quinta-feira, 26 de maio de 2011

UM MAPA DO CAMINHO... O BOSQUE INTERIOR

Um homem andava perdido no caminho Espiritual. Passeava, solitário, triste e preocupado perguntando a si mesmo se algum dia poderia ver a Luz, quando, subitamente, ouviu uma voz que lhe disse:
Onde vais bom homem?
Um pouco assustado, respondeu:
Ando há anos na procura uma Luz que me guie, mas nem a vejo nem sei onde a procurar.
Sorrindo, aquela voz disse-lhe: Meu filho, a Luz não se procura, está sempre diante de ti, o que se passa é que há um bosque de árvores, entre ti e ela, que não ta deixa ver.
Queres dizer que as árvores mentais que tenho não me deixam ver a luz?
Assim é, portanto tens de ir derrubando todas as árvores que estão entre ti e a Luz, pois impedem-te de a ver.
E como posso fazer isso? Perguntou-lhe o homem.
Olha, vou ensinar-te como o fazer: Senta-te na base de uma árvore, mantém-te em silêncio e observa o que tens mentalmente de derrubar. Todas e cada uma delas.
O homem pôs-se mãos à obra e começou então a ver a sua primeira árvore. Viu a árvore da impaciência e derrubou-a, depois viu o da intolerância e incompreensão para com os demais, continuou e cortou a árvore da vaidade e do ego, eliminou também a árvore do rancor e o não perdão aos demais, olhou a árvore de julgar e achar-se superior aos outros, e cortou, cortou...
Passado um momento a voz disse-lhe: Como vai o trabalho?
O homem respondeu: - Vou indo bem, acabo de devastar uma grande fileira de árvores que não me deixam ver a luz, mas ainda não a vejo. Há uma outra grande quantidade de árvores. Que árvores são estas? Perguntou o homem.
A voz respondeu: São as mesmas árvores que derrubaste só que agora crescem ao nível espiritual. São as árvores da vaidade espiritual, intolerância espiritual, a árvore de se acreditar ser o dono da verdade…. Estas árvores são piores que os anteriores, por isso, corta-as muito bem.
Assim fez o homem, continuou a derrubar a nova fileira de árvores. Primeiro foi a de se achar um eleito, achar-se mestre, depois a árvore de querer salvar ao mundo, cortou também a árvore da sua religião e cortou, cortou...
Voltou a voz que lhe disse: - Como vais?
- Acabo de devastar outra grande fileira de árvores que não me deixam ver a luz, mas ainda não a vejo! Há ainda mais outra grande fileira. Que árvores são estas? Perguntou o homem.
A voz respondeu: - Essas árvores são muito importantes, houve um momento em que elas te foram úteis mas agora deves cortá-las todas, mas terá que ser por tua conta a escolha. Observa bem e em consciência decide o que queres fazer....
Pensativo o homem meditou mais profundamente e decidiu cortar mais aquelas árvores: cortou a que o faziam acreditar em Mestres Ascensos, em Anjos, em Seres de Luz, em tudo o que leu e lhe tinham ensinado. Continuou a cortar, apesar de sentir o custo de tantos cortes e de ficar sem nada, seguiu adiante...
Uma vez mais a voz lhe disse: -Como vais?
E ele respondeu: -Vou bem, já vejo alguma Luz mas ainda vejo duas árvores. Uma é enorme e a outra mais normal. Que faço agora com elas?
A voz disse-lhe: - Antes de as cortar medita mais um pouco e procura o significado dessas árvores.
Concentrou-se e quando ia cortar a árvore mais normal, vacilou e rápido foi a consultar à voz.
Exclamou: - Esta é a árvore do meu SER, como queres que a corte?
Se queres ver a Luz, tens que a cortar, mas será sempre uma decisão tua. - Respondeu a voz.
Embora um pouco assustado cortou a árvore e viu que ficou sem acreditar no seu SER.
Passado um momento a voz disse: -Como te sentes?
Já devastei essa árvore, respondeu.
E a voz perguntou-lhe: E ainda continuas vivo?
O homem respondeu: - Sim.
Pois então continua, disse-lhe a voz.
Logo o homem encarou a enorme árvore que não o deixava ver a Luz. Mas foi quando a estava a cortar, deu conta do que ela representava e saiu a correr para questionar outra vez a voz. Muito assustado clamou.
- Oh Mãe minha! Tu sabes que árvore é esta? É o meu Deus!
Assim é - disse a voz - corta-o também se queres ver a luz.
-Oh! Como isso me vai custar tanto, mas fá-lo-ei.
Passado um momento voltou a voz: -Como vais?
Muito bem. Já vejo a luz, é esplendorosa em todo seu Amor, é incrível. Muito obrigado de todo o coração por me ajudares a ver a Luz, disse-lhe aquele homem entusiasmado.
-Não corras tanto - Replicou a voz. Ainda não terminámos, essa luz que vês é ainda e apenas um reflexo espelhado, por isso ainda tens que derrubar uma última árvore para poderes ver a verdadeira Luz.
Como? Respondeu o homem. Eu não vejo mais nenhuma árvore.
Esse é o problema, nunca vêem a última árvore, Essa árvore és o tu mesmo, Vês a luz através de ti e não a tua própria Luz. Corta-a!
O homem não queria acreditar no que acabara de ouvir, mas mesmo assim decidiu olhar a sua própria árvore e cortou-a.
Como vais, já viste a Luz?
E aquele homem com todo o amor, paz e felicidade, respondeu à voz: Já não vejo a Luz, 

!!!EU SOU A LUZ!!!

(Texto traduzido e adaptado de autor desconhecido)

JFM - Lisboa - Portugal

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