quinta-feira, 12 de maio de 2011

O PRIMEIRO AMOR


Toda a mulher nasce com uma santa predestinação: a de ser mãe. Cada adolescente é uma mãe em potencial, mesmo até a menina é a representação do eterno feminino.

Devemos voltar ao primeiro amor, esse ser que nos deu vida em todos os planos de consciência cósmica, que nos pariu e nos guiou, até que o ego nos aprisionou e nos afastou dela. Essa mulher deu-nos a vida física, alimento-nos com o seu leite e ao mesmo tempo cobria-nos com a sua aura santa que é energia vital, sonhávamos com ela e ela connosco. Os seus sete corpos eram um conosco.

Os mamíferos intelectuais viram sempre a mulher como um objeto sexual, o Divino Mestre Jesus,disse “ enquanto não voltares a ser como meninos não podereis entrar no reino dos céus”.

Nunca faltou o eterno feminino no altar dos deuses. À luz de todas as teogonias, Deus-Mãe encontra-se em tudo o que foi, em tudo o que é em tudo o que será. Encontra-se no voo de volta da Ave-Mãe para alimentar às suas crias, nas feras selvagens defendendo os filhinhos , nas donzelas, nas mães solteiras, nas senhoras de bem, e na mulher modesta que abandona tudo para dar vida ao filho do homem, e também na mulher desperta que transmuta as suas energias criadoras para ver nascer o menino de ouro na alquimia.

O eterno feminino resplandece em toda à criação, nas estrelas que se atraem e repelem de acordo com a lei da polaridade, o eterno feminino resplandece também dentro do átomo, nos iões, nos electrões e protões, nas partículas mas infinitesimais de todo o que vibra e palpita na criação.

O eterno feminino faz um par maravilhoso com o eterno masculino para criar e voltar novamente a criar. O eterno feminino, Deus mesmo, convertido em mãe, trabalha intensamente na criação. O eterno feminino é o raio que acorda as consciências adormecidas dos homens.

Chegará o dia em que os varões adorarão a esposa como mãe, não somente dos nossos filhos, mas também do seu menino interior que se quer fazer homem. Virá o dia em que a mulher levantará com a sua mão direita a tocha do verbo e do amor consciente para alumiar o caminho dos varões. Os Mestres da Vida, os homens despertos, sofrem pelos varões adormecidos que maltratam as suas esposas, causando grande dano ao menino interior. Assim como nenhum bom pai maltrataria os seios que alimentam seu filho, nenhuma boa mãe deveria permitir que as paixões, o infra-sexo, alimentem negativamente a sua psiquis que depois se manifestará em aptidões sem consciência. As sagradas escrituras dizem “Por quem volto a sofrer as dores de parto, até que o Cristo seja formado em vós”.

Deus na sua feição feminina desdobra-se, em cada mãe terrena, que é uma representação da Divina Mãe desse menino, noutro plano de consciência ela é, por sua vez, a representação do Espírito Santo cristão, da Parvati indiana e da Isis egípcia.

Tem-se dito que Maria foi virgem antes do parto, no parto, e após o parto. Toda a mãe é uma virgem em potencial, quando desenvolve o verdadeiro amor é uma virgem pura, convertendo-se em “Isis, a quem nenhum mortal levantou o véu”.

A mãe é o anjo do lar, ela dá alimento físico e espiritual aos seus filhos incluindo o pai. Quando há afinidade de pensamentos, sentimentos e vontades os lares são um manancial ditoso e feliz. O pai representa a sabedoria e a severidade, a mãe representa a ternura e o amor. Quando o elemento masculino não esta presente, a mãe tem que redobrar esforços e trabalho para dar ternura e severidade, amor e sabedoria, que são as provas do Caminho que podem produzir a maior recompensa final.
A história conheceu grandes mulheres, Mestras de Vida, que trabalharam para levantar um homem, até conseguir o casal perfeito, embora também haja novas mães, que sem terem atingido a perfeição, trabalham na grande obra.

No Egipto dos faraós, cada vez que um discípulo eliminava um defeito psicológico, era recebido com alegria por Isis (a mãe espiritual) por ter conseguido uma vitória sobre Seth e os seus demónios. Nos templos egípcios sempre oficiou um sacerdote e uma sacerdotisa, o pai e a mãe, Osiris e Isis para que nascesse Horus, o filho do homem.

Peçamos hoje ao Altíssimo que a cada mãe receba os seus filhos, não como homens ou mulheres, não como gerentes endinheirados, mas como meninos que estão a regressar triunfantes ao seio da sua mãe, o primeiro amor.

Texto traduzido e adaptado do original de William Palencia


JFM - Lisboa - Portugal

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