Certa noite, não muito longínqua de outono, um estudante
gnóstico dizia ao seu Mestre: "Já não me interessa auto realizar-me nem perfecionar-me,
o que me interessa é trabalhar pela
libertação do proletariado e pelos outros... que nos leve o Diabo"
E o Mestre respondeu: "A água e o sabão não
prejudicam a ninguém. Podes continuar trabalhando pelo proletariado, mas
banha-te e ensaboa te bem". O estudante compreendeu a parábola do Mestre e
guardou então respeitoso silêncio.
Há gentes que são asseadas por fora, não comem
carne, não bebem, não fumam, se presumem castas, mas de noite têm poluições.
Há gente que cobiça não ser cobiça, essas gentes
abominam a cobiça e, no entanto, cobiçam não serem cobiçosos.
São muitas as pessoas que cobiçam virtudes, ao Eu
encanta-lhe as medalhas, as honras, as virtudes. As pobres gentes acham que
cobiçando as virtudes conseguirão possuir as virtudes.
Não querem dar conta que o Amor não existe e que
só compreendendo todos os processos do ódio nos diferentes corredores, terrenos
e regiões do subconsciente, se acaba com o ódio e nasce em forma natural, espontânea
e pura isso a que se chama Amor. Assim acontece o Amor.
Há quem cobice a virtude do ALTRUISMO, mas a sós,
compreendendo muito a fundo como se processa o egoísmo nos diferentes níveis do
subconsciente, podemos aniquilar o egoísmo; morto o egoísmo, nasce em nós sem
esforço algum, a flor preciosa do altruísmo.
Aqueles que cobiçam a virtude preciosa da HUMILDADE,
não querem compreender, as pobres gentes, que a humildade é uma flor muito
exótica, com o simples fato de nos sentir satisfeitos com essa virtude, já deixa
de existir em nós, é necessário compreender muito a fundo o processo do orgulho
nos diferentes níveis ocultos do subconsciente, acabar com o orgulho, e então
nasce em nós sem esforço algum, a flor exótica da humildade.
Aqueles que cobiçam a virtude da CASTIDADE, transmutando
e sublimando a energia sexual e compreendendo todos os processos da luxúria em
todos os ocultos níveis do subconsciente, se aniquila este horrível vício e
nasce em nós em forma natural e sublime a flor exótica da castidade.
A gente que cobiça a virtude da DOÇURA, mas só
compreendendo todos os processos da ira nos corredores subconscientes da mente,
nasce então em nós a preciosa virtude da doçura.
Os que cobiçam a virtude da DILIGÊNCIA, ao
compreenderem em forma integral os processos da preguiça em todos os ocultos
níveis do subconsciente, nasce em nós a diligência depois que a preguiça se
tenha desintegrado.
Nunca se deverá perder de vista a morte
psicológica. Viver interiorizando e observar como se manifesta o ego...
VM Samael Aun Weor - MENSAGEM DE NATAL 1965 – 1966, CAPÍTULO XI
JFM Lisboa - Portugal
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