca uma força estranha nos ajuda a conquistar aquilo que mais pretendemos, no seu caso, uma vida diferente, mais digna, transcendente. Ouviu que os problemas que tinha como pagar as contas, comer, etc., deixaram de existir, mesmo pagando as contas, comendo e se vestindo...
Ouviu que tinha encontrado o caminho que procurava e com ele a paz, e esse caminho não estava muito longe, mais precisamente, onde o havia encontrado, num banquinho de meditação...

PCS - Curitiba/Brasil