quinta-feira, 4 de julho de 2013

O QUERIDO EGO



"Como superior e inferior são duas secções de uma mesma coisa, não é exagero assentar o seguinte corolário: eu superior e eu inferior são dois aspetos do mesmo ego, tenebroso e plurizado.

O assim chamado Eu Divino, Eu Superior, Alter-ego ou algo parecido, certamente é uma farsa do mim mesmo, uma forma de auto engano.
Quando o eu quer seguir vivendo, aqui e no além, auto engana se com o falso conceito de eu divino, imortal.

Nenhum de nós tem um eu verdadeiro, permanente, imutável, eterno, inefável, etc.
Nenhum de nós tem, na realidade, uma verdadeira e autentica unidade de Ser. Infelizmente nem sequer possuímos legitima individualidade.
O ego ainda que continue além da sepultura, tem, no entanto um principio e um fim.
O ego, o eu, nunca é individual, unitário. Obviamente, o ego são eus.
No Tibete Oriental, os eus são chamados de agregados psíquicos ou, simplesmente, valores - sejam eles positivos ou negativos.
Se pensarmos que cada eu é uma pessoa diferente, podemos afirmar, de forma enfática, o seguinte: dentro de cada pessoa que vive no mundo há muitas pessoas.
Sem duvida, dentro e cada um de nós vivem muitíssimas pessoas diferentes; algumas melhores, outras, piores.
Cada um desses eus, cada uma dessas pessoas, luta pela supremacia; quer ser única, quer controlar o cérebro inteletual ou os centros emocional e motor, sempre que pode, até outro eu se afastar.

A doutrina dos muitos eus foi ensinada no Tibete Oriental pelos verdadeiros clarividentes, pelos verdadeiros iluminados.
Cada um dos nossos defeitos psicológicos está personalizado em tal ou qual eu.. Como temos milhares e até milhões de defeitos, é evidente e ostensivo que vive muita gente no nosso interior.

Em termos psicológicos, pudemos evidenciar claramente que os sujeitos paranóicos, os ególatras e os mitómanos, por nada deste mundo abandonam o culto do seu querido ego.
Sem duvida, essas pessoas odeiam mortalmente a doutrina dos muitos eus.

Quando alguém, verdadeiramente se quer conhecer a si mesmo, precisa de se auto observar e tratar de conhecer os diferentes eus que estão metidos na sua personalidade.

Aqueles que negam a doutrina dos muitos eus, aqueles que adoram o eu divino, sem duvida que jamais se auto observaram seriamente. Falando agora em estilo socrático, diremos que essa gente não somente ignora, como ignora que ignora.
Certamente, jamais nos poderemos conhecer sem uma auto observação séria e profunda.
Enquanto alguém seguir considerando se uno, é claro que qualquer mudança interior não será possível".


In "PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA" Samael Aun Weor - Edição IGB- Editora - Pagina 36.


JFM - Lisboa - Portugal

Nenhum comentário:

Postar um comentário